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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A RIQUEZA - ARTIGO DE REINALDO GONÇALVES



A RIQUEZA

*Reinaldo Gonçalves

Diante da riqueza e dos ricos, Cristo assumiu três comportamentos e definiu três compreensões: uma teológica, outra sociológica e a terceira psicológica.

Cristo jamais condenou a riqueza e não podia fazê-lo, porque a riqueza foi criada e dada ao homem para que ele se realizasse humanamente, e usufruísse os bens da lazer e bem-estar. Teologicamente, a riqueza é um direito de todas as pessoas. É um bem universal. Ninguém é dono absoluto da terra, das fontes de riqueza e de produção.

Sociologicamente, porém, uns poucos não apenas se apossaram das riquezas, como ainda sujeitaram e escravizaram os seus irmãos para que eles produzissem riquezas e bens de consumo. A história da humanidade é a tragédia da exploração do homem pelo homem, sob os mais diferentes disfarces, pretextos e razões.

Uma coisa é a teologia da riqueza e da pobreza, e outra bem diferente é a sociologia dos pobres e dos ricos. Uma coisa é enaltecer e glorificar a pobreza como virtude heróica e outra bem diferente é viver na pobreza, é curtir as privações do dia-a-dia.

Cristo teve palavras candentes contra os ricos avarentos, mostrando como seria difícil que eles entrassem no Reino dos Céus.

Psicologicamente, o rico é dominado por duas obsessões: uma de aumentar os seus bens, o que realiza através dos mais desonestos e ominosos processos; e a outra é a avareza, o medo de gastar ou consumir os seus bens. Em razão disto, sofre muitas vezes privações, passando a viver tão miseravelmente como os mais pobres.

Cristo exaltou as riquezas e belezas da natureza, a prodigalidade da providência Divina, convidando-nos a olhar os lírios dos campos e contemplar as aves dos céus. Elogiou a prudência do ecônomo infiel que com a riqueza soube conquistar amigos.

No Sermão da Montanha, exaltou os pobres e durante toda a sua vida os escolheu como seus prediletos e preferidos.

Ficou entristecido, quando o jovem rico lhe voltou as costas por causa do apego a seus bens e enalteceu a generosidade de Zaqueu, por distribuir parte dos bens aos pobres. Ordenou aos seus apóstolos que pregassem o Evangelho de preferência aos pobres.

O amor aos pobres, aos humildes, aos ignorantes é pedra de toque da autenticidade da nossa fé, porque humanamente é mais agradável conviver com os ricos, com os sábios, com os poderosos. Os pobres geralmente só falam de sofrimentos e sempre tem alguma coisa a pedir, enquanto os ricos podem oferecer da fartura da sua mesa e das alegrias da sua felicidade.

Importante e saber que não podemos servir a dois senhores.

*Ex-coordenador do MFC-AP e CONDIR-NO.
Faleceu no dia 04/12/2010 após participar da reunião
do CONDIN em Fortaleza-CE.

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