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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

CORREIO MFC BRASIL Nº 304



Há sacramentos humanos que são sinais e expressão de valores humanos. Há sinais que é o reconhecimento da presença de Deus e do seu amor em nossas vidas e na história humana. Ou fazem referência explícita à nossa relação com Deus e ao compromisso do cristão com o Seu projeto humanizador. São os sacramentos divinos. Suas expressões e ritos, sinais sensíveis, são criações da cultura e tradição da Igreja, atualizados ao longo dos séculos. Como sinais eficazes, essa eficácia virá da Graça, dom gratuito de Deus.

OS SACRAMENTOS DIVINOS (I)
*HELIO AMORIM – MFC/RJ

  
S
acramentos divinos são incontáveis. Tudo o que nos faz sentir a presença de Deus na história humana é sacramento. Mas a Igreja privilegia alguns muito especiais e os celebra com ritos plenos de significado. Esses sacramentos correspondem às realidades humanas mais marcantes referidas a Deus. Nem sempre a essência humanizadora desses sacramentos, o seu significado mais profundo e os compromissos deles decorrentes são bem compreendidos por muitos cristãos. Também nem sempre os ritos com que são celebrados contribuem para essa compreensão. Nessa matéria, a linguagem e conceitos usados na catequese continuam falhos e inadequados, ainda muito presos a categorias superadas pelas concepções e conhecimentos próprios do mundo moderno. Vêm sendo profundamente revistos, embora lentamente, com uma saudável preocupação pedagógica: os ritos colaborando com uma catequese mais adulta, superando reações conservadoras. Estes são os sacramentos mais marcantes na vida do cristão.

Batismo: por definição, é a acolhida de uma pessoa por uma comunidade. Jesus foi batizado por João Batista, como sinal de sua acolhida pelo grupo dos que o seguiam. Usa-se a mesma palavra para o rito de acolhida dos novos membros de qualquer grupo social. O piloto que participa da primeira missão de combate dirá que teve o seu batismo de fogo e é acolhido pelos veteranos como integrante do seu grupo.

Para os cristãos, o batismo é o rito que marca a acolhida dessa pessoa pela comunidade dos que aderiram ao projeto de Deus e constituem o Seu Povo, a Igreja. Há muitos séculos, entretanto, predomina o batismo de crianças recém-nascidas.

No início do cristianismo não era assim. Só adultos, depois de uma longa catequese, eram batizados. As crianças não têm consciência do que se passa. Por isso, não se trata, na atual prática da Igreja, de um sacramento da criança, mas da comunidade que a acolhe. O rito precisa da presença da comunidade cristã nesse ritual para assumir o compromisso de orientar aquela criança para uma adesão futura e adulta ao projeto de Deus. A comunidade delega aos pais e a alguns dos seus membros, chamados padrinhos, a responsabilidade mais direta e próxima, mas não se exime da corresponsabilidade coletiva pela formação da criança.

Que comunidade é essa? Os cristãos formam a comunidade daqueles que aderiram ao projeto humanizador de Deus. Mas vivem num mundo modelado pelos que não aderiram, antes se rebelaram contra o projeto de Deus, representados por Adão e Eva no relato mítico do Gênesis.

Essa rejeição ao projeto de Deus, pela humanidade, constitui o pecado original assim chamado por ser a origem de todos os males do mundo. Pelo batismo, a comunidade acolhe aquela criança que se insere no seio do povo fiel ao projeto de Deus, ou seja, o povo que rejeitou o pecado original. Por isso, se dirá que o batismo preservará a criança do pecado original, não como um gesto que lava uma mancha na alma, herdada de personagens míticos, mas o cuidado pelo risco sempre latente de desvio ao projeto de Deus.

A Graça que dá eficácia ao batismo, sacramento comunitário, é oferecida por Deus à comunidade dos cristãos, especialmente aos pais e padrinhos, para que consigam ser fiéis ao compromisso por todos eles assumidos. Mais tarde, conhecendo a responsabilidade própria do ser cristão, consciente da sua missão, aquela criança do batismo prematuro de acolhida, é convidada, já adulta, a confirmar, livremente, a sua adesão ao projeto humanizador de Deus, com todas as suas consequências.

Essa confirmação ou crisma, corresponde ao batismo nas primeiras comunidades cristãs. A preparação para essa confirmação exige, portanto, uma diligência muito especial, para não se reduzir a um ritualismo inconsequente, no crismar por crismar, ou porque toda a turma da escola católica vai por aí, como prática já institucionalizada e anualmente repetida. A Graça que dará eficácia ao sacramento será derramada por Deus, como sempre gratuitamente, sobre aquele cristão que assumiu, agora conscientemente, sua missão humanizadora, como expressão de uma fé adulta.

Reconciliação. Acontece que o cristão, por suas limitações humanas e pelas pressões sociais a que está sujeito, é frequentemente infiel aos compromissos da missão que assumiu. Afasta-se do projeto de Deus e se desumaniza ou contribui para a desumanização dos outros. Deus então o convida amorosamente para reconhecer suas limitações e restabelecer a rota que leva à plena humanização. O rito para celebrar esse retorno também tem variado, ao longo dos séculos. Durante muito tempo e até recentemente a passagem pelo confessionário em conversa com um sacerdote era a única fórmula para ser perdoado.

Hoje se entende que um encontro de reconciliação com Deus e o seu projeto também se pode realizar no íntimo da consciência e do coração de cada cristão, num ato de reconhecimento das próprias limitações e de ilimitada confiança no amor gratuito de Deus. A Graça que dá eficácia a este sacramento é oferecida por Deus ao cristão que precisa de forças para superar suas fragilidades e reforçar suas resistências às influências externas negativas que tentam afastá-lo da humanização.

* “Descomplicando a Fé” – Editora Paulus - (continua)

FRASE PARA REFLETIR



A
 mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou outros tempos. Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Nós somos a mudança que procuramos.
 (Barack Obama)



CRACK: INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA EM SP
  
O
 programa do governo de São Paulo para acelerar as internações compulsórias de usuários de droga tem esbarrado na burocracia do próprio governo estadual e na incapacidade para dar conta do número de pessoas que procuram ajuda para parentes e amigos. O governo estadual anunciou dispor de 691 leitos para a internação de usuários de drogas, dos quais 360 estão na capital paulista, mas a disponibilidade dessas vagas não é imediata. Na madrugada de segunda-feira, no primeiro dia da iniciativa estadual, os dez leitos temporários disponíveis no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) já estavam preenchidos. Nesta terça-feira, membros do anexo do Poder Judiciário, instalado no centro de referência, reclamavam da falta de leitos temporários para a internação de novos dependentes químicos que chegaram ao local. A burocracia em disponibilizar vagas em clínicas de reabilitação, o que poderia desafogar os leitos temporários no centro de referência, também foi alvo de críticas. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

LITURGIA DO 3º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 27/01/2013


   
  

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM
   
  
“CUMPRE-SE HOJE EM MIM A PALAVRA!”

Aprendamos hoje a atitude que Deus espera de nós diante de sua Palavra. Que a acolhamos “de pé”, com decisão. E, principalmente, que Jesus nos ensine a pormo-nos de imediato a cumprir essa Palavra. Com Ele, digamos: hoje está se cumprindo a Palavra que estamos acabando de ouvir! E na Eucaristia, Ele nos dê força para essa nossa pronta decisão. 
   
LITURGIA DA PALAVRA
 
1ª Leitura: Ne 8,2-4a.5-6.8-10
Salmo Responsório:  18B
2ª Leitura: 1Cor 12,12-14.27
Evangelho: Lc 1,1-4; 4,14-21

EVANGELHO
Lucas 1,1-4; 4,14-21

1Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, 2como nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra.

3Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti, excelentíssimo Teófilo. 4Deste modo, poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste.

Naquele tempo, 4,14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza.

15Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam.

16E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga, no sábado, e levantou-se para fazer a leitura.

17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.

20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.

21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.

 — Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Auxiliar de Aracaju - Sergipe

Há três aspectos na Liturgia da Palavra de hoje dignos de particular atenção.

Primeiro. O evangelho apresenta-nos o início da obra de Lucas. Aí tem-se uma dedicatória e uma apresentação da obra a um certo “Teófilo”. E Lucas afirma expressamente que “após um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti… Deste modo poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste”. Estas palavras nos revelam a seriedade do testemunho dos evangelhos. Não são fábulas, não são delírios! São, isto sim, um testemunho de fé! Testemunho de quem crê, de quem tem razões para crer e querem fazer com que outros creiam e creiam com razão profunda!

Num mundo de tantas verdades, de tantas mentirinhas, de tantas seitas, lendas e mitos… Num mundo que virou um enorme coquetel de religiões, onde cada um faz a sua, na sua medida e do seu modo, na proporção e no gosto do seu comodismo, é preciso recordar que somente em Cristo Deus revelou-se plenamente; somente Cristo é a Verdade do Pai; somente ele, o Caminho para Deus; somente nele, a Vida em abundância! Mas, ainda aqui, é preciso dizer mais, por mais chato que possa parecer! Cristo é o único Caminho, Verdade e Vida… mas não qualquer Cristo! Não um Cristo inventado, não um Cristo “meu”, do meu tamainho e do meu gosto! O Cristo que o Pai revelou, o Cristo vivo e atuante, é aquele presente na Palavra guardada, pregada e testemunhada pela Igreja com a assistência do Espírito Santo; é aquele que se dá nos sacramentos da Igreja; é aquele presente na Igreja que no Credo professamos como sendo única, católica e apostólica. Num mundo de tantas dúvidas, Cristo presente na sua Igreja católica seja a nossa certeza, a nossa segurança, o nosso rochedo!

Um segundo aspecto. Ainda o evangelho de hoje, nos apresenta Jesus na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção”. Quando deu-se esta consagração? No batismo às margens do rio Jordão. Há quinze dias meditávamos sobre este mistério: o Pai, o Senhor, ungiu Jesus com o Espírito Santo como Messias de Israel. E qual a sua missão? “consagrou-me com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista, para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”. Eis a missão de Jesus, o Messias: acolher, consolar, perdoar, libertar, fazer viver. Mas, para que experimentemos Jesus assim, é necessário que nós mesmos descubramos que somos pobres, que somos tão carentes, tão limitados, tão pequenos. Quando descobrimos isso, quando vemos que o mundo é assim, então experimentamos também que, em Jesus, Deus veio a nós, Deus deu-se a nós, Deus estendeu-nos as mãos, abriu-nos os braços e aconchegou-nos no coração.

É por isso que a pessoa, os atos e as palavras de Jesus são Boa-nova, Boa-notícia, ou, em grego, Evangelho! E a Boa-nova é precisamente esta: Deus nos ama, está conosco em Jesus; veio para ficar, para permanecer para sempre na nossa vida e no coração do mundo!

Aqui entra, precisamente, o terceiro aspecto da Palavra deste domingo: este Jesus permanece conosco na potência sempre presente e atuante do seu Espírito Santo, presente de modo potente e soberano na Igreja que Jesus fundou. Já no domingo passado, vimos que a Igreja é a Esposa do Cristo, cheia do vinho abundante do Espírito Santo, que nela suscitava tantos dons, tantos carismas, tantos ministérios, tanta vida. Pois bem, a segunda leitura da missa de hoje insiste nesta idéia e aprofunda-a ainda mais.

Porque Cristo ressuscitou e nos deu o seu Espírito Santo, nós, como Igreja, desde o nosso Batismo, somos o Corpo de Cristo: “Vós, todos juntos, sois o Corpo de Cristo e, individualmente, sois membros deste Corpo”. É juntos, como Comunidade, como membros da Igreja, que somos o Corpo vivo do Cristo; Corpo vivificado pelo Espírito Santo! É uma idéia, esta, que deveria estar sempre diante de nós! A Igreja não existe por ela mesma: ela vive do Espírito do Cristo; a Igreja não escolheu o Cristo: ela foi por ele amada, por ele fundada, por ele escolhida e é por ele sustentada e vivificada; o Cristo não pertence a Igreja: a Igreja é que pertence a Cristo e, na força do Espírito é sempre amada e renovada por ele. Ele nunca vai abandoná-la, nunca vai traí-la, nunca vai renegá-la!

E mais ainda: no seu Amor, isto é, no seu Espírito, ele suscita no corpo da Igreja, que é o seu Corpo, tantos membros diferentes, com dons e carismas tão diversos! É o que São Paulo nos recorda na leitura de hoje. Ninguém pode ser cristão sozinho! Cristo não é salvador pessoal de ninguém! Ele é o Salvador do Corpo que é a Igreja (cf. Ef 5,23)! Nós somos salvos no Corpo de Cristo, enquanto membros do povo da Aliança, que é a Igreja. Nesta, quem nos une é o Amor de Cristo e nela, cada um de nós tem uma missão, uma função! Qual é a sua? Quais são as suas? Pai ou mãe de família, educando novos membros para o Corpo de Cristo? Agente de pastoral engajado diretamente na evangelização? Jovem que se esforça para dar um generoso testemunho de coerência e amor a Cristo? Empresário, funcionário público, empregado, que no seu trabalho procura ter um comportamento digno do Evangelho? Qual o seu papel na Igreja? Rico ou pobre, forte ou fraco, jovem ou ancião, todos temos como honra e dignidade ser membros do Corpo do Senhor, sustentados e vivificados pelo Espírito do Senhor, destinatários da salvação e da consolação que ele nos trouxe, do carinho e da ternura do Pai que ele derramou sobre nós.

Desde domingo passado que a Palavra vem nos questionando sobre o nosso modo de ser e viver nossa pertença a Cristo e à sua Igreja. Pensemos, e não recebamos em vão a graça de Deus, para que, um dia, possamos participar da vida plena daquele que Senhor que, feito homem por nós, vive e reina para sempre. Amém.

ORAÇÃO

Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Amém!

LEMBRE-SE:
“SE NÃO PARTICIPARMOS DA MISSA, DE NADA VALE NOSSO ESFORÇO SEMANAL.”

Editado por Jorge/MFC ALAGOAS

sábado, 26 de janeiro de 2013

CONSELHO DIRETOR NACIONAL DO MFC SE REUNIRÁ EM LINHARES-ES



A
 Coordenação Nacional do Movimento Familiar Cristão trabalha com o apoio do Conselho Diretor Regional Sudeste e da Equipe de Coordenação de Cidade do Movimento Familiar Cristão de Linhares – Espírito Santo, para realizar nos dias 12, 13 e 14 de abril de 2013, a 6ª Reunião do Conselho Diretor Nacional do Movimento Familiar Cristão da Gestão 2010/2013.

O Conselho Diretor Nacional do Movimento Familiar Cristão na 6ª reunião administrativa será presidido pelo casal Eduardo e Ismari(coordenadores nacionais e CONDIR SUL) e Antônio Carlos e Ângela(vice-coordenadores nacionais).

Compõe também o Conselho os coordenadores regionais Alzenir e Nereida (CONDIR NORTE), James e Fátima (CONDIR NORDESTE), Freitas e Alivanir (CONDIR SUDESTE), Moisés e Aparecida (CONDIR CENTRO-OESTE) e José Newton e Ariadna (Coordenadores Nacionais da gestão anterior).

Desde sua criação o Movimento Familiar Cristão do Brasil vem construindo sua mística e carisma, perseguindo seus objetivos a partir da constante busca pela integração das famílias, reunindo-as em Equipes Base e a partir delas organizando-se numa estrutura que se ramifica por todo o território brasileiro.

A unidade sempre foi possível devido às constantes reuniões e encontros onde é avaliada a caminhada, metas de ação e objetivos, e a 6ª Reunião do Conselho Diretor Nacional será mais um momento de integração que produzirá bons frutos para toda a família MeFeCista brasileira.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

CORREIO MFC BRASIL Nº 303



   
A pessoa humana se exprime e se comunica através de sinais, símbolos e ritos. O sinal mais habitualmente usado é a palavra, falada ou escrita. Mas nem sempre as palavras bastam para traduzir pensamentos, ideias, sentimentos e emoções. Gestos simbólicos podem significar muito mais que longos discursos.
   
OS SACRAMENTOS HUMANOS
*HELIO AMORIM – MFC/RJ
   
Um aperto de mão é mais que um simples movimento de músculos e nervos mas sinal ou símbolo de respeito, cordialidade, compromisso mútuo. O abraço ou o beijo, a carícia ou o encontro sexual, tampouco são puras manifestações físicas ou biológicas, mas expressões de sentimentos, afeto e amor. O aplauso ou a vaia são mais que sons e ruídos produzidos por mãos e vozes humanas. São gestos simbólicos que exprimem sentimentos de satisfação ou repúdio.

Também objetos, coisas simples, podem ganhar um forte significado simbólico e tornar-se sinais de sentimentos profundos. Muitos desses simbolismos podem mesmo socializar-se e aderir a gestos e objetos, dando-lhes significados que ultrapassam a sua natureza e materialidade.

A
o longo do tempo, vão sendo assim entendidos por todos e de certa forma se institucionalizam. Esses simbolismos, então, se incorporam à cultura de uma comunidade ou um povo.

Assim nos vemos cercados por esses sinais e ricos simbolismos, às vezes pessoais, outros culturais. A flor ressecada que alguém guarda há muitos anos entre as folhas de um livro, é muito mais que uma flor, simples órgão reprodutor de uma planta. É um sinal ou símbolo que, algum dia, alguém usou para exprimir o seu amor. Encontrar esse objeto simbólico ao folhear o livro, rememora o gesto e reacende sentimentos, provoca um calor interior que realimenta antigos sentimentos. A oferta de flores como sinal de afeto é mesmo um daqueles muitos simbolismos já incorporados à cultura de tantos povos.

Uma vela grossa e já deformada que vem sendo usada em todas as celebrações mais marcantes da família (aniversários e batizados, nascimentos e mortes), é preservada com cuidado e carinho, torna-se uma relíquia familiar, porque rememora cada um desses episódios, festivos ou sofridos, que nenhuma outra vela seria capaz de recordar.

Uma camisa rasgada e manchada de sangue, guardada zelosamente e exposta pelos companheiros do lavrador assassinado na luta por um pedaço de chão, deixa de ser uma simples camisa para se tornar símbolo dessa luta por justiça social. Cada vez que é vista (sinal sensível), recorda o sentido daquele triste episódio e realimenta nos companheiros (sinal eficaz) as razões, o ardor e a coragem para continuar a luta.

Se continuarmos a olhar o que nos cerca, vamos encontrar em gavetas e armários, muitos outros objetos carregados de significados que ultrapassam a sua natureza. A velha mesa herdada dos avós que se foram, na qual comemos os mingaus da nossa infância. O relógio que um pai falecido usou durante toda uma vida, e que nos faz recordar, com carinho, o seu gesto lento de tirá-lo do bolso para consultar as horas e nos mandar para a cama dormir.

A lista, para muitos, será interminável. Esses objetos, provavelmente não terão valor mercantil e teriam sido descartados se não tivessem adquirido um significado simbólico que os tornam inegociáveis.

Porque aqueles gestos e estes objetos já não são apenas gestos e objetos. São sinais sensíveis e eficazes, ou sacramentos humanos. Ganharam uma força que em si mesmos não possuíam, o poder de rememorar, alimentar e reavivar os sentimentos e emoções que exprimem e significam.

Ao repetirmos aqueles gestos, ao ver e tocar estes objetos simples, ressurgem, com renovado ardor, a saudade, a solidariedade, o afeto, o carinho, a indignação frente à injustiça, e tantos outros sentimentos e emoções. Então somos impelidos a vivê-los mais intensamente, traduzindo-os em práticas concretas.

Assim entendido, podemos compreender melhor os sacramentos divinos.

*Descomplicando a fé” – Editora Paulus (Continua)

CRACK
   
O
s governos federal e locais e a sociedade estão perdendo a batalha do crack. Os efeitos dessa peste que se alastra são desastrosos. A droga é barata, de fácil obtenção por traficantes e venda indiscriminada para adultos e crianças que se drogam em cracolândias em pontos visíveis das cidades.

O quadro é assustador para a população que contempla esses infernos sem poder intervir. O retorno dos viciados à vida normal é quase impossível e a morte prematura é uma certeza cruel.

Autoridades de governos e polícias locais não sabem ainda o que fazer. Predominando menores, meninos e meninas, não é admitida a detenção dos usuários. O transporte e o tráfico da droga são facilitados pela natureza das pedras desse veneno. A disseminação do uso e a dependência imediata gerada nas primeiras experiências torna o problema ainda mais desafiador.

Surgem agora anúncios de repressão policial com detenção de usuários, como tentativa desesperada de salvação das vítimas. Logo se levantam vozes de protesto contra a prisão dos infelizes drogados, sem consideração de idade. Organizações se equivocam em considerar essa repressão salvadora como atentado à liberdade intocável dos usuários condenados a morrer antes do tempo.

Preferimos qualificar essas medidas como tentativa desesperada de libertação dessa escravidão fatal de tantas vítimas. Pelo menos vale como experiência para avaliação posterior de sua eficácia.

DESLIGUE A TV
   
N
este momento, mais uma vez, sua excelência a opinião pública está mobilizada para decidir a cada semana quem vai para o paredão do Big Brother Brasil – a monstruosidade mais idiota, deseducativa e lucrativa jamais produzida pela TV. Produto importado, explorado em muitos outros países que também contam com espectadores ingênuos com vocação incubada de voyeurs.

São pessoas hipnotizadas pela propaganda, olhando pelo buraco da fechadura televisiva os comportamentos artificiais e ensaiados de alguns personagens inexpressivos, disputando ganhar o seu primeiro milhão.

Conselho para preservar a sua inteligência: desligue, mude de canal. A TV tem programas bons. Procure e escolha.
  
FRASES DE VLADIMIR MAIAKÓVSKI
  
Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.
A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo.
Você não pode deixar ninguém invadir o seu jardim para não correr o risco de ter a casa arrombada.
Poderiam ordenar-me: "Mata-te na guerra". Teu nome será o último coágulo de sangue em meus lábios rasgados pelas balas.


domingo, 20 de janeiro de 2013

LITURGIA DO 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 20/01/2013



  
   
2º DOMINGO
DO TEMPO COMUM

  
   
SER MENSAGEIRO INCANSÁVEL DO BEM E DA JUSTIÇA!

Uma coisa é o que Deus já fez; outra é o que ele ainda quer fazer em nós e por meio de nós. A vida é caminhada, e ainda não chegamos. Confiamos na Salvação, pois Deus está no coração daqueles que perseveram na fé. Que o Espírito Santo aja em nós, nos ilumine e desperte tudo o que de bom trazemos e podemos fazer em vista do bem comum, no serviço e na doação aos irmãos e irmãs.
     
LITURGIA DA PALAVRA
 
1ª Leitura: Is 62,1-5
Salmo Responsório: 95
2ª Leitura: 1Cor 12,4-11
Evangelho: Jo 2,1-11
 
EVANGELHO
João 2,1-11
      
Naquele tempo, 1houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente.

2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento.

3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.

4Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”.

5Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”.
6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.

7Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram.

9O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água.

10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!”

11Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.
 
HOMILIA
Padre Helder Salvador
Reitor do Seminário São João Maria Vianney - Cariacica/ES

A liturgia de hoje apresenta a imagem do casamento como imagem que exprime de forma privilegiada a relação de amor que Deus (o marido)estabeleceu com o seu Povo (a esposa). A questão fundamental é, portanto, a revelação do amor de Deus.

O texto do Evangelho da liturgia é a primeira parte do Evangelho de João, comumente chamada “O Livro dos Sinais”, pois o evangelista relata uma série de sete sinais que, passo por passo, revelam quem é Jesus, e qual é a sua missão. (Embora algumas bíblias traduzem o termo grego que João usa por “milagre”, a tradução mais acertada é: “Sinal”).  O primeiro desses sinais aconteceu no contexto das bodas de Caná, o nosso texto de hoje.  Como quase todo o evangelho de João, o relato está carregado de simbolismo, onde pessoas, números e eventos funcionam simbolicamente, para nos levar além da aparência das coisas, numa caminhada de descoberta sobre a pessoa de Jesus.

     Um dos temas centrais do Evangelho de João é o da “hora” de Jesus.  A "hora” não se refere à cronometria, mas a hora de glorificação de Jesus, por sua morte e ressurreição.  Em resposta ao pedido feito por Maria (note que João nunca se refere a ela pelo nome, mas pelo título “mulher”), usando duma maneira assaz estranha este termo para a sua mãe, João quer indicar que Jesus rejeita uma esfera meramente humana de ação para Maria, para reservar para ela um papel muito mais rico, ou seja, o da mãe dos seus discípulos.  Maria somente vai aparecer mais uma vez neste evangelho – a pé da cruz, onde ela e o Discípulo Amado assumem um relacionamento de Filho e Mãe.  E devemos lembrar que o Discípulo Amado simboliza a comunidade dos discípulos do Senhor, ou seja, nós hoje.

Apesar da nossa tradição piedosa mariana, é importante não reduzir a ação da Maria no texto à duma incomparável intercessora.  Embora seja comum esta interpretação na devoção popular, não se sustenta do ponto de vista exegética. É melhor ver Maria aqui como discípula exemplar, pois embora a resposta de Jesus indique um distanciamento entre a sua expectativa e a visão dele, ela continua com confiança nele e leva outros a acreditar nele.

O simbolismo da água tornada vinho é também importante.  Não era qualquer água - era a água da purificação dos judeus.  Com esta história, João quer mostrar que doravante os ritos judaicos de purificação estão superados, pois a verdadeira purificação vem através de Jesus.  Podemos entender isso como a mudança duma prática religiosa baseada no medo do pecado, uma prática que excluía muita gente, para uma nova relação entre Deus e a humanidade, a partir de Jesus.  Assim, em Cana, Jesus começa a substituir as práticas do judaísmo do Templo, que vai continuar ao longo do Evangelho de João.

A quantia do vinho chama a atenção – 600 litros!  O vinho em abundância era símbolo dos tempos messiânicos, e, na tradição rabínica, a chegada do Messias seria marcada por uma colheita abundante de uvas.  Assim João quer dizer que a expectativa messiânica se realiza em Jesus.  As talhas transbordantes simbolizam a graça abundante que Jesus traz.

A figura do mestre-sala é também simbólica, bem como os serventes.  Aquele, que devia saber a origem do vinho da festa, não sabia, enquanto estes sim.  Assim, o mestre-sala represente os chefes do Templo que não sabiam a origem de Jesus enquanto os servos representam os discípulos que acreditaram nele.

Fazendo comparação entre o vinho antigo e o novo, João quer reconhecer que a Antiga Aliança era boa, mas a Nova a superou.  Os ritos e práticas judaicos, ligados à purificação e ao sacrifício, não têm mais sentido, pois uma nova era de relacionamento entre a humanidade e Deus começou em Jesus.

O ponto culminante do relato está em v,11: “Foi em Caná que Jesus começou os seus sinais, e os seus discípulo acreditaram nele”.  A fé deles não é intelectual ou teórica, mas o seguimento concreto do Mestre, na formação de novos relacionamentos de amor.  Passo por passo, o autor vai revelando Jesus através de sinais para que nós, possamos "acreditar que Jesus é o Messias, o Filho de Deus.  E para que, acreditando, tenhamos a vida em seu nome” (Jo 20,31).

ORAÇÃO

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Amém!

LEMBRE-SE:
“SE NÃO PARTICIPARMOS DA MISSA, DE NADA VALE NOSSO ESFORÇO SEMANAL.”
 
Editado por JORGE/MFC-AL