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segunda-feira, 28 de maio de 2012

CONSELHO NACIONAL DO MFC SE REUNIU NO CENTRO OESTE



CONDIN se reuniu em Rondonópolis-MT

O
 Conselho Diretor Nacional do Movimento Familiar Cristão do Brasil esteve reunido nos dias 25, 26 e 27 de maio nas dependências da Casa do MFC, na cidade de Rondonópolis, Estado do Mato Grosso com a presença do casal Coordenador Nacional e do CONDIR SUL, Eduardo e Ismari; do Vice-Coordenador Nacional, Antonio Carlos; do Coordenador do CONDIR NORTE, Alzenir; do casal Coordenador do CONDIR SUDESTE, Freitas e Alivanir; do casal Coordenador do CONDIR CENTRO-OESTE, Moisés e Maria Aparecida; Jorge e Penha, SERCOM do CONDIR NORDESTE, representando o casal Coordenador James e Fátima; Gilson e Lourdes, casal SENCOM; Frei Davi, assessor eclesiástico nacional; e de mefecistas que compõem o CONDIR CENTRO OESTE, formado pelos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A abertura aconteceu com a presença dos coordenadores da ECCi-Rondonópolis, ECE-Mato Grosso, CONDIR-Centro Oeste e ECE-Mato Grosso do Sul que deram boas vindas aos integrantes do Conselho Diretor Nacional do Movimento Familiar Cristão no Brasil.

A reunião prosseguiu durante todo o final de semana, com o conselho tratando de assuntos administrativos relacionados ao ENA, Finanças, Adveniat, AGLA, EZO, AGE, CNLB, Sucessão, Informativo Atuação, Revista Fato e Razão, e outros assuntos de interesse do MFC a nível de Brasil.

Durante a reunião do CONDIN aconteceram dois momentos de formação com a participação de mefecistas do CONDIN, CONDIR’s, ECE-MT, ECE-MS, ECCi-Rondonópolis. As palestras foram: Liderança Mefecista, com Antônio Carlos (MFC-PR), e Valores Familiares, com Ismari (MFC-PR).

A reunião do CONDIN em Rondonópolis foi concluída no domingo com a Santa Missa celebrada pelo Frei Davi, assessor eclesiástico do MFC Brasil.

A próxima reunião do CONDIN será na região Nordeste, na cidade de Vitória da Conquista – Bahia, no período de 21 a 23 de setembro de 2012.

domingo, 27 de maio de 2012

LITURGIA DO DOMINGO DE PENTECOSTES - 27/05/2012




  
“BATIZADOS NO ESPÍRITO PARA
FORMARMOS UM SÓ CORPO!”
Pentecostes é a festa da vinda do Espírito Santo. Na linguagem da Bíblia, a ventania ou o sopro são maneiras de mostrar que o Espírito de Jesus está agindo, santificando, iluminando, unindo, fortalecendo. Depois da ascensão, o Pai e o Filho enviam o Espírito Santo, para que os discípulos tenham a força espiritual para o cumprimento da missão.

PENTECOSTES
1ª Leitura: At 2,1-11
Salmo Responsório:  103
2ª Leitura: 1Cor 12,3b-7.12-13
Evangelho: Jo 20,19-23

EVANGELHO
JOÃO 20,19-23
  
19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.

20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.

21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.

22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Auxiliar de Aracaju - Sergipe

PENTECOSTES

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”. Que Espírito é este, que encheu hoje os apóstolos e a inteira Igreja de Cristo?

Ele é o Espírito do Ressuscitado, soprado pelo Cristo Senhor: “Jesus disse: ‘Como o Pai me enviou (no Espírito Santo), eu também vos envio (neste mesmo Espírito)!” Depois soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo!”

Nele, tudo fora criado desde o princípio: “O Espírito do Senhor encheu o universo; ele mantém unidas todas as coisas e conhece todas as línguas” (Sb. 1,7). Somente no Santo Espírito podemos compreender que toda a criação e toda a história são penetradas pela vida de Deus que nos vem pelo Cristo; somente no Santo Espírito podemos perceber a unidade e bondade radicais da criação que nos cerca, mesmo com tantas trevas e contradições. É o Santo Espírito, doce Consolador, que nos livra do desespero e da falta de sentido!

Nele tudo se mantém, tudo tem consistência, tudo é precioso: “Encheu-se a terra com as vossas criaturas: se tirais o seu respiro, elas perecem e voltam para o pó de onde vieram. Enviais o vosso Espírito e renascem e da terra toda a face renovais”. É por sua ação constante que tudo existe e persiste no ser. Sem ele, tudo voltaria ao nada e nada teria consistência real. Nele, tudo tem valor, até a mais simples das criaturas...

Sem ele, nada, absolutamente, podemos nós: “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele!” Por isso Jesus disse: “Sem mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”, porque sem o seu Espírito Santo que nos sustenta e age no mais íntimo de nós, tudo quanto fizéssemos não teria valor para o Reino dos Céus. Jesus é a videira, nós, os ramos, o Espírito é a seiva que, vinda do tronco, nos faz frutificar...

Ele é a nova Lei – não aquela inscrita sobre tábuas de pedra, mas inscrita no nosso coração (cf. Ez. 11,19; Jr. 31,31-34), pois “o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm. 5,5). A lei de Moisés, em tábuas de pedra, fora dada no Sinai em meio a relâmpagos, trovões, fogo, vento e terremotos (cf. Ex 19); agora, a Nova Lei, o Santo Espírito nos vem em línguas de fogo e vento barulhento e impetuoso, para marcar o início da Nova Aliança, do Amor derramado no íntimo de nós!

Ele tudo perdoa e renova e, Cristo, pois é Espírito para a remissão dos pecados: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados!” É, pois, no Espírito que a Santa Igreja anuncia a paz do Evangelho do perdão de Deus para a humanidade em Cristo Jesus!

Ele nos une no Corpo de Cristo, que é a Igreja, pois “fomos batizados num único Espírito para formarmos um só corpo...” – Neste Corpo, ele nos enche de dons, carismas e ministérios, pois “a cada um é dada a manifestação do Espírito para o bem comum”. É no Espírito que a Igreja é uma na diversidade de tantos dons e carismas; uma nas diferenças de seus membros...

Ele faz a Igreja falar todas as línguas, fá abrir-se ao mundo, procurar o mundo com “santa inquietude”, não para render-se ao mundo ou imitá-lo ou perder-se nele, mas para “anunciar as maravilhas de Deus” em Cristo Jesus, chamando o mundo à conversão e à vida nova em Cristo!

Enfim, Ele torna Jesus sempre presente no nosso coração e no coração da Igreja e no testemunha incessantemente, sempre e em tudo que Jesus é o Senhor, pois “ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo!” – para a glória de Deus Pai.

ORAÇÃO
Ó Deus, que, pelo mistério da festa de hoje, santificais a vossa Igreja inteira, em todos os povos e nações, derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo, e realizai agora no coração dos fiéis as maravilhas que operastes no inicio da pregação do Evangelho.  Amém!

Editado por MFC ALAGOAS

terça-feira, 22 de maio de 2012

O convívio entre os santos


“É pelo amor entre Vós que o mundo conhecerá que sois meus discípulos”. Este axioma precioso e verdadeiro tem sido confirmado ao longo dos 2000 anos da história da Igreja de várias maneiras; por exemplo, através do comportamento dos santos, que são os modelos propostos pela sabedoria da Esposa Mística de Cristo para nossa própria vida.
Com o espírito colocado nesse ponto luminoso da doutrina pregada por Nosso Senhor Jesus Cristo, consideremos alguns fatos da vida dos santos. Já de início toda a nova doutrina e consequente modo de viver ensinado pelo Divino Mestre no que diz respeito ao relacionamento humano, transforma profundamente a mentalidade do mundo antigo. Que deus da antiguidade chamava seus adoradores de amigos? Ao contrário, os deuses pagãos sempre eram concebidos pelos seus seguidores como seres prepotentes, egoístas e que muitas vezes padeciam das mesmas e diversas paixões desregradas do ser humano, tendo com seus seguidores um trato rude, exigindo-lhes sacrifícios de sangue.
"É pelo amor entre Vós que o mundo conhecerá que sois meus discípulos"
“É pelo amor entre Vós que o mundo conhecerá que sois meus discípulos”.
Quando Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu sobre a terra foi tal a transformação que o mundo sofreu, que, até hoje, se torna difícil fazer uma idéia de como era o mundo antes dEle. Só Ele, o verdadeiro Deus, é que pôde dizer: “Não mais vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.” Dando o exemplo mais sublime que se poderia dar, o de um Deus que ama os seus adoradores a ponto de torná-los seus amigos e até irmãos, dar sua própria Mãe para que fosse também Mãe de cada um deles, e até dar sua vida pelos seus adoradores, era compreensível e aceitável que Ele recomendasse como norma de conduta: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.”
Esse exemplo divino foi seguido com toda a integridade e brilho por Maria Santíssima. Os evangelistas foram muito comedidos em comentar sua vida, mas sabe-se que a visita a Santa Isabel foi um refulgir do amor de Deus que transbordou do coração de Maria. A intervenção preocupada dEla nas bodas de Caná, livrando os noivos de uma dificuldade, e muitos outros atos de amor ao próximo que terão sido praticados por Ela e dos quais só na eternidade teremos conhecimento, constituem as pegadas douradas deixadas por Ela sobre as de Seu Divino Filho.
Felizmente para nossa edificação, a vida de muitos outros santos que seguiram os passos do Jesus Cristo Nosso Senhor é conhecida em detalhes. Por exemplo, a vida de São Francisco de Assis.
São Francisco de Assis
São Francisco de Assis
Conta-se no “Fioretti”, livro com muitos fatinhos da vida do Poverello, que estando ele no início da obra para a qual Deus o havia chamado, chorava tanto durante a oração – por pura compaixão ao considerar os sofrimentos do Divino Redentor – e esta era tão prolongada que, em consequência, ficou quase cego. E um dia foi distrair-se com o irmão Bernardo, seu primeiro discípulo.
Chegado ao local onde este costumava orar, chamou-o por três vezes, sem obter resposta. Um pouco abatido, porque considerou que o Irmão não queria falar-lhe, retirou-se. Estando a caminho de volta, o Senhor lhe revelou que o Ir. Bernardo estava, naquele momento, em alta contemplação conversando com Deus, e que, por isso, não o havia ouvido. S. Francisco voltou então e chamando o Ir. Bernardo confessou humildemente que havia pensado mal dele, pedindo-lhe perdão.
Por seu lado, a admiração que este discípulo manifestava por seu fundador era tão grande que ele nem queria ouvir o pedido de perdão. Mas S. Francisco, radicalmente, ordena-lhe em nome da santa obediência, que, por aquele mal pensamento, o Irmão Bernardo pisasse por três vezes sobre seu pescoço e sua boca dizendo: “Aguenta aí, vilão, filho de Pedro Bernardone, de onde te vem tanta soberba, sendo a mais vil das criaturas?”
Obedecendo da maneira mais delicada possível o Ir. Bernardo executa a ordem. A seguir pede ele a S. Francisco que, por caridade, lhe prometesse algo: que sempre que estivessem juntos o repreendesse e corrigisse asperamente por seus defeitos. S. Francisco, que o tinha por homem muito virtuoso e santo, daí em diante passou a falar com ele o mínimo possível, porque não queria corrigir aquele a quem considerava maior e mais santo que si.
Santa Clara de Assis
Santa Clara de Assis
Um outro fato muito edificante deu-se entre S. Francisco e Santa Clara. É fato muito conhecido que ela foi atraída à vida religiosa por ele e renunciou a uma situação cômoda no meio das riquezas, para abraçar a vocação franciscana. Apesar de ter sempre palestras e reuniões com S. Francisco para que ficar bem formada no espírito da Ordem, ela manifestava o desejo de, um dia, partilhar uma refeição com seu pai espiritual. Ele, por sua vez, por temor de dar-se a si mesmo esse deleite, sempre o negava. Seus irmãos e discípulos intecederam a favor dela e instaram que atendesse o pedido da pobre dama, uma vez que ela tinha renunciado a tudo por amor a Deus e era tão santa. S. Francisco, muito cordato, concordou: “Parece-vos que devo concordar? Se vos parece que sim, também a mim parece.” Convidou-a então a almoçar com ele em Santa Maria dos Anjos, a igreja onde ela havia feito seus votos e onde tinha cortado seus cabelos, símbolo de sua entrega total a Deus. No dia combinado, lá foi ela felicíssima, acompanhada de uma irmã. A pobre refeição foi servida, sentando-se à mesa S. Francisco e Santa Clara, sua irmã e um outro frade. Todos os demais frades da comunidade se aproximaram da mesa para acompanhar a refeição. Tão logo os comensais começaram a falar das coisas de Deus com suavidade, alegria e elevação, eles mesmos e todos os que assistiam foram tomados pela abundância da graça divina e ficaram extasiados em Deus. As pessoas de longe perceberam que a casa e o bosque ao lado pareciam arder em chamas e muitos ali acorreram, temendo que fosse um incêndio. Nada, porém, encontraram que justificasse tanta luz, apenas um conjunto de santos que, com fisionomias alegres e embevecidas, se entretinham num êxtase comum e com isso glorificavam o Senhor.
A consideração desses singelos episódios não nos trazem alívio e consolação? São manifestações de personalidades inocentes, despretensiosas, tão distantes das preocupações do mundo, que já vivem a atmosfera do céu.
Rir-se-á, talvez, algum incrédulo materialista, dizendo: “Quimeras! O mundo não é isso! É preciso trabalhar, ganhar dinheiro, progredir!” E de dentro do quadro medieval, um dos castos personagens poderia lhe perguntar: “Mas, a que preço?” E, se por um segundo o materialista tivesse a consciência reta, resmungaria: “Ao preço de uma escravidão às paixões e vícios por toda a vida, e depois uma eternidade desgraçada, de escravidão ao demônio.”
Por Ângela Tomé.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

OS DISCÍPULOS DE EMAÚS - Artigo de Jorge Leão


OS DISCÍPULOS DE EMAÚS
(Evangelho de Jesus narrado por Lucas 24,13-35)
JORGE LEÃO – MFC/MA

O
s olhos dos discípulos de Emaús estavam distantes ainda da grande novidade da ressurreição. Em termos simbólicos, a mensagem nos possibilita pensar sobre quais são os entraves que nos impedem de ver a vida no caminho de nossa jornada humana.

O Mestre caminha ao nosso lado, transfigurado, entretanto nossos olhos permanecem fechados diante da grande novidade.

Acabamos por nos fixar aos modelos que se sobressaem por motivações externas, como a notícia alvissareira de que algo extraordinário havia acontecido em Jerusalém...

Mas, se não houver ressurreição dentro de nós, não será um acontecimento externo a nos confirmar tal experiência. A fé não se delimita a encontros de passagem ou ritos litúrgicos, mas a uma adesão profunda, que envolve todo o ser. Por isso, somente depois da partilha do pão, os discípulos puderam ver a realidade diante de seus olhos.

Durante o caminho para Emaús, alguns "seguidores" de Jesus preferem ficar presos aos fatos propalados pelo noticiário cotidiano. Isso pode significar a dificuldade que por vezes encontramos em vivenciar a partilha do pão com os que acolheram a novidade evangélica: [...] ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15, 13).

Uma caminhada sem o banquete da partilha, e com todos os riscos advindos do desafio evangélico do amor incondicional, torna-se esvaziada pela nostalgia de ainda não crer naquilo que as discípulas e amigas de Jesus haviam dito sobre aquela manhã de domingo. Com efeito, as mesmas haviam anunciado a grande novidade ao grupo dos onze, mas foram desacreditadas, pois viam com "olhos de anjos", e isto parece querer dizer da não veracidade da notícia. Então, mais uma vez nossos olhos permanecem fechados ao mistério da vida e presos aos pré-julgamentos apressados que fazemos sobre quem está ocupando um lugar diferente do nosso.

Só depois, quando emerge a experiência simbólica da partilha do pão, a memória dos discípulos renova-se mais uma vez. Eles certamente haviam recordado a partilha dos pães e dos peixes para a multidão sedenta, e a última ceia, quando o Mestre distribui o pão da vida, como memória de sua passagem no mundo.

No momento em que abrirmos os olhos do coração, reacenderá a vontade de ir anunciar aos demais a notícia de que as amigas de Jesus não haviam delirado. Os olhos da fé, experienciada pelo encontro na partilha, reacendem o fogo da presença do Mestre entre nós, uma vez que compreendem agora o real sentido das palavras: "[...] se observais meus mandamentos, permanecereis no meu amor, como eu guardei os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor" (Jo 15, 10).

Os olhos foram abertos novamente pelas mãos cuidadosas do Mestre. O pão repartido nos lembra de nosso compromisso com o sinal da fé. Neste momento, renova-se a vida, e assumimos novamente o reconhecimento do olhar de Jesus, a nos dizer: "amai-vos uns aos outros" (Jo 15, 17).

Paz e bênçãos,

Jorge Leão
Movimento Familiar Cristão - São Luís - MA.

*Proposta de reflexão sobre o tema do próximo ENA

sexta-feira, 18 de maio de 2012

ABRAM OS OLHOS - CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA


-ABRAM OS OLHOS -
CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA
JORGE LEÃO – MFC/MA

J
esus cura um cego de nascença, no templo, que é o espaço da peregrinação religiosa judaica, tendo que enfrentar a visão extremista dos fariseus. A reação violenta contra a realidade que se mostra plausível diante de seus olhos é fruto de uma conhecida elaboração doutrinária da religião, em que a lei tem supremacia sobre a condição humana. Nada mais previsível que uma palavra (ou melhor, doutrina) religiosa imbuída da arrogância e da prepotência de suas “verdades” irrefutáveis.

Mas, no evangelho de Jesus, o amor não conhece os limites ou imposições da lei. O amor é maior que a religião [1]. Ele enxerga a necessidade do outro como clamor. Não há mais tempo para longas explicações sobre o porquê de nossas frequentes lamentações. Por isso, dentro do cenário restrito das autoridades, o Mestre envia o cego de nascença à piscina de Siloé [2]. Logo em seguida, recuperada a visão, todos em volta, com olhos aturdidos, perguntaram-se sobre aquele homem, e se porventura não haveria naquela versão dos fatos alguma confusão ou ludíbrio.

“Sou eu mesmo” (vers. 9). Esta é a resposta do homem. A indicação que ele dá aos fariseus é sobre certo “homem chamado Jesus que fez lama em meus olhos e mandou que fosse lavar os olhos na piscina de Siloé. Fui, lavei-me e recobrei a vista” (vers. 11).

Há um simbolismo profundo nesta passagem. O Mestre usa os elementos da terra, a lama, para abrir os olhos, depois a água. A cura que nos abre os olhos para a dimensão do divino inicia-se com a ligação a mãe terra. As mãos são os instrumentos e a terra a fonte. Para chegar à água na piscina de Siloé é necessário correr o risco da adesão à terra por meio do toque das mãos do Mestre em nossos olhos. O caminho é a plenitude telúrica, a fim de abrir-nos os olhos para a “luz do mundo” [3].

Contudo, para o poder religioso instituído na época, aquela cura representa uma profunda ameaça à estabilidade moral do povo. Aquele homem cego era sinal de um nascimento em pecado, segundo a interpretação corrente. Jesus, mais uma vez desapontando os olhos embaçados dos fariseus, aponta a misericórdia de Deus como sinal de vida. Há, então, um choque entre duas visões de Deus.

Uma, que aproxima Deus dos olhos dos homens. É a letra da lei que impera nesta primeira interpretação. Temos a herança do pecado sobre o sofrimento de uma vida destinada à exclusão da graça. Aquele homem era mendigo, perambulava pelas ruas sem qualquer sinal de mudança.

Com a chegada da “luz do mundo”, rompe-se com a obnubilação advinda de um olhar determinista da autoridade religiosa sobre a pessoa humana. Neste caso, a lei maior é o amor, e os caminhos que se mostram para o homem cego condenado à vida mendicante são o da misericórdia e do perdão, “para que nele sejam manifestadas as obras de Deus” (vers. 3).

É preciso abrir nossos olhos diante da visão estreita de uma religião que apenas julga e condena. Dentro do “lugar sagrado” é preciso dizer que não é o templo de pedra que nos religa a Deus, mas uma consciência aberta à realidade infinita da abundante graça divina. Jesus mergulha o ser humano no âmbito do ser. Ele nos envia para a piscina de Siloé, simbolicamente, para que possamos ver novamente.

A água pode ser interpretada como a própria experiência da reconciliação do homem cego com Deus. A água purifica, lavando nossos olhos da poeira do egoísmo e da limitada compreensão de nossa existência no mundo.

A ida à piscina transporta-nos, com isso, para os pés do Mestre. Isto incomoda profundamente as autoridades religiosas de ontem e de hoje. Assim sendo, a experiência da visão purificada na água de Siloé implica na adesão incondicional à lei do amor. Agora vemos translúcidos. Jesus nos abre a porta do templo interior, onde reside a visão essencial de todas as coisas.

A passagem termina com uma palavra dura aos fariseus: “se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas dizeis: ‘nós vemos’. Vosso pecado permanece” (vers. 41). Como é sabido, é bem mais fácil falar do julgamento alheio e explicar os males do mundo pela lente da condenação. Isto pressupõe um lugar de fala que se auto-intitula “santo”. Tal postura traduz claramente que é muito arriscado manter uma postura religiosa aos olhos do mundo, sempre santa, e sem pecados...

É comum rodear a palavra condenatória com ares de representantes de Deus na terra. Jesus, em sua peregrinação terrestre, jamais se auto-intitula “santo”, pois sabe que o mergulho no ser implica em uma atitude silente, de paz e gratuidade.

Precisamos de um olhar que se lance ao mundo, ansioso por ver a “luz do mundo”. No contato direto de nossos olhos com a luz, surgirá inicialmente a dor do ver sem óculos escuros. A experiência da visão redimida é uma adesão paulatina, no dia-a-dia dos desafios no mundo. Constitui, portanto, um desafio radical que traduz a suprema experiência do ver da fé, plena e livremente liberta das amarras da lei e do dogma religioso, ainda sem perceber a graça translúcida diante das colunas de pedra de nossos ornamentos, pré-conceitos, julgamentos e condenações.

Vendo frente a frente o homem que nos restitui a luz, poderemos, enfim, dizer: "agora, Senhor, eu te vejo com meus próprios olhos".

quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS ARGUMENTOS DIANTE DOS DESENTENDIMENTOS - Artigo de Dado Moura



OS ARGUMENTOS DIANTE DOS DESENTENDIMENTOS

E
m nossas experiências de convívio, encontramos pessoas com diferentes tipos de temperamento, os quais podem ser, algumas vezes, entraves para conciliar nossos objetivos, quando não sabemos lidar com essas particularidades.

Viver a harmonia em nossos relacionamentos é um desafio que não nos faz derrotados, mas tende a nos capacitar no crescimento e na habilidade de equilibrar ou até mesmo de repreender nossos ímpetos em ocasiões em que nos sentimos contestados. Quer seja no trabalho, quer seja na escola ou na família, partilhamos os mesmos ambientes com pessoas de diferentes hábitos e comportamentos. À primeira vista, pode nos parecer impossível um convívio sadio se focarmos nossas atenções apenas nas diferenças.

Para que haja espaço para a paz e o crescimento dos laços da intimidade em nossas convivências, precisamos nos empenhar em nos tornar pessoas fáceis de se lidar. A flexibilidade, a ponderação e, sobretudo, a boa educação devem permitir sempre a abertura para o diálogo, que é o começo de todo entendimento.

O relacionamento sadio acontece também quando conseguimos expressar as nossas opiniões, de modo claro e objetivo, sem ferir ou inferiorizar a outra pessoa. O extremismo nas atitudes, a prepotência em achar que sempre tem razão e que nunca comete erros, tudo isso faz de alguém assim um ditador arrogante. Fazendo-se valer de sua decisão, a pessoa se prende a seus argumentos, reafirmando somente os seus desejos sem, sequer, considerar os demais que a cercam.

Alcançar o bom relacionamento com as pessoas com as quais convivemos não significa nos anular completamente diante das divergências de opinião. Pessoas que se calam ou se anulam numa relação vivem a falsa tranquilidade gerada pelo medo. Elas preferem se omitir diante daquilo que não estão de acordo, mesmo que isso lhes traga sofrimentos; alegando, por exemplo, que o seu silêncio é a melhor resposta para que não aconteçam as “costumeiras” brigas. No entanto, ninguém poderá suportar um compromisso por anos, quando as suas verdades são asfixiadas!

Sabemos que não somos perfeitos; muitas vezes, somos tomados por aquela característica que mais marca o nosso temperamento. Para evitar que uma simples diferença de opinião se transforme numa guerra de nervos, precisamos considerar as razões que levam a outra pessoa a ter um parecer contrário ao nosso; ou que tipo de benefício ela espera obter na defesa dos pontos de vista dela, os quais ainda não conseguimos perceber; e vice-versa. Diante dos desentendimentos, precisamos aprender a nos posicionar e a defender nossos argumentos para que ocorra um diálogo produtivo e eficaz.

A fim de evitar que vivamos repetidamente e de maneira frustrante as mesmas situações em todas as esferas de nossos relacionamentos, precisamos, neste momento, assumir a verdade de que não estamos neste mundo simplesmente para nós mesmos ou para ser só mais um nas pesquisas do senso demográfico.

Temos um objetivo e uma meta a realizar naquilo que assumimos viver e isso poderá se tornar mais fácil ao nos abrirmos para a possibilidade de dar uma resposta diferente, de forma a favorecer relacionamentos duradouros. As grandes conquistas em nossos convívios podem acontecer a partir de pequenas mudanças.

terça-feira, 15 de maio de 2012

MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO - Artigo de James M. Medeiros




MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO

A
proveito o espaço para, em rápidas pinceladas, dizer um pouco do Movimento Familiar Cristão – MFC, tão necessário para o caminhar seguro de quem deseja viver e ser feliz, além de fazer feliz o próximo, nosso irmão, na plenitude do amor de Deus. Diz S. Catarina de Sena: Deus não deu a ninguém todas as qualidades e não deixou ninguém sem qualidade nenhuma. Dessa forma, precisamos uns dos outros.

O Movimento Familiar Cristão nasceu na Argentina e no Uruguai, no final da década de quarenta, sendo a sua criação oficial neste último. Foram seus pioneiros os casais Soneira, Gelsi, Gallinal e o Padre Pedro Richards. No Brasil o Movimento foi criado em julho de 1955, por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional, em reunião no Ministério da Educação, com casais brasileiros da Ação Católica, e a participação de casais uruguaios e o Pe. Pedro Richards, por convite do então Padre Helder Câmara. Portanto o nosso MFC no Brasil formou as suas três primeiras equipes de casais em Niterói e Rio de Janeiro. Coube ao casal Jean e Neuza Schwartz e a Frei Lucas Moreira Neves a expansão do novel Movimento de raiz católica, viajando de avião, jeep, ônibus e jegue, criando núcleos pelo Brasil afora.

Depois de criado, logo teve aprovação do Vaticano, do Conselho Episcopal Latino Americano e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, e atualmente existe em todo mundo.

É comprometido na construção de uma sociedade mais justa, que permita às famílias realizarem plenamente suas funções humanizadoras e evangelizadoras, por isso, deseja a elaboração e crescente aprimoramento de uma política social familiar que responda às suas necessidades básicas de educação, saúde, habitação e lazer.

Seu carisma é preparar famílias, casais ou pessoas, de qualquer credo religioso, para o compromisso cristão de construção de um mundo mais justo e solidário no qual todos possam se humanizar e cumprir a sua missão.

Também colabora com a Pastoral Familiar da CNBB, no Brasil e em toda América Latina, com o Conselho Nacional de Leigos, do qual é integrante, e em geral com a pastoral familiar nas Paróquias.

Em um mundo tão atribulado e cheio de desafios temos que caminhar, juntos, no caminho de Jesus, em obediência ao Pai, com amor, fé, esperança e humildade, pois não nos foram dadas todas as qualidades, daí, estarmos a precisar uns dos outros.

Nesse contesto o Movimento Familiar Cristão se apresenta como um dos caminhos a nos conduzir até ao Pai, sabemos que é difícil a escolha, mas será suave o caminhar com os irmãos e com o mesmo objetivo.

Não resta dúvida que viver é caminhar colocando a mochila nas costas a cada amanhecer; seguindo os passos de Jesus. Fazendo ao outro o melhor, sem por isso esperar recompensa, com certeza receberemos dele mais do que lhe damos.  

domingo, 13 de maio de 2012

HOMENAGEM ÀS MÃES...


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Mãe carinhosa, mãe dengosa
Mãe amiga, mãe irmã
Mãe sem ter gerado é a mãe de coração
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Mãe solidão,
Mãe de muitos, mãe de poucos
Mãe de todos nós, Mãe das mães
Mãe dos filhos
Mãe-pai: duas vezes mãe
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Mãe lutadora e companheira
Mãe educadora, mãe mestra
Mãe analfabeta, sábia mãe
Mãe dos simples e dos pobres
Mãe dos que nada têm e dos que tudo têm
Mãe do silêncio, mãe comunicação
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Mãe dos doentes e dos sãos
Mães dos que plantam e dos que colhem
Mãe de quem nada fez e de quem compra feito
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Mãe de quem magoou e de quem perdoou
Mãe rica, mãe pobre
Mãe dos que já foram, mãe dos que ficaram
Mãe dos guerreiros e dos guerreados
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Mãe que sorri, mãe que chora
Mãe que abraça e afaga
Mãe presente, mãe ausente
Mãe do sagrado, mãe da luz
Mãe de Jesus e mãe nossa.
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Mãe, simplesmente mãe
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A todas as mães meu carinho e parabéns por esse dia dedicado a nós....
E em especial a minha querida mãe,que me ensinou o significado da palavra VIDA....
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Feliz Dia das Mães!!!

LITURGIA DO 6º DOMINGO DA PÁSCOA - 13/05/2012





 

“DEUS NÃO FAZ DISTINÇÃO
ENTRE PESSOAS!”
Comemorando o dia das mães e cheios de alegria pascal, vamos celebrar nossa fé no Cristo Ressuscitado. Neste Domingo, especialmente marcado pelo amor de Deus, que é o fundamento do amor cristão, Jesus comunica seu amor e revela-nos qual é a verdadeira fonte da caridade: Deus Pai. Em Deus percebemos que amar é nossa identidade, é nossa vocação de cristãos.

6º Domingo da Páscoa
1ª Leitura: At 10,25-26.34-35.44-48
Salmo Responsório:  97
2ª Leitura: 1Jo 4,7-10
Evangelho: Jo 15,9-17

EVANGELHO
JOÃO 15,1-8

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor.

11Eu vos disse isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena.

12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando.

15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.

16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá.

17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Auxiliar de Aracaju - Sergipe

COMO O PAI ME AMOU, ASSIM TAMBÉM EU VOS AMEI.

Para bem compreender esta Palavra de Deus que acabamos de escutar, é necessário recordar o Evangelho de domingo passado. Estamos ainda no capítulo 15 de São João: aí Jesus revelou-se como a videira verdadeira, cujo agricultor é o Pai e cujos ramos somos nós. Eis: estamos enxertados no Cristo morto e ressuscitado; somos ramos seus, vivendo da sua seiva que é o Espírito Santo, “Senhor que dá a vida”, Espírito de amor derramado em nossos corações (cf. Rm. 5,5). Porque temos o Espírito do Cristo, vivemos do Cristo e, no Espírito, o próprio Cristo Jesus habita em nós e nos vivifica. Recordando essas coisas, podemos compreender o que o Senhor nos fala neste hoje. Vejamos.

“Como o Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor”. De que amor o Senhor nos fala aqui? De um sentimento, de um afeto, de uma simpatia, de uma amizade? Não! De que amor? Escutemos São Paulo: “O amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm. 5,5). O amor de que fala Jesus é o amor-caridade, o amor de Deus, o amor que é fruto da presença do Espírito de amor, o Espírito Santo. Coloquem isso na cabeça e no coração: na Escritura, falar de amor, de glória, de presença e de poder de Deus é falar do Espírito Santo! Pois, podemos agora compreender a profunda afirmação de Jesus: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei”.

Como o Pai amou o Filho? No Espírito de amor! Desde a eternidade, o Santo Espírito é o laço, o vínculo de amor que une o Pai e o Filho numa única e indissolúvel divindade. Na sua vida humana, Jesus foi sempre amado pelo Pai no Santo Espírito. Basta recordar quando o Pai derrama sobre ele o Espírito, no Jordão, exclamando: “Este é o meu Filho amado, em quem eu me comprazo” (Mt. 3,17). Eis: o Pai declara o seu infinito amor pelo Filho, derramando sobre ele, feito homem, seu Espírito de amor. Jesus é o Filho amado porque nele repousa o Amor-Deus Espírito Santo! Pois bem, escutemos: “Como o Pai me amou no Espírito, eu também vos amei! Dei-vos o meu Espírito de Amor, que agora habita em vós! Permanecei no meu amor, isto é, deixai-vos guiar pelo meu Espírito, vivei no meu Espírito!” Vede, irmãos, como agora tudo tem sentido, como as palavras de Jesus são profundas! Vede como tudo isso é verdadeiro! Escutai ainda uma palavra da Escritura: “Nisto reconhecemos que permanecemos nele e ele em nós: ele nos deu o seu Espírito!” (1Jo 4,13).

E qual é o sinal de que temos e vivemos no Espírito? Que frutos esse Espírito de Amor, permanecendo em nós, nos dá? O primeiro é cumprir os mandamentos: “Se guardardes os meus mandamentos, é porque permanecereis no meu amor”. É experimentando o amor de Jesus, vivendo na doçura do seu Espírito, que podemos compreender a sabedoria dos preceitos do Evangelho e teremos a força e a doçura para cumpri-los. Como o mundo não conhece nem tem o Espírito Santo de amor, não pode compreender nem gostar dos preceitos do Senhor! Por isso esse tão grande choque entre o que a Igreja propõe em nome de Cristo para a nossa vida moral e aquilo que o mundo propõe! Aborto, eutanásia, uso de preservativos, divórcio, relações pré-matrimoniais, relações homossexuais, riqueza, prazer, etc. Há um abismo entre o sentir do mundo e o sentir do cristão. Somente o cristão, sustentado pelo Santo Espírito de Amor, pode compreender que os mandamentos do Senhor não são pesados, mesmo quando nos parecem difíceis! É o Espírito de Jesus que, habitando em nós, faz-nos permanecer em Jesus e ter prazer e força no cumprimento da sua santa vontade.

Mas, há ainda outro fruto, outro sinal da presença do Espírito em nós: a alegria interior, mesmo em meio a dificuldades, lutas e provações da vida.
Escutai: “Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”. Onde o Espírito de Jesus ressuscitado está presente, a alegria triunfa, porque a morte, a treva, o pecado foram vencidos. Por isso mesmo, o cristão, ainda que entre provações e dificuldades, poderá sempre manter uma profunda alegria interior – a alegria pascal, fruto da presença do Santo Espírito!

Ainda um último sinal dessa doce presença do Espírito do Ressuscitado em nós: o amor fraterno. “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei!” Jesus nos amou até entregar toda a sua vida por nós, como remissão pelos nossos pecados. Pois bem, ao nos dar o seu Espírito de amor, ele nos dá as condições e a graça para amar assim, como ele. Isso é tão forte, que a segunda leitura de hoje nos desafia: “Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, porque Deus é amor. Todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus”. Ainda uma vez mais, meus caros, é no Espírito de Amor que podemos nascer de Deus no Batismo, é no Espírito de Amor que podemos conhecer a Deus como Pai e a Jesus como o Filho amado! É o Espírito de Amor que nos reúne, apesar de sermos tão diferentes! Recordai-vos, caríssimos, da primeira leitura: como o Espírito, descendo sobre a família de Cornélio, que era toda pagã, fez com que Pedro, o Chefe da Igreja, aceitasse os primeiros pagãos na Comunidade cristã! Só no dom do Espírito o nosso coração pode ser aberto a todos, como o coração de Cristo!

A Palavra de Deus hoje escutada já nos aponta para Pentecostes, daqui a quinze dias... Prestai atenção como o fruto da morte e ressurreição de Jesus é o Dom do seu Espírito, que permanece conosco e torna Jesus presente a nós, vivo e vivificante! Estejamos atentos, meus caros: todos temos o mesmo Espírito de amor e no amor que é esse Espírito devemos viver e dar frutos que permaneçam. A Igreja não é uma comunidade de amiguinhos simpáticos entre si; não é a reunião de pessoas interessantes e bem relacionadas! Nada disso! Somos a comunidade reunida em nome de Cristo morto e ressuscitado, nascidos no batismo no seu Espírito Santo, Espírito que nos faz amar a Jesus e, por Jesus, amarmo-nos uns aos outros. Assim sendo, sejamos dóceis ao Espírito, permaneçamos em Cristo e arrisquemos viver de amor. Que no-lo conceda Aquele que, à direita do Pai, deu-nos o Espírito e intercede por nós.

ORAÇÃO
Deus todo poderoso, dai-nos celebrar com fervor esses dias de júbilo em honra do Cristo ressuscitado, para que nossa vida corresponda sempre os mistérios que recordamos.  Amém!

Editado por MFC ALAGOAS