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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

QUARESMA - 40 DIAS DE JEJUM E PENITÊNCIA



Com informações da CNBB

C
hama-se “QUARESMA” os 40 dias de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa. Essa preparação existe desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias, em memória do jejum de Jesus Cristo no deserto. Durante esse tempo a Igreja veste seus ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória", o "Aleluia" e o "Te Deum".

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Nesse tempo santo, a Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade.

Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa.

Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo.

POR QUE A COR ROXA?

A cor litúrgica deste tempo é o roxo que simboliza a penitênica e a contrição. Usa-se no tempo da Quaresma e do Advento.

Nesta época do ano, os campos se enfeitam de flores roxas e róseas das quaresmeiras. Antigamente, era costume cobrir também de roxo as imagens nas igrejas. Na nossa cultura, o roxo lembra tristeza e dor. Isto porque na Quaresma celebramos a Paixão de Cristo: na Via-Sacra contemplamos Jesus a caminho do Calvário

QUAL O SIGNIFICADO DESTES 40 DIAS?

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

O JEJUM

A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função. Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.

Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.

O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.

QUAL É A RELAÇÃO ENTRE CAMPANHA DA FRATERNIDADE E A QUARESMA?

A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.

Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.

QUAIS SÃO OS RITUAIS E TRADIÇÕES ASSOCIADOS COM ESTE TEMPO?

As celebrações têm início no Domingo de Ramos, ele significa a entrada triunfal de Jesus, o começo da semana santa. Os ramos simbolizam a vida do Senhor, ou seja, Domingo de Ramos é entrar na Semana Santa para relembrar aquele momento.

Depois, celebra-se a Ceia do Senhor, realizada na quinta-feira Santa, conhecida também como o lava pés. Ela celebra Jesus criando a eucaristia, a entrega de Jesus e portanto, o resgate dos pecadores.

Depois, vem a missa da Sexta-feira da paixão, também conhecida como Sexta-feira Santa, que celebra a morte do Senhor, às 15h00. Na sexta à noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.

No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo. Os rituais se encerram no Domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O 18º ENCONTRO NACIONAL DO MFC E AS RESPOSTAS NECESSÁRIAS



O 18º ENCONTRO NACIONAL DO MFC E AS RESPOSTAS NECESSÁRIAS

Eduardo Moraes
MFC Vitória da Conquista - Bahia

E
sse 18º ENA que acontecerá na cidade de Vitória da Conquista, de 06 a 12 de julho deste ano, “Famílias abram os olhos para os desafios do século XXI” e “Eu vim para que todos tenham vida em abundância” (Jo. 10,10), deve ter o compromisso em ser anunciador de boas novas, um divisor de águas na história Latino americano do MFC. Neste momento conjuntural, nossa responsabilidade com o presente e futuro do movimento deve extrapolar as banalidades. Deus Pai, Filho e Espírito Santo, nos convoca a sermos precursores e protagonistas, assim como fomos no Concílio Vaticano II. Enquanto movimento de igreja, nesse momento de grande expectativa, com a renúncia de Bento XVI e eleição do novo Papa, todos os cristãos católicos do mundo inteiro rezam por uma nova evangelização consolidando a igreja doméstica.

O sentimento de pertença de todo mfecista com o movimento, brota da identidade com Jesus Cristo e do seu evangelho. Nesse momento, aprofundar essa intimidade com a Família de Nazaré, é fazer acontecer a Igreja serva, ecumênica, doméstica, local e eclesial presente na comunidade e para a comunidade. Todo mfecista comprometido com o reino, deve ser possuidor dos conhecimentos e de todo o contexto histórico de como surgiu, para quê e quais os objetivos do MFC no mundo de hoje.

QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS:

v O que significa, hoje, para o nosso Movimento ser Igreja – comunhão?

v O que significa, hoje, para o nosso Movimento ser Igreja – Povo de Deus?

v O que significa, hoje, para o nosso Movimento ser Igreja – Sacramento Universal de Salvação?

v Estamos sendo sal e luz? Temos sido proféticos? E o nosso testemunho?

v Realmente estamos a serviço da Igreja e do mundo? Qual o nosso compromisso com a evangelização, revitalização e renovação dessa Igreja?

v Nossa fé tem sido madura e autêntica?

v O que é ser mfecista na Igreja e no mundo?

v O carisma do MFC ver, julgar e agir é precursor ao Concílio Vaticano II?

v Qual a principal tarefa do leigo na instituição e no mundo? Construir o reino de Deus aqui na terra agindo apenas nos efeitos sem confrontar a causa?

v Temos participado na sociedade e na Igreja, apoiando os sinais positivos, dando nossa contribuição enquanto leigos e leigas tendo como horizonte o Reino, lutando pela justiça, optando pelos mais pobres, vivendo o compromisso social e vendo a todos como irmãos, praticando a democracia e respeitando a diferença plural?

v O que estamos fazendo para acabar com o binómio hierarquia-laicato e começar a viver o binómio comunidade ministérios?

v O que temos feito para acabar com a passividade coletiva no movimento e a da própria Igreja?

v Conscientes da nossa responsabilidade e situados na realidade atual, temos que perceber melhor o nosso papel e a contribuição que queremos dar.

v Como conseguir viver a fé de uma maneira mais autêntica e mais adulta no interior do Movimento? E o quefazer para que ela se reflita de um modo mais significativo no nosso estilo de vida?

v Que tipo de relacionamento queremos privilegiar no seio da Igreja? Como estamos atentos à diversidade aí existente? Com quem procuramos dialogar?

v Que relacionamento desejamos ter com o Episcopado?

v Como queremos ver operacionalizadas formas democráticas no interior de uma Igreja que, antes de tudo, é Dom?

v Reconhecemos efetivamente que o ecumenismo é um dos principais desafios que se coloca à Igreja?

v Como estamos construindo a unidade nacional do MFC de Norte a Sul de Leste a Oeste em nosso país?

Nossa missão evangelizadora no mundo contemporâneo e complicado deve extrapolar a política da realidade social e econômica. Nossas ações também devem estar voltadas para o lazer, a cultura, a qualidade de vida, das ciências e das artes, da solidariedade internacional, pela democratização do acesso e uso dos meios de comunicação e ainda outras realidades, como seja o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento…

Precisamos levar para o interior da Igreja nossos questionamentos; ter claro um projeto de Igreja e de mundo, ter claro que nosso movimento é de Igreja e do mundo.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

LITURGIA DO 2º DOMINGO DA QUARESMA - 24/02/2013





2º DOMINGO DA QUARESMA


PRIMEIRA LEITURA (Gn 15,5-12.17-18)

Leitura do Livro do Gênesis:
Naqueles dias, 5o Senhor conduziu Abrão para fora e disse-lhe: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz!” E acrescentou: “Assim será a tua descendência”.

6Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça. 7E lhe disse: “Eu sou o Senhor que te fez sair de Ur dos Caldeus, para te dar em possessão esta terra”.

8Abrão lhe perguntou: “Senhor Deus, como poderei saber que vou possuí-la?” 9E o Senhor lhe disse: “Traze-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma rola e de uma pombinha”.

10Abrão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio, mas não as aves, colocando as respectivas partes uma frente à outra.

11Aves de rapina se precipitaram sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotou. 12Quando o sol já ia se pondo, caiu um sono profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e misterioso terror.

17Quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre os animais divididos.

18Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abrão, dizendo: “Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates”.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

RESPONSÓRIO (Sl 26)

- Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,/ meu coração fala convosco confiante!
 — O Senhor é minha luz e salvação;/ de quem eu terei medo?/ O Senhor é a proteção da minha vida;/ perante quem eu tremerei?
— Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,/ atendei por compaixão!/ Meu coração fala convosco confiante,/ é vossa face que eu procuro.
— Não afasteis em vossa ira o vosso servo,/ sois vós o meu auxílio!/ Não me esqueçais nem me deixeis abandonado,/ meu Deus e Salvador!
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver/ na terra dos viventes./ Espera no Senhor e tem coragem,/ espera no Senhor!

SEGUNDA LEITURA (Fl 3,17-4,1)

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:
17Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos.

18Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas.

20Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. 21Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas.

4,1Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

EVANGELHO (Lc 9,28b-36)

Naquele tempo, 28bJesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. 29Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante.

30Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. 31Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém.

32Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.

33E, quando estes dois homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo.

34Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem.

35Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”

36Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

REFLEXÃO
“Escutai o que Ele diz” - Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

TRANSFIGURAÇÃO E PÁSCOA
Em nossa caminhada rumo à Páscoa acompanhamos Jesus em seu deserto e em sua tentação, mas O seguimos também em sua glorificação. No primeiro domingo da Quaresma contemplamos Jesus que sofre a tentação e a vence. A Transfiguração mostra-nos a vitória que teremos. Ela faz ver aos discípulos que o sofrimento da Paixão e Morte é passagem para a glorificação da Ressurreição (prefácio). O escândalo da fragilidade é vencido pela certeza da divindade do Filho junto ao Pai. Esse momento no caminho de Jesus é uma orientação para a comunidade dos discípulos sobre a função da Lei e da Profecia, simbolizadas nas duas maiores personagens do Antigo Testamento: Moisés e Elias. Pedro reflete a mentalidade de muitos cristãos de continuarem no Antigo Testamento ao dizer, quando Elias e Moisés já estão se indo: “É bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Pedro não sabia o que estava dizendo” (Lc 9,33). Está como a dizer: vamos continuar no Antigo Testamento e Jesus compõe com os dois maiores. Era uma tentação grande, sobretudo dos cristãos vindos do judaísmo. A resposta do Pai se faz ouvir: “Da nuvem saiu uma voz que dizia: ‘Este é meu Filho, o Escolhido’” (35). De agora em diante é Ele quem fala. Lucas nos trará esse pensamento mais claro quando diz: “A Lei e os Profetas vieram até João! Daí em diante, é anunciada a boa Nova do Reino de Deus e todos se esforçam por nele entrar, com violência” (Lc 16,16). Ao lado da gloriosa manifestação temos as palavras de Jesus anunciando o sofrimento que passaria na Paixão e Morte. Os discípulos não entenderam, mas ficaram calados. Pedro e os companheiros viveram um momento na glória de Cristo e gostaram, tanto assim que queriam permanecer naquele estado. Contudo, havia um caminho de Calvário a perfazer.

DEUS FEZ ALIANÇA
Deus fez aliança com Abraão, numa maravilhosa teofania (manifestação de Deus). Abrindo os animais ao meio e passando entre eles se põe na mesma situação se não cumprir o pacto com Deus. E Deus faz o mesmo comprometendo e celebrando o sacrifício. Na Quaresma deste ano refletimos, na primeira leitura as alianças de Deus com a humanidade. Em Abraão Deus continua seu desígnio, não correspondido por Adão. Essa aliança culminará em Cristo. Não mais uma terra, mas a vida eterna nos é dada em Cristo Ressuscitado. No seio de Abraão já palpita o Ressuscitado.

SEREMOS SEMELHANTES A ELE
A nossa transfiguração acontecerá a partir do momento em que ouvirmos a Palavra do Filho e a colocarmos em prática. Pedro e os outros discípulos percebem a presença da divindade. Nós caminhamos na presença de Deus. Por isso Paulo diz que “Somos cidadãos do céu... Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante a seu corpo glorioso” (Fl 3,20-21). Como a Quaresma tem também o caráter de preparação para o batismo ou renovação das disposições batismais, a transfiguração nos mostra o que realiza em nós esse sacramento. A espiritualidade cristã não é fazer muitos atos espirituais, mas acolher a Palavra de Jesus e assim nos transformarmos para viver mais intensamente a dimensão Divina que recebemos dos sacramentos, principalmente Batismo e Eucaristia. Por isso: “Continuai firmes no Senhor!” (Fl 4,1).

ORAÇÃO
                             
Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória. Amém!

Editado por Jorge – MFC ALAGOAS

sábado, 23 de fevereiro de 2013

INÍCIO DAS ATIVIDADES DE 2013 DO MFC CURITIBA

Queridos amigos Mefecistas, neste domingo dia 24/02/2013 às 19h acontecerá na Paróquia Nossa Senhora de Salette a tradicional Missa de início das atividades. Após a missa partilharemos de um lanche onde cada família levará um prato de doce ou salgado e uma bebida. Assim começaremos a matar a saudades dos amigos.
                  Sua participação é muito importante!

BOTE FÉ CURITIBA


Alguns integrantes do MFC Jovem de Curitiba, participaram hoje à tarde na praça Nossa Senhora de Salette do Bote Fé Curitiba, onde a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude foram recebidos com muita alegria.



Bote Fé reúne centenas de jovens no Centro Cívico



O evento religioso Bote Fé Curitiba, que ocorre ao longo de todo deste sábado (23) na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico de Curitiba, já reúne centenas de jovens no gramado da praça. Eles acompanham uma série de atividades que estão sendo realizadas em dois palcos instalados no local e esperam pela chegada da Cruz Peregrina e do ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude 2013 (JMJ), que ocorrerá no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho.
A recepção aos símbolo ocorrerá em vários bairro de Curitiba, além de passar pelo Colégio Marista, pela PUCPR e pela UFPR. A acolhida vai até terça-feira. Curitiba é a última capital brasileira a receber os símbolos.
Por volta das 10h, os jovens, que segundo a Polícia Militar já eram mais de 400, trocavam impressões sobre o evento e discutiam a participação na JMJ, que é um evento anual promovida pela Igreja Católica para sensibilizar e congregar a juventude. Um pouco, antes, o público havia assistido a uma missa e a um grupo de dança. Um outro grupo havia ido buscar os símbolos em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba. 
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1347772


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

COMEÇA AMANHÃ AS INSCRIÇÕES PARA O 18º ENA





C
omeça nesta sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013 as inscrições para participação no 18º Encontro Nacional do MFC que acontecerá de 6 a 12 de julho do corrente ano em Vitória da Conquista – Bahia.

Pela primeira vez o processo será on-line, realizado diretamente no site do MFC VITÓRIA DA CONQUISTA  - www.mfcconquista.org e se encerrará no dia 31 de março.

Será disponibilizado um questionário com perguntas e respostas sobre o ENA, uma espécie de tira-dúvidas que ajudará a todos no processo de inscrição, visando o esclarecimento de alguns pontos importantes.

Com a criação do formulário digital, de fácil entendimento e autoexplicativo, o interessado fará o preenchimento e aguardará a validação de sua inscrição pelo coordenador de seu estado.

Todo mefecista poderá acompanhar tudo que acontece no 18º ENA, bastando somente que se cadastre no newsletter disponível no Site, um tipo de comunicação que divulgará semanalmente por e-mail informações sobre as principais ocorrências do evento.  Para realizar o cadastramento o interessado deverá incluir apenas seu nome e e-mail no site do MFC CONQUISTA.

A Coordenação de Infraestrutura do 18º Encontro Nacional do MFC aguarda a todos com muita alegria, e trabalha para que este seja o melhor ENA de todos os tempos.

ANOTAÇÕES SOBRE O 2º MÓDULO ENA 2013



    
Revisitando o Concílio Vaticano II Cinquenta Anos Depois
A Primavera do Cristianismo na Igreja Católica

Eduardo Moraes
MFC Vitória da Conquista/Bahia

O
 Concílio Vaticano II, primavera e verão na história da Igreja Católica Apostólica Romana que, infelizmente, a maioria dos que professam a fé católica, mesmo aos cinquenta anos do Concílio, ainda não compreenderam a dimensão do seu significado, não se apropriando da força dessa primavera para a construção diária da Igreja doméstica. Todos nós, católicos leigos, religiosos e presbíteros, precisamos nos apropriar da atualidade do Concílio, especialmente nesses dias, onde as Igrejas esvaziam-se como a fé, tornando-se grandes mecas.

É nossa tarefa construir a igreja doméstica, fortalecer a Pastoral familiar, frear o individualismo e o consumismo, prática endeusada na sociedade atual, onde tudo é descartável e o ter sobrepõe ao ser. O Concílio convocado pelo Papa João XXIII, para atualizar a ação evangelizadora, consolidando a unidade da Igreja, deve servir de guia para os escolhidos ao 18º Encontro Nacional do Movimento Familiar Cristão do Brasil, que será celebrado brevemente em Vitória da Conquista, de 06 a 12 de julho de 2013.

O MFC, em seus quase 60 anos de existência, tem a oportunidade em seu 18º Encontro Nacional, de se atualizar, descongelar, quebrar o gelo, fazendo avançar o nosso protagonismo na construção de famílias saudáveis, vivendo com dignidade em um mundo novo, onde valores como a ética, fraternidade, solidariedade e irmandade, sejam uma prática comum entre as pessoas, se completando umas nas outras e não na força do capital. Revisitar o Concílio Vaticano II, estudar e entender os documentos que dão base ao nosso movimento que não se fecha em si mesmo, mas acima de tudo, busca o ecumenismo.

Todo Mfecista precisa ter consciência do seu papel e do compromisso do movimento em construir famílias mais felizes e consequentemente, um mundo justo e fraterno, daí o porquê do 18º ENA ser um divisor de águas para a unidade do MFC do Brasil, pois só assim descongelaremos a apatia que hoje grassa entre os mfecistas. Para isso, o estudo diário que sustente e alargue a compreensão do que é ser mfecista, cristão maduro, cidadão agente ativo na sociedade onde vive se mirando em Cristo, lutar para entender a si e com a força do Espírito Santo, fazer chegar o carisma do MFC em todos os lares do Brasil e mudar o mundo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CORREIO MFC BRASIL Nº 310




    
BENTO XVI RENUNCIOU, VIVA O PAPA!
Luiz Alberto Gómez de Souza
Sociólogo, diretor do Programa Ciência e Religião da UCAM

Assim se proclamava, nas monarquias, quando um rei morria ou era deposto e o sucessor vinha saudado. Mais importante do que o panegírico do que partia, era hora de olhar para frente, com esperança ou receios.

E
u estava numa reunião no palácio São Joaquim, aqui no Rio, em 2005, durante o último conclave, almoçando com os bispos auxiliares, quando foi anunciada a fumaça branca. Saímos da mesa e corremos à televisão. Foi quando eu disse: “Não sei quem será, mas vai chamar-se Bento XVI”. Quando Ratzinger saiu no balcão, alguns me olharam como se eu tivesse feito uma adivinhação. Na verdade, foi uma aposta por eliminação. O novo papa certamente não retomaria a série dos Pios, não seria um seguimento de João ou de Paulo, nem do composto João Paulo. Restava, no século XX, um papa, Bento XV, que ficara poucos anos, de 1914 a 1922, mas que interrompera a caça antimodernista de Pio X. Não saiu papa um reacionário como o secretário de estado espanhol Merry Del Val (o Sodano ou o Bertone daquele momento). Era um bispo de uma diocese importante, Bolonha, que fora pouco antes denunciado de modernista, em carta, a seu antecessor. O novo papa abriu a missiva, lacrada por ocasião da morte de Pio X e convocou o assustado acusador.

Uma lógica destas apontaria, indo um pouco mais atrás, na eleição de 1878, para um possível futuro Leão XIV. O papa anterior do mesmo nome também interrompera a prática de seus dois antecessores reacionários, Gregório XVI e Pio IX. E indicou que esperassem o próximo consistório, para verem seu novo estilo. E foi então quando nomeou cardeal o grande teólogo John H. Newman, convertido da Igreja Anglicana, crítico do Vaticano I e mal visto pelo outro cardeal inglês, Henry Manning. Aliás, o papa Bento XVI tinha Newman em grande admiração e o beatificou em 2010 (alguns historiadores, para incômodo de muitos, falaram de um companheiro de toda a vida, enterrado junto com ele, numa possível porém incerta relação homossexual, o que não diminuiria em nada seu enorme valor). Mas atenção, voltando ao presente, as lógicas não se repetem e o futuro é sempre inesperado.

Com o atual precedente, um papa pode (e até deve, em certos casos) deixar o poder ainda em vida, num movimento que passa dos poderes absolutos e pro vita, para uma visão com possíveis prazos para o exercício de um poder que aparecia nos últimos séculos como irrenunciável .

O importante agora é descobrir o que estará diante do futuro papa. Tudo parece indicar que João Paulo I morreu ao tomar consciência da dimensão dos problemas que o esperavam. Carlo Martini (que tantos sonhamos como um possível “Papa bianco”), em 1999 lembrou temas estratégicos a serem enfrentados por possíveis futuros concílios: a posição da mulher na sociedade e na Igreja, a participação dos leigos em algumas responsabilidades ministeriais, a sexualidade, a disciplina do matrimônio, a prática do sacramento da penitência, a relação com as Igrejas irmãs da ortodoxia e, em um nível mais amplo, a necessidade de reavivar a esperança ecumênica. Poderíamos agora dizer que são temas colocados hoje diante do papa que vem aí.

Cada vez é mais importante desbloquear posições congeladas. Uma, urgente, seria superar o impasse criado por Paulo VI em 1968, no seu documento Humanae Vitae, sobre a contracepção. Tratar-se-ia de aceitar, ao nível do magistério, o que já é uma prática normal de um número enorme de fiéis: o uso dos contraceptivos.

Mas nos textos de teólogos espanhóis, sacerdotes alemães e austríacos, declarações de bispos australianos, estão outros pontos da agenda.Haveria que começar por superar a dualidade e uma hierarquia rígidas entre ministérios ordenados (dos padres) e não ordenados, abrindo para uma pluralidade de ministérios (serviços), como na Igreja dos primeiros séculos. E aí se coloca o tema da ordenação das mulheres. No dia da ressurreição, as mulheres foram as primeiras a serem enviadas (ordenadas) a anunciar a Boa Nova (Mateus, 28,7; Marcos, 16,7:”Ide dizer aos discípulos e também a Pedro...”; Lucas, 24,9; João, 20,17).

Teria também que desaparecer o que é apenas próprio da Igreja latina desde o milênio passado: o celibato obrigatório. O celibato é próprio da vida religiosa em comunidade e não necessariamente dos presbíteros (sacerdotes). Os escândalos recentes de uma sexualidade reprimida e doentia estão exigindo uma severa revisão. Isso levaria a ordenar homens e mulheres casados.

Há que levar a sério a ideia da colegialidade do Vaticano II, sendo o bispo de Roma o primeiro entre todos no episcopado. Numa visão ecumênica, o segundo seria o Patriarca de Constantinopla, que vive no Fanar, um bairro grego pobre de Istambul, onde estive no ano passado. Os encontros fraternos e a oração em comum de João XXIII e de Paulo VI com o patriarca Atenágoras, foram abrindo caminho nessa direção.

Claro, são antes de tudo anseios, mais do que possibilidades certas. Mas a história é inexorável e, pouco a pouco, posições que pareciam petrificadas podem ir sendo revistas ou, pelo menos, vão crescendo pressões nesse sentido. A Igreja, arejada por tempos novos na sociedade, seculares e republicanos, não poderá ficar à margem de um processo histórico contagiante. Talvez temas congelados terão que esperar futuros pontificados ou outros concílios, mas estarão cada vez mais presentes e incômodos, num horizonte que desafia os imobilismos.
  
OS ANOS DE CHUMBO (X)
O DEPOIMENTO-CONFISSÃO
DE UM CRIMINOSO

Destaques das notas do jornalista Pedro Pomar*, publicadas em 13/07/2012, sobre o livro “Memórias de uma guerra suja” (editora Topbooks, 291 páginas), que traz longo depoimento do ex-delegado de polícia Cláudio Guerra sobre os crimes que cometeu a serviço da Ditadura Militar, recolhido pelos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto.

“(...) Após ler a obra, convenci-me de que se trata de importantíssimo subsídio para uma investigação acurada de diversos episódios-chave da repressão política levada a cabo pelo regime militar. Isso não quer dizer que se deve tomar por integralmente corretas e confiáveis as versões apresentadas por Cláudio Guerra para os muitos casos apresentados no livro. (...)

Uma das mais impactantes revelações de Guerra é a de que pelo menos onze corpos de militantes de esquerda torturados e assassinados pela Ditadura Militar foram incinerados por ele na década de 1970, no forno da usina de açúcar Cambahyba, localizada em Campos (RJ) e pertencente ao então vice-governador Heli Ribeiro Gomes. No livro ele cita dez corpos, mas em visita posterior ao local o ex-delegado lembrou-se de outro. A visita foi acompanhada por um dos jornalistas co-autores do livro (Marcelo Netto), por agentes da Polícia Federal e pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Segundo o advogado, um antigo funcionário relatou a presença frequente de militares na usina. (...)

Neste caso específico, as declarações do ex-delegado são bastante consistentes. (...) Guerra diz que a decisão de incinerar foi tomada em fins de 1973 (p. 50). (...). Também do ponto de vista geográfico a explicação é plausível, pois quase todos esses militantes passaram pelos cárceres do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, na rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, e vários foram sabidamente conduzidos à “Casa da Morte”, em Petrópolis. Portanto a usina Cambahyba era relativamente próxima do local onde as pessoas foram assassinadas. (...)

Outra revelação importante diz respeito ao paradeiro do corpo de Nestor Veras, militante que ingressou ainda jovem no PCB, nos anos 1940, desaparecido desde abril de 1975 sem qualquer pista. Guerra assume a execução de Veras, que “tinha sido muito torturado e estava agonizando” na Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte. “Eu lhe dei o tiro de misericórdia, na verdade dois”, relata (p. 39). O membro do comitê central do PCB teria sido enterrado numa mata próxima a Belo Horizonte, “na estrada para Itabira” (p. 64).

O ex-delegado descreve também no livro como e onde aconteciam as reuniões dos comandantes da tortura no Rio de Janeiro: no restaurante Angu do Gomes, próximo à Praça Mauá, e numa sauna vizinha. Reportagem posterior à publicação dos trechos do livro confirmou a existência do local, e o antigo dono atestou informações de Guerra sobre os frequentadores. Entre eles, os coronéis Freddie Perdigão, figura central do DOI-CODI do I Exército, Marcelo Romeiro da Roza, Otelo da Costa Ortiga (p. 177), todos do Exército, o comandante Antonio Vieira, da Marinha, e outros oficiais superiores. (...)

O clímax desse processo conspirativo foi o frustrado atentado ao Riocentro, no Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, planejado pelos comandantes do DOI-CODI do I Exército com a finalidade de acuar a esquerda (e o governo). Os conspiradores pretendiam explodir três bombas no local, onde se realizava um grande show em homenagem ao Dia do Trabalho, com a participação de artistas de renome nacional. “Participei do atentado ao Riocentro e fiz parte das várias equipes que tentaram provocar aquela que seria a maior tragédia, o grande golpe contra o projeto de abertura democrática”, conta Guerra.

Para azar dos assassinos e sorte de quem participava do show, uma das bombas explodiu acidentalmente no colo do sargento Guilherme do Rosário, especialista em explosivos do DOI-CODI, que morreu dentro do carro em que ainda se encontrava com outro militar, o capitão Wilson Machado, que ficou gravemente ferido. (...)

Parece razoavelmente convincente a narrativa de Guerra sobre o atentado ao Riocentro. Uma das novidades, em relação ao que já se sabia, é que o à época major (ou tenente-coronel) Carlos Alberto Brilhante Ustra, que na década anterior comandara o DOI-CODI do II Exército, teria sido um de seus mentores, ao lado dos oficiais Perdigão e Vieira (p. 164). “Ustra, muito respeitado entre nós, veio de Brasília para acompanhar o atentado”, relembra o ex-delegado (p. 169). Até então, o que se sabia sobre esse militar, único declarado torturador em sentença judicial até agora, era seu envolvimento em diversos casos de tortura e morte de presos políticos. (...)

O livro tem problemas, é possível que algumas de suas afirmações sejam incorretas ou inverídicas, mas é inegável que ele joga luz sobre episódios da Ditadura Militar que não podem ser esquecidos.

*Pedro Pomar é jornalista, editor da Revista Adusp e doutor em Ciências da Comunicação.

FRASES SEMPRE LEMBRADAS
William Shakespeare
A sorte só põe o que Deus dispõe.
Somos feitos da matéria dos sonhos; nossa vida pequenina é cercada pelo sono.
Mais rico o sentimento em conteúdo do que em palavras, sente-se orgulhoso com a própria essência, não com os ornamentos.
Muito mais feliz na terra é a rosa que destilar se deixa do que quantas no espinho virgem crescem, vivem, morrem em sua solitária beatitude.


CORREÇÃO: Na edição anterior deste Correio foi omitido o nome de João Tavares, autor da tradução do artigo de Bernard Häring sobre a sucessão do papa, Tradução do original italiano. Pedimos desculpas pela omissão involuntária.