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terça-feira, 29 de março de 2016

Jesus ressuscitado


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba 

No dia seguinte ao sepultamento de Jesus, o sepulcro onde seu corpo tinha sido depositado foi encontrado vazio, a pedra estava removida e os panos mortuários dobrados ao lado. Um morto, que aparece vivo e vai ao encontro das pessoas, confirmando sua ressurreição. O espanto fez com que o apóstolo Tomé dissesse numa profissão de fé, “Meu Senhor e meu Deus!” (20,28).
Com a morte Jesus termina sua missão, como presença física, na terra. Mas Ele preparou um grupo de pessoas para dar continuidade à ação evangelizadora. Isso continua ressoando até hoje nas palavras de fé assumidas por muitos evangelizadores. O próprio Jesus disse que estaria presença nessa ação, o que daria aos pregadores a fecundidade naquilo que realmente acreditam.
Estamos em novos tempos. O Espírito Santo prometido por Jesus à Igreja continua com a mesma força nos dias de hoje, ajudando as pessoas no testemunho da ressurreição do Senhor. Mas é uma ação que não pode ficar apenas dentro das Igrejas. O cristão deve ter a postura de Cristo em todos os lugares, principalmente no cargo de decisão, colocando no alvo o bem das pessoas.
Como entender os critérios éticos naqueles que governam e exploram nosso país. Eles também deveriam ser fieis agentes dos indicadores da Palavra de Deus! Mas parece que “tudo” tem sido feito dentro da “Lei de Gerson”, sempre tirando proveito em benefício próprio. O critério de Jesus era outro, porque o bem comum passava por cima dos atos que provocam o acúmulo de poucos.
Entendo que experimentamos um momento de ressurreição do nosso país. Muitas das suas lideranças vinham provocando sua morte, agindo como verdadeiros exploradores do bem público. Que bom que o poder judiciário e a polícia têm cumprido sua função, inclusive colocando empresários e políticos inescrupulosos na cadeia. O que tem acontecido precisa continuar com coragem.
Deus não quer a infelicidade para o povo. Mas se agimos de forma irresponsável, não levando em conta a prática da justiça social e nem a partilha dos bens que são de todos, provocamos a morte de nós mesmos. Sofremos as consequências de ter que pagar pelo mal feito. Não só o Brasil, mas o mundo está experimentando e sofrendo os resultados de ações mal feitas na humanidade.

domingo, 27 de março de 2016

Papa faz apelo pela paz em sua mensagem de Páscoa


O Papa Francisco presidiu, na manhã deste Domingo de Páscoa (27/03), no adro da Basílica de São Pedro, a solene celebração Eucarística da Ressurreição do Senhor, da qual participaram milhares de fiéis e peregrinos de várias partes do mundo.

A cerimônia teve início com o rito do Ressurexit, anúncio da Ressurreição do Senhor. O Papa não fez a homilia durante esta celebração, pois ao final da cerimônia dirigiu aos fiéis suas felicitações de Santa Páscoa e concedeu a Bênção “Urbi et Orbi” à Cidade de Roma e ao mundo inteiro, do balcão central da Basílica Vaticana.

A Praça São Pedro foi adornada com mais de 35 mil flores e plantas provenientes da Holanda, como acontece há 30 anos consecutivos por ocasião da solenidade pascal, uma oferta que o Papa agradeceu.

“Jesus Cristo, encarnação da misericórdia de Deus, por amor morreu na cruz e por amor ressuscitou. Por isso, proclamamos hoje: Jesus é o Senhor! A sua Ressurreição realizou plenamente a profecia do Salmo: A misericórdia de Deus é eterna, o seu amor é para sempre, não morre jamais. Podemos confiar completamente Nele e damos-lhe graças porque por nós Ele desceu ao fundo do abismo”, disse Francisco na mensagem Urbi et Orbi, proferida neste Domingo de Páscoa.

“Diante dos abismos espirituais e morais da humanidade, diante dos vazios que se abrem nos corações e que provocam ódio e morte, somente uma infinita misericórdia pode nos dar a salvação. Só Deus pode preencher com o seu amor esses vazios, esses abismos, e fazer-nos não afundar, mas continuar caminhando juntos em direção à Terra da liberdade e da vida.” E o pontífice que acrescentou:

“O anúncio jubiloso da Páscoa: Jesus, o crucificado, não está aqui, ressuscitou nos dá a certeza consoladora de que o abismo da morte foi superado e com ele foram derrotados o luto, o pranto e a dor. O Senhor, que sofreu o abandono dos seus discípulos, o peso de uma condenação injusta e a vergonha de uma morte infame, nos faz agora compartilhar a sua vida imortal, e nos oferece o seu olhar de ternura e compaixão para com os famintos e sedentos, com os estrangeiros e prisioneiros, com os marginalizados e descartados, com as vítimas de abuso e violência. O mundo está cheio de pessoas que sofrem no corpo e no espírito, enquanto as crônicas diárias estão repletas de relatos de crimes brutais, que muitas vezes acontecem dentro dos lares, e de conflitos armados numa grande escala que submetem populações inteiras a provações inimagináveis.”

A seguir, Francisco recordou as nações que estão em conflito:

“Cristo ressuscitado indica caminhos de esperança para a querida Síria, um País devastado por um longo conflito, com o seu cortejo triste de destruição, morte, de desprezo pelo direito humanitário e desintegração da convivência civil. Confiamos ao poder do Senhor ressuscitado os colóquios em andamento, de modo que, com a boa vontade e a cooperação de todos, seja possível colher os frutos da paz e dar início à construção de uma sociedade fraterna, que respeite a dignidade e os direitos de cada cidadão. A mensagem de vida proclamada pelo anjo junto da pedra rolada do sepulcro, vença a dureza dos corações e promova um encontro fecundo entre povos e culturas nas outras regiões da bacia do Mediterrâneo e do Oriente Médio, particularmente no Iraque, Iêmen e na Líbia.”

“A imagem do homem novo, que resplandece no rosto de Cristo, favoreça a convivência entre israelenses e palestinos na Terra Santa,bem como a disponibilidade paciente e o esforço diário para trabalhar no sentido de construir as bases de uma paz justa e duradoura através de uma negociação direta e sincera. O Senhor da vida acompanhe também os esforços para alcançar uma solução definitiva para a guerra na Ucrânia, inspirando e apoiando igualmente as iniciativas de ajuda humanitária, entre as quais a libertação das pessoas detidas.”

O Papa também lembrou os ataques terroristas que ceifaram a vida de tantas pessoas:

“O Senhor Jesus, nossa paz, que ressuscitando derrotou o mal e o pecado, possa favorecer, nesta festa de Páscoa, a nossa proximidade às vítimas do terrorismo, forma de violência cega e brutal que continua derramando sangue inocente em diversas partes do mundo, como aconteceu nos ataques recentes na Bélgica, Turquia, Nigéria, Chade, Camarões e Costa do Marfim. Possam frutificar os fermentos de esperança e as perspectivas de paz na África; penso de modo particular ao Burundi, Moçambique, República Democrática do Congo e o Sudão do Sul, marcados por tensões políticas e sociais.”

“Com as armas do amor, Deus derrotou o egoísmo e a morte; seu Filho Jesus é a porta da misericórdia aberta para todos. Que a sua mensagem pascal possa se projetar cada vez mais sobre o povo venezuelano nas difíceis condições em que vive e sobre aqueles que detêm em suas mãos os destinos do País, para que se possa trabalhar em vista do bem comum, buscando espaços de diálogo e colaboração ente todos. Que de todos os lados possam ser tomadas medidas para promover a cultura do encontro, a justiça e o respeito mútuo, que podem garantir o bem-estar espiritual e material dos cidadãos.”

“O Cristo ressuscitado, anúncio de vida para toda a humanidade, reverbera através dos séculos e nos convida a não esquecer dos homens e mulheres a caminho em busca de um futuro melhor, grupos cada vez mais números de migrantes e refugiados – dentre os quais muitas crianças - que fogem da guerra, da fome, da pobreza e da injustiça social. Esses nossos irmãos e irmãs, que nos seus caminhos encontram com demasiada frequência a morte ou a recusa dos que poderiam oferecer-lhes hospitalidade e ajuda. Que a próxima reunião da Cúpula Mundial Humanitária não deixe de colocar no centro a pessoa humana com a sua dignidade e possa desenvolver políticas capazes de ajudar e proteger as vítimas de conflitos e de outras situações de emergência, especialmente os mais vulneráveis e os que sofrem perseguição por motivos étnicos e religiosos.”

“Neste dia glorioso, 'alegra-se a terra inundada de grande esplendor', mas ainda tão abusada e vilipendiada por uma exploração gananciosa pelo lucro, que altera o equilíbrio da natureza. Penso em particular nas regiões afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas, que muitas vezes causam secas ou violentas inundações, resultando em crises alimentares em diferentes partes do planeta”, disse ainda o Papa.

“Com nossos irmãos e irmãs que são perseguidos por causa da sua fé e por sua lealdade ao nome de Cristo e diante do mal que parece prevalecer na vida de tantas pessoas, ouçamos novamente as palavras consoladoras do Senhor: «Não tenham medo! Eu venci o mundo!» Hoje é o dia radiante desta vitória, porque Cristo calcou a morte e com a sua ressurreição fez resplandecer a vida e imortalidade. «Ele nos fez passar da escravidão à liberdade, da tristeza à alegria, do luto à festa, das trevas à luz, da escravidão à redenção. Por isso, proclamemos diante d’Ele: Aleluia!»”

Francisco concluiu a mensagem Urbi et Orbi com as seguintes palavras:

“Para aqueles em nossas sociedades que perderam toda a esperança e alegria de viver, aos idosos oprimidos que na solidão sentem as forças desvanecer, aos jovens aos quais parece não existir o futuro, a todos eu dirijo mais uma vez as palavras do Ressuscitado: «Eis que eu faço novas todas as coisas... a quem tem sede eu darei gratuitamente da fonte de água viva». Que esta mensagem consoladora de Jesus possa ajudar cada um de nós a recomeçar com mais coragem e esperança, para assim construir estradas de reconciliação com Deus e com os irmãos.”


sábado, 26 de março de 2016


Antiga Homilia no Grande Sábado Santo – Século IV
Autor grego desconhecido
Da Liturgia das Horas – II leitura do Sábado Santo.

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam havia séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai, antes de tudo, à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, e agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e, com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: “Saí!”; e aos que jaziam nas trevas: “Vinde para a luz!”; e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”.

Eu te ordeno: acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te, obra de minhas mãos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra, e fui mesmo sepultado abaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê, nas minhas faces, as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, a tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti, para retirar dos teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava voltada contra ti.

Levanta-te, vamo-nos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, constituído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Saiba como foi a Via-Sacra com o Papa Francisco

Ao final das 14 estações da Via-Sacra no Coliseu de Roma, o Papa Francisco fez uma oração para denunciar as infinitas cruzes que atormentam a humanidade hoje.

O Pontífice condenou os fundamentalismos, o terrorismo, as guerras e os corruptos. Denunciou a destruição do meio ambiente em detrimento das futuras gerações, os mares que se tornaram “cemitérios insaciáveis”. O Papa falou também dos “ministros infiéis” que despojam os inocentes da sua dignidade. E rezou pelos idosos abandonados, pelas pessoas com deficiência e pelas crianças desnutridas.

Por outro lado, como sinais de esperança, Francisco citou religiosas e consagrados – “os bons samaritanos” – que abandonam tudo para faixar as feridas das pobrezas e da injustiça. E as pessoas que sonham com um coração de criança e que trabalham cada dia para tornar o mundo um lugar melhor, mais humano e mais justo.

“Ó Cruz de Cristo, ensina-nos que o amanhecer do sol é mais forte do que a escuridão da noite. Ó Cruz de Cristo, ensina-nos que a aparente vitória do mal se dissipa diante do túmulo vazio e perante a certeza da Ressurreição e do amor de Deus que nada pode derrotar, obscurecer ou enfraquecer”, pediu por fim o Santo Padre.



Abaixo, leia a oração do Papa Francisco

Ó Cruz de Cristo!

Ó Cruz de Cristo, símbolo do amor divino e da injustiça humana, ícone do sacrifício supremo por amor e do egoísmo extremo por insensatez, instrumento de morte e caminho de ressurreição, sinal da obediência e emblema da traição, patíbulo da perseguição e estandarte da vitória.

Ó Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos erguida nas nossas irmãs e nos nossos irmãos assassinados, queimados vivos, degolados e decapitados com as espadas barbáricas e com o silêncio velhaco.

O Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos nos rostos exaustos e assustados das crianças, das mulheres e das pessoas que fogem das guerras e das violências e, muitas vezes, não encontram senão a morte e muitos Pilatos com as mãos lavadas.

Ó Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos nos doutores da letra e não do espírito, da morte e não da vida, que, em vez de ensinar a misericórdia e a vida, ameaçam com a punição e a morte e condenam o justo.

Ó Cruz de Cristo, ainda hoje te vemos nos ministros infiéis que, em vez de se despojarem das suas vãs ambições, despojam mesmo os inocentes da sua dignidade.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos corações empedernidos daqueles que julgam comodamente os outros, corações prontos a condená-los até mesmo à lapidação, sem nunca se darem conta dos seus pecados e culpas.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos fundamentalismos e no terrorismo dos seguidores de alguma religião que profanam o nome de Deus e o utilizam para justificar as suas inauditas violências.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje naqueles que querem tirar-te dos lugares públicos e excluir-te da vida pública, em nome de certo paganismo laicista ou mesmo em nome da igualdade que tu própria nos ensinaste.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos poderosos e nos vendedores de armas que alimentam a fornalha das guerras com o sangue inocente dos irmãos.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos traidores que, por trinta dinheiros, entregam à morte qualquer um.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos ladrões e corruptos que, em vez de salvaguardar o bem comum e a ética, vendem-se no miserável mercado da imoralidade.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos insensatos que constroem depósitos para armazenar tesouros que perecem, deixando Lázaro morrer de fome às suas portas.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos destruidores da nossa «casa comum» que, egoisticamente, arruínam o futuro das próximas gerações.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos idosos abandonados pelos seus familiares, nas pessoas com deficiência e nas crianças desnutridas e descartadas pela nossa sociedade egoísta e hipócrita.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje no nosso Mediterrâneo e no Mar Egeu feitos um cemitério insaciável, imagem da nossa consciência insensível e narcotizada.

Ó Cruz de Cristo, imagem do amor sem fim e caminho da Ressurreição, vemos-te ainda hoje nas pessoas boas e justas que fazem o bem sem procurar aplausos nem a admiração dos outros.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos ministros fiéis e humildes que iluminam a escuridão da nossa vida como velas que se consumam gratuitamente para iluminar a vida dos últimos.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos rostos das religiosas e dos consagrados – os bons samaritanos – que abandonam tudo para faixar, no silêncio evangélico, as feridas das pobrezas e da injustiça.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos misericordiosos que encontram na misericórdia a expressão mais alta da justiça e da fé.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nas pessoas simples que vivem jubilosamente a sua fé no dia-a-dia e na filial observância dos mandamentos.

O Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos arrependidos que, a partir das profundezas da miséria dos seus pecados, sabem gritar: Senhor, lembra-Te de mim no teu reino!

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos Beatos e nos Santos que sabem atravessar a noite escura da fé sem perder a confiança em ti e sem a pretensão de compreender o teu silêncio misterioso.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nas famílias que vivem com fidelidade e fecundidade a sua vocação matrimonial.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos voluntários que generosamente socorrem os necessitados e os feridos.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos perseguidos pela sua fé que, no sofrimento, continuam a dar testemunho autêntico de Jesus e do Evangelho.

Ó Cruz de Cristo, vemos-te ainda hoje nos que sonham com um coração de criança e que trabalham cada dia para tornar o mundo um lugar melhor, mais humana e mais justo.

Em ti, Santa Cruz, vemos Deus que ama até ao fim, e vemos o ódio que domina e cega os corações e as mentes daqueles que preferem as trevas à luz.

Ó Cruz de Cristo, Arca de Noé que salvou a humanidade do dilúvio do pecado, salva-nos do mal e do maligno! Ó Trono de David e selo da Aliança divina e eterna, desperta-nos das seduções da vaidade! Ó grito de amor, suscita em nós o desejo de Deus, do bem e da luz.

Ó Cruz de Cristo, ensina-nos que o amanhecer do sol é mais forte do que a escuridão da noite. Ó Cruz de Cristo, ensina-nos que a aparente vitória do mal se dissipa diante do túmulo vazio e perante a certeza da Ressurreição e do amor de Deus que nada pode derrotar, obscurecer ou enfraquecer. Amém!

quarta-feira, 23 de março de 2016

O Ano Jubilar nas dioceses brasileiras


A edição desta quarta-feira (23/03) do “Porta Aberta no Ano da Misericórdia” é dedicada ao Brasil, a como algumas dioceses estão vivendo este Ano Jubilar.

Começamos com Padre Vanthuy Neto, teólogo com mestrado em história das missões, diretor executivo do Instituto de Teologia de Ensino Superior da Amazônia, em Manaus. Ele fala qual é a misericórdia hoje que a Amazônia mais necessita.

Já o Bispo Auxiliar de Brasília, Dom Leonardo Steiner, Secretário-geral da CNBB, fala da misericórdia no âmbito do diálogo inter-religiosos. “Caridade não tem fé”, afirma ele, “não é exclusividade dos cristãos.”

De Brasília vamos a Salvador. O Arcebispo Dom Murilo Krieger nos fala como seus fiéis estão vivendo este Ano Santo.

E de Salvador concluímos esse giro pelas dioceses brasileiras no Rio de Janeiro, com a entrevista ao Bispo Auxiliar, Dom Paulo César Costa.

O Programa se conclui com a Superiora da Congregação da Divina Providência, Ir. Márian Ambrósio. Ela comenta mais uma das obras corporais de misericórdia: visitar os prisioneiros, uma das obras mais desafiadoras.


Fonte: Rádio Vaticano

terça-feira, 22 de março de 2016

Recolhimento da pertença

Caros Senhores Coordenadores:

Que a Paz do Senhor nosso Deus esteja em vossos lares.

Diante de qualquer organização que escolhemos participar é necessário fazer parte, ser presente, Pertencer.

É com esse pensamento que solicitamos a vocês Coordenadores, junto a suas Equipes-Base descobrirem uma maneira de facilitar os recolhimento das pertenças.

É certo que devemos recolher, Juntos somos mais fortes.

MFCista a força de nossas ações depende da nossa união.

Paz e Bem
Coordenação de Cidade - ECCI
MFC Curitiba

segunda-feira, 21 de março de 2016

Frei Chico é destaque na Gazeta do Povo

Na edição do último final de semana, o jornal Gazeta do Povo, por meio da coluna do jornalista José Carlos Fernandes, publicou uma matéria sobre o Frei Chico, o. Carm, na qual relata toda a sua e trajetória e o trabalho desenvolvido nas Casas do Servo Sofredor.

Para acessar a reportagem clique na imagem abaixo.


domingo, 20 de março de 2016

A importância do Domingo de Ramos


A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas esse mesmo povo tinha se enganado no tipo de Messias que Cristo era. Pensava que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.

Os ramos lembram nosso batismo


Esses ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que esta é desvalorizada e espezinhada. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente. E nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai. A Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos causados pelas mãos do soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.

Entrada “solene” de Jesus em Jerusalém

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade há nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse Domingo de Ramos! O Mestre nos ensina, com fatos e exemplos, que o Reino d’Ele, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível: o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la. A muitos o Senhor Jesus decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre.

Muitos pensam: “Que Messias é esse? Que libertador é esse? É um farsante! É um enganador que merece a cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado. O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei Sagrada de Deus, que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses, e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”. O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar diante d’Aquele que veio ao mundo para salvá-lo.
Prof. Felipe Aquino

terça-feira, 15 de março de 2016

19º ENA



Estão abertas as inscrições para o 19º ENA, que acontecerá entre os dias 16 e 22 de julho, em Maringá.

Os interessados em participar do principal encontro do Movimento Familiar Cristão no Brasil deverá preencher o formulário no link abaixo:

http://www.mfc.org.br/inscricoes/

O investimento é de R$250,00 por pessoa e R$125,00 para jovens (15 a 24 anos).


sábado, 12 de março de 2016

Papa: amar significa oferecer aos irmãos um serviço concreto


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco conduziu, neste sábado (12/03), na Praça São Pedro, mais uma Audiência Jubilar neste Ano Extraordinário da Misericórdia. Participaram do encontro 50 mil fieis.

“Estamos nos aproximando da festa de Páscoa, mistério central de nossa fé. O Evangelho de João, como ouvimos, narra que antes de morrer e ressuscitar por nós, Jesus fez um gesto que ficou marcado na memória dos discípulos: o lava-pés. Um gesto inesperado e marcante, a ponto de Pedro não querer aceitá-lo”, disse o Papa em sua catequese intitulada “Misericórdia e serviço”.

O pontífice se deteve nas palavras finais de Jesus: ‘Vocês compreenderam o que acabei de fazer? Se eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; vocês também devem lavar os pés uns dos outros’. “Deste modo Jesus indica aos seus discípulos o serviço como o caminho a ser percorrido para viver a fé Nele e dar testemunho de seu amor. O próprio Jesus aplicou a si a imagem do “Servo de Deus” utilizada pelo Profeta Isaías. Ele, o Senhor, se fez servo”, disse ainda o Papa.

“Lavando os pés dos apóstolos, Jesus quis revelar o modo como Deus age conosco e dar o exemplo do seu ‘novo mandamento’, para nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou, ou seja, dando a vida por nós. O próprio João escreveu em sua Primeira Carta: Compreendemos o que é o amor: Jesus deu a sua vida por nós; portanto, nós também devemos dar a vida pelos irmãos. Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade.”

“O amor é serviço concreto que fazemos uns aos outros. O amor não são palavras, são obras e serviço; um serviço humilde, feito no silêncio e sem publicidade, como Jesus mesmo disse: ‘Que a sua esquerda não saiba o que a sua direita faz’. Supõe colocar à disposição os dons que o Espírito Santo nos deu para que a comunidade possa crescer. O amor se expressa na partilha dos nossos bens materiais para que ninguém passe necessidade. A partilha e dedicação a quem precisa é um estilo de vida que Deus sugere também a muitos não cristãos, como caminho de humanidade autêntica.”

“Não nos esqueçamos que lavando os pés dos discípulos e pedindo-lhes para fazer o mesmo, Jesus nos convida também a confessar aos outros nossas faltas e rezar uns pelos outros para que saibamos perdoar de coração”. Neste sentido, o Papa recordou as palavras de Santo Agostinho que escreveu: ‘Nunca o cristão deixe de fazer o que Cristo fez. Porque quando o corpo se inclina até os pés de seu irmão, no coração se acende, ou se já existia, se alimenta, o sentimento de humildade [...]. Perdoemo-nos uns aos outros os nossos erros e rezemos reciprocamente pelas nossas faltas e assim de alguma forma, lavaremos os pés uns aos outros’.

“Amor, caridade e serviço, ajudar aos outros, servir aos outros. Muitas pessoas passam a vida inteira assim, servindo aos outros”, frisou o pontífice, contando o seguinte fato:

“Na semana passada, recebi uma carta de uma pessoa que me agradecia pelo Ano da Misericórdia; me pedia para rezar por ela, para que pudesse estar mais próxima ao Senhor. A vida dessa pessoa é curar mãe e o irmão: a mãe está na cama, idosa, lúcida, mas não pode mais se mover, e o irmão é deficiente, está na cadeira de rodas. A vida dessa pessoa é servir, ajudar. Isso é amor! Quando você se esquece de si mesmo e pensa nos outros, isso é amor!”

“Com o lava-pés o Senhor nos ensina a ser servidores, aliás, mais que servidores: servos, como Ele foi servo por nós, por todos nós. Seguindo Jesus pela estrada do serviço, seremos misericordiosos como o Pai”, concluiu o Papa Francisco.