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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Rosário é Bíblico?

A intenção do texto não é esgotar a teologia em torno do Rosário, mas apenas demonstrar superficialmente que não existe oposição entre esta devoção e a Palavra de Deus, como julgam alguns hereges.
Vários protestantes têm uma grande pulga atrás da orelha com o rosário. “Como é antibíblico!”, dizem eles. Pois bem, é hora de analisar o Rosário e ver o que a Bíblia tem a dizer sobre este assunto.
O Rosário é uma coleção de orações individuais:
1 – O Credo
2 – O Pai-Nosso
3 – A Ave-Maria
4 – Glória
5 – Salve Regina
1. O Credo Apostólico
“Creio em Deus-Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pela Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos e ressuscitou ao terceiro dia. Subiu aos céus e está sentado à direita de Deus-Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.”
Este é um dos credos mais antigos que se conhece. Foi inicialmente usando pelos cristãos de Roma. Não há nada antibíblico nele. A única coisa que alguém poderia objetar seria a expressão “creio…na Santa Igreja Católica”. Bem, a primeira pessoa a utilizar a expressão “Católica” (palavra grega para “geral, universal”) foi Santo Inácio de Antioquia em sua carta aos Esmirnenses. Ele morreu em 107 A.D., o que nos faz tirar a lógica conclusão que tal designação para a igreja já era utilizada desde antes. Ele utilizou este termo para diferenciar a Igreja fundada por Cristo e pelos apóstolos das outras igrejas e filosofias heréticas que estavam aparecendo.
2. O Pai-Nosso
Bem, nada de antibíblico aqui. Sem comentários mais.
3. A Ave-Maria
“Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre, Jesus. Santa Maria, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”.
Isto coloca um bom problema aos protestantes. Porquê? Veja o que a Bíblia diz sobre isso (versão KJV):
“E o anjo veio sobre ela, e disse, Ave, tu que és grandemente favorecida, o Senhor está contigo. Bem-aventurada és tu entre as mulheres”. (Lc 1,28)
São Jerônimo, um dos primeiros Pais da Igreja, traduziu a Bíblia grega para o latim, e a melhor forma de traduzir para o latim a forma “grandemente favorecida” foi “gratia plena”, que significa “cheia de graça”. Isto denota muito bem o estado de Maria, “cheia de graça”, sem pecado.
Desta forma, a primeira parte da Ave-Maria não deixa problema algum. E quanto à segunda parte?
Santa Maria? É esperado que, sendo Maria a mãe do “Santo dos Santos”, ela seja também uma pessoa santa. Isto não pode ser problema para os protestantes, que acreditam que todos os cristãos são santos, de uma forma ou de outra, no mínimo.
Mãe de Deus? Maria é a mãe de Jesus, certo? Jesus era uma pessoa divina com uma natureza divina e humana. Maria “assim como fazem todas as mães” deu a luz à pessoa, não à natureza. E a qual pessoa ela deu à luz? Uma pessoa divina. Logo, Maria é a mãe de Deus.
Rogai por nós, pecadores? Pedimos que Maria ore por nós. Mas ela não está morta? Não de acordo com a Bíblia (Mc 12,26-27; Mt 27,52-53).
Nós devemos orar pelos outros, diz Tiago (Tg 5,16). Ora, mas Jesus não é o único mediador? Sim, assim como Ele é o único rei, o único Senhor, o único sacerdote, etc…E enquanto partilharmos deste seu sacerdócio e reinado, também partilhamos desta única mediação.
Agora e na hora de nossa morte? Oh-oh!, como Maria sabe quando morreremos? Bem, ela possui a visão beatífica (1 Cor 13:12; 2 Pd 1:4), e além do mais, não existe época no paraíso, somente eternidade e, portanto, nem Maria ou os anjos estão sob o limite do tempo e por isso podem ouvir todas as nossas orações.
4. Glória
“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre. Amem”.
Pequena e linda oração. Ninguém reclame dela.
5. Salve Regina (Salve Rainha)
“Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa. Salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós, suspirando, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Ei-a pois, advogada nossa, esses vossos olhos misteriosos a nós volvei. E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus. Bendito é o fruto do teu ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre virgem Maria. Rogai por nós, santa mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo”.
É bem complicado, vamos com calma.
Rainha? Considere que Jesus, Rei dos Reis, nunca foi casado. Se um rei não possui esposa, quem, portanto, é a rainha? Sua mãe! E isto se aplica aqui.
Vida, doçura e esperança? Isto diz respeito à mediação de Maria, assunto que não abordaremos neste texto pela sua natureza mais profunda. Chamamos Maria desta forma porque ela é a causa, estritamente na forma subordinada “claro”, da nossa salvação, vida, doçura e esperança (que é Jesus).
Vossos olhos misericordiosos? Maria, como imaculada, tem misericórdia de seus filhos. Lembrando que todos somos seus filhos. Ela é nossa mãe, porque somos parte do corpo de Jesus, nascido de Maria.
Clemente, piedosa, doce? Quem nega que a mãe de Jesus é clemente? Ou piedosa? Ou doce? Minha mãe (carnal) é! Quanto mais com um filho como Jesus, o filho de Deus!
Como vimos, são várias orações. Claro, existem entre nós questões sobre o rosário, como apontam alguns quando dizem que Jesus nos recomendou não rezar em “vãs repetições” como fazem os gentios (Mt 6,7).
Mas notem todos que Jesus não condena as repetições, somente as que são “vãs”. Se nós condenamos católicos bêbados, não estamos condenando todos os católicos que bebem e nem significa que todos os católicos “são” bêbados. Isto somente significa que aqueles católicos que “estavam” bêbados são condenados. Aqui é a mesma coisa. Jesus disse para não rezarmos as repetições “que são vãs”, ou sejam, de nada adiantariam. E porque o rosário não é incluído nestas “vãs repetições”? Porque nele nós meditamos os mistérios da vida, morte e ressurreição de Cristo, e isto nunca será “vão”. A Ave-Maria somente é a base para todos estes mistérios. Nunca se acreditou que se consegue alguma coisa com uma certa quantidade de orações. O Rosário bem recitado é aquele bem meditado, com concentração. Onde as palavras não são somente balbuciadas, mas rezadas com fé.
Então, da próxima vez que alguém se dizer um cristão, pergunte como honra a Maria. Se disser “não, obrigado, não sou idólatra, somente honro a Jesus”, pergunte então porque a Bíblia nos pede para honrarmos os santos (1 Pd 1,6-7), e porque Maria é tão “grandemente favorecida”.
“Doravante, todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).
Traduzido para o Veritatis Splendor por Rondinelly Ribeiro Rosa.

domingo, 30 de outubro de 2011

LITURGIA DO 31º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 30/10/2011



“A HIPOCRISIA DE PREGAR E NÃO PRATICAR!”
Encerrando o mês missionário queremos rezar pela Amazônia, ainda terra de missão, que abriga muitas nações indígenas, inúmeros imigrantes, cidades em acelerado crescimento e muitos exploradores e aventureiros. Pulmão do mundo, mas ainda carente de outros “ares”, já que a evangelização ali ainda é um grande desafio. O Evangelho nos pede: não pregar sem viver e praticar.

31º DOMINGO DO TEMPO COMUM
1ª Leitura: Malaquias 1, 14b-2,2.8-10
Salmo:  130
2ª Leitura: São Paulo aos Tessalonicenses 2, 7b-9.13
Evangelho: Mateus 23, 1-12
  
EVANGELHO – MATEUS 23, 1-12
Naquele tempo, 1dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse: 2Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. 3Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem. 4Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. 5Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos. 6Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. 7Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens.           8Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos. 9E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo. 11O maior dentre vós será vosso servo. 12Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado.

Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor.

HOMILIA –  Dom Henrique Soares da Costa
ELES NÃO PRATICAM O QUE ENSINAM

Hoje a Palavra de Deus dirige-se, de modo particular, aos pastores da Igreja, aos sacerdotes do Povo de Deus. O antigo Israel, aquele segundo a carne, era todo ele um povo sacerdotal, mas em seu seio existiam os ministros sagrados, que eram encarregados do culto do povo santo. No Novo Testamento, o único e verdadeiro sacerdote é o Cristo nosso Deus. Ele, dando-nos o seu Espírito Santo no Batismo e demais sacramentos, fez de nós um povo sacerdotal. Em Cristo, a Igreja, novo Israel, é, toda ela, um povo sacerdotal para o louvor e glória de Deus Pai, através de Cristo, na unidade do único Espírito. Mas, também do meio desse povo o Senhor Jesus chama pastores que, configurados a Ele, o Bom Pastor e Sacerdote eterno, por meio da imposição das mãos que confere o dom do Espírito, exerçam a função sacerdotal de Cristo em favor do povo sacerdotal, que é a Igreja una, santa, católica e apostólica.

Pois bem, as palavras das leituras sagradas deste Domingo são dirigidas a nós, pastores e sacerdotes do rebanho sacerdotal de Cristo. Nós, bispos, padres e diáconos, encarregados pelo Senhor da guarda, santificação e ensino do povo de Deus...

Ser padre, ser pastor do rebanho é uma graça imensa, um dom do qual não temos merecimento algum. E, no entanto, o Senhor nos chama. Mas, não para que preguemos a nós mesmos e vivamos pensando em nós e nos nossos interesses. Santo Agostinho, no século V, já criticava duramente os maus pastores, acusando-os: “Buscais os vossos interesses e não os de Jesus Cristo!” A queixa é velha, o pecado é antigo! Na primeira leitura de hoje, o Senhor tem palavras duríssimas para os sacerdotes de ontem e de hoje: “Se não quiserdes ouvir e tomar a peito glorificar o meu nome, lançarei sobre vós a maldição. Vós vos afastastes do reto caminho e fostes para muitos pedra de tropeço!”

Como não reconhecer que essas palavras são atuais? É triste afirmá-lo, mas temos de fazê-lo! Ninguém está acima da Palavra de Deus, ninguém pode pregar para os outros sentindo-se dispensado de cumprir o preceito do Senhor... Esta é, muitas vezes, a tentação do pregador, do padre; este o seu pecado! Mas, se fizermos assim, teremos de nos envergonhar tanto, escutando o que o Senhor diz ao rebanho: “Deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam!” Que dor, que vergonha para nós, sacerdotes, pastores do povo santo, escutar tão graves acusações! Na Sexta-feira Santa passada, o Santo Padre Bento XVI, quando ainda era cardeal Ratzinger, fez uma exortação seríssima e comovente dessa situação, durante a via sacra no Coliseu, em Roma. Escutemo-lo! Era a estação da terceira queda de Jesus: “Não deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento da sua presença; frequentemente como está vazio e ruim o coração onde ele entra! Tantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem nos darmos conta sequer dele! Quantas vezes se distorce e abusa da sua Palavra! Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta auto-suficiência! Respeitamos tão pouco o sacramento da reconciliação, onde Ele está à nossa espera para nos levantar das nossas quedas! Tudo isto está presente na sua paixão. A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe traspassa o coração. Nada mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: Kyrie, eleison – Senhor, salvai-nos (cf. Mt. 8,25)”.

Mas, graças a Deus, há os bons pastores; há, na Igreja, tantos que são verdadeiramente presença do Cristo Bom Pastor, que se dá totalmente pelo rebanho; aqueles que celebram os santos mistérios com tanta devoção e decoro, aqueles que são fiéis no ensinamento, não ensinando suas próprias idéias e seus conceitozinhos de sua moralzinha particular, mas ensinam ao rebanho o Evangelho verdadeiro tal qual é crido e ensinado pela Santa Igreja católica! Sacerdotes que se dão totalmente: no tempo, no afeto, na oração, na paciência, na perseverança, na fidelidade ao celibato... por amor a Cristo e à Igreja, povo santo de Deus! A segunda leitura de hoje nos apresenta um sacerdote assim: o apóstolo São Paulo. Como é comovente ouvi-lo: “Foi com muita ternura que nos apresentamos a vós, como uma mãe que acalenta os seus filhinhos. Tanto bem vos queríamos, que desejávamos dar-vos não somente o Evangelho de Deus, mas até a própria vida, a tal ponto chegou a nossa afeição por vós!”

Ser padre é bom, ser padre é uma missão santa, ser padre dignifica e realiza a vida de um homem! Rezai pelos vossos sacerdotes, para que sejam dignos do ministério que receberam! Que eles não se coloquem acima da Palavra do Senhor, pregando aos outros sem cumpri-la; que não celebrem os santos sacramentos com desleixo e desobediência às normas litúrgicas da Igreja. Ninguém, nem o bispo, o padre, nem a comunidade pode desobedecer as normas litúrgicas; ninguém pode inventar sua missinha, distorcer os santos mistérios, que vêm de Cristo e dos apóstolos e nos dão a vida de Deus! Suplicai ao Senhor para que vossos padres sejam atentos às necessidades do rebanho, ao cuidado com os pobres e desvalidos, sejam zelosos no anúncio do Evangelho a toda a humanidade!

Quanto ao mais, cuidai também vós, como diz a segunda leitura, de acolher “a pregação da Palavra de Deus, não como palavra humana, mas como aquilo que de fato é: Palavra de Deus, que está produzindo fruto em vós que abraçastes a fé”. E que o Senhor nos conduza a todos, pastores e rebanho, à sua glória

ORAÇÃO
Ó Deus, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas.  Amém!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CONSELHO ESTADUAL DE MARINGÁ

Nesta sexta-feira dia 28 de outubro, às 15h, um grupo animadíssimo de mefecistas de Curitiba, estará pegando a estrada rumo a Maringá, para participação no 92º Conselho Estadual do MFC. Neste grupo temos alguns casais que participarão pela primeira vez de um conselho e com certeza vão ficar com um gostinho de quero mais. O final de semana promete, pois acontecerá paralelamente o 1º Conselho Estadual do MFC Jovem, que contará com a presença de 09 dos nossos jovens. Desejamos uma ótima viagem à todos, que DEUS os acompanhe!

O Papa proclama 3 novos Santos para a Igreja


Diante dos milhares de peregrinos que se fizeram presentes na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI proclamou , Domingo Mundial das Missões, três novos Santos que se entregaram por completo ao anúncio apaixonado do Evangelho e ao serviço ao próximo.
Em uma solene cerimônia na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI canonizou o beato Guido Maria Conforti (1865-1931), Bispo da Parma (Itália), e Fundador da Pia Sociedade São Francisco Javier para as Missões Exteriores; Dom Luigi Guanella (1842-1915), conhecido como o “Apóstolo da caridade”, sacerdote italiano Fundador da Congregação dos Servos da Caridade e do Instituto das Filhas de Santa Maria da Providência; e à espanhola Bonifácia Rodríguez de Castro (1837-1905), Fundadora da Congregação das Servas de São José.
Em sua homilia, o Santo Padre recordou que o Senhor deve ser parte fundamental da vida cotidiana de cada fiel: “Ele deve estar presente como diz a Escritura, penetrar em todos os estratos de nosso ser e enchê-los totalmente: o coração deve saber Dele e deixar-se tocar por Ele, e assim a alma, as energias de nosso querer e decidir, assim também como a inteligência e o pensamento. É um poder dizer ‘já não vivo eu, mas é Cristo quem vive em meu’”.
O Papa destacou de São Guido Maria Conforti seu abandono e confiança nas mãos do Senhor para ir anunciar pelo mundo o amor de Deus a quem ainda não o tinham recebido.
“Sua vida esteve marcada por numerosas provas”, disse Bento XVI. Dom Conforti sendo ainda um menino teve que superar a oposição de seu pai a que ingressasse no Seminário, “dando prova de firmeza de caráter ao seguir a vontade de Deus”.
O Santo Padre convidou logo a aceitar a Deus com docilidade como o santo, “acolhendo-a como indicação do caminho esboçado para ele pela providência divina; em toda circunstância, ainda nas derrotas mais mortificantes, soube reconhecer o intuito de Deus, que o guiava a edificar seu Reino, sobre tudo na renúncia de si mesmo e na aceitação cotidiana de sua vontade, com um abandono confiante cada vez mais pleno”.
“São Guido Maria Conforti manteve fixo seu olhar interno na Cruz, que docemente o atraía para ela; ao contemplá-la, ele via abrir-se de par em par o horizonte do mundo inteiro, percebia o ‘urgente’ desejo escondido no coração de cada homem, de receber e de acolher o anúncio do único amor que salva”.
“Ele foi o primeiro em experimentar e testemunhar o que ensinava a seus missionários, quer dizer, que a perfeição consiste em fazer a vontade de Deus, seguindo o modelo do Jesus Crucificado”, explicou Bento XVI.
Bento XVI sublinhou também as qualidades do Apóstolo da caridade: “graças à profunda e contínua união com Cristo, na contemplação de seu amor, Dom Guanella, guiado pela Divina Providência, converteu-se em companheiro e mestre, consolo e alívio dos mais pobres e débeis”.
“Que este novo Santo da caridade seja para todos, em particular para os membros das Congregações fundadas por ele, modelo de profundidade e síntese fecunda entre a contemplação e a ação, assim como ele mesmo a viveu e pôs em marcha”.
“Elogiemos e demos graças ao Senhor porque em São Luis Guanella nos deu um profeta e um apóstolo da caridade”, afirmou Bento XVI.
A vivência humana e espiritual de Dom Guanella sintetiza-se, explicou o Santo Padre, nas últimas palavras que pronunciou o santo antes de morrer: “in caritate Christi”.
“É o amor de Cristo que ilumina a vida de cada homem, revelando que ao dar-se a si mesmo ao outro não se perde nada, mas sim se realiza plenamente nossa felicidade”, assegurou o Papa.
“Que São Luis Guanella, ajude-nos a crescer na amizade com o Senhor para ser em nossos tempos portadores da plenitude do amor de Deus, e promover a vida em toda sua manifestação e condição, permitindo que a sociedade humana se converta cada vez mais na família dos filhos de Deus”, expressou Bento XVI.
O Papa se referiu logo, em espanhol, a Santa Bonifacia, que sofreu injustiças e desamparo por ser uma mulher trabalhadora em seu tempo.
Bento XVI recordou uma passagem da Primeira Carta aos Tessalonicenses de São Paulo para referir-se ao trabalho evangelizador desta nova Santa espanhola: “quando são Paulo escreve a carta, trabalha para ganhar o pão; parece evidente pelo tom e os exemplos empregados, que é na oficina onde ele prega e encontra seus primeiros discípulos. Esta mesma intuição moveu Santa Bonifacia, que desde o início soube unir seu seguimento de Jesus Cristo com o esmerado trabalho cotidiano”.
“Trabalhar como tinha feito desde pequena, não era só um modo para não ser uma carga para ninguém, mas supunha também ter a liberdade para realizar sua própria vocação, e lhe dava ao mesmo tempo a possibilidade de atrair e formar a outras mulheres, que no trabalho podem encontrar a Deus e escutar sua chamada amorosa, discernindo seu próprio projeto de vida e capacitando-o para levá-lo a cabo”, disse logo o Papa.
As servas de São José nasceram em um ambiente de humildade e simplicidade evangélica, e que ao imitar ao Santo Custódio no lar de Nazaré, assumem-no como uma escola de vida cristã.
O Papa ressaltou ademais que a “Madre Bonifacia, que se consagra com ilusão ao apostolado e começa a obter os primeiros frutos de seus afãs, vive também esta experiência de abandono, de rechaço precisamente de suas discípulas, e nisso aprende uma nova dimensão do seguimento de Cristo: a Cruz”.
O Santo Padre indicou que a nova Santa é um modelo do trabalho de Deus, “um eco que chama a suas filhas, as servas de São José, e também a todos nós, a acolher seu testemunho com a alegria do Espírito Santo, sem temer a contrariedade, difundindo em todas as partes a Boa Notícia do Reino dos céus”.
“Encomendamos à sua intercessão, e pedimos a Deus por todos os trabalhadores, sobre tudo pelos que desempenham os ofícios mais modestos e em ocasiões não suficientemente valorizados, para que, em meio de seus afazeres diários, descubram a mão amiga de Deus e dêem testemunho de seu amor, transformando seu cansaço em um canto de louvor ao Criador”, concluiu o Santo Padre.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Jovem - escolher também é perder


                            
 
                                          “Escolher ou não escolher, eis a questão!

A maioria dos jovens encontra dificuldades no momento  de fazer a sua escolha profissional. É um momento de perdas e ganhos. Com a escolha o jovem sabe que irá ganhar, mas também sabe que irá perder.

O que perde o jovem ao escolher a profissão?
Ele sente-se perdendo antigos projetos, sonhos infantis, outras profissões que estavam na sua lista de preferência, colegas de escola.


Por ser um momento difícil o jovem utiliza-se muitas vezes de sonhos e idealizações sobre a profissão que pretende exercer com o objetivo de desenhar previamente um lugar ainda desconhecido que se vê prestes a ingressar.
Um problema que surge neste momento é que os jovens muitas vezes não conhecem a profissão que lhe interessa, ou tem idéias, fantasiosas ou idealizadas sobre a profissão pretendida, sendo uma escolha muitas vezes  mais imaginária do que real.

Acreditamos a família neste momento tem um papel importante,pois os  jovens se espelhammuitas vezes nos pais para fazerem suas  escolhas profissionais.Às vezes, estes pais têm projetos para seus filhos ou os filhos desejam através de sua profissão ser importante para seus pais.

Estes jovens podem ficar confusos sem saber se é um desejo sua determinada escolha profissional ou não. Ás vezes, escolhe em função de seus familiares e se frustram. Porém pode escolher uma profissão igual a do pai ou da mãe e, isto poderá ser bom ou não. Para ser uma boa escolha, dependerá da condição de ter sido realizada com autonomia, de estar de acordo com a realidade e se esta profissão também lhe interessa e lhe motiva. A família que tem um bom entrosamento vai promover a auto-estima e autoconfiança do jovem ensinando seus filhos a escolher e não o que escolher. A melhor escolha será sempre a que poderá integrar seus desejos com a realidade. 

Existem algumas condições que podem levar a uma escolha desajustada.  São elas:

٭  Quando a decisão é determinada por um único fator, tal como:
 O econômico, o status social desprezando os demais fatores referentes à profissão.
٭  Quando a escolha profissional ocorre por acaso, para aproveitar alguma oportunidade.
٭  Quando a escolha é feita com base em habilidades específicas. Ex. Ser bom em desenho e escolher arquitetura sem considerar outros fatores envolvidos na profissão.
٭  Quando jovem confunde hobby com escolha profissional. Ex. Gosto por esportes levando-o a escolher Educação Física como profissão.

Diante dessa realidade dizemos aos jovens que escolher é um ato de coragem. No momento final da decisão, você terá que ter a coragem de fazer a sua própria encolher. 


Maria do Socorro dos Santos Silva

terça-feira, 25 de outubro de 2011

“Se hoje estamos na noite escura, amanhã Ele nos liberta”


Papa recorda misericórdia infinita de Deus

Partindo das tradições judaicas, o Pontífice explicou que “solene oração de ação de graças, conhecida como o ‘Grande Hallel’, este Salmo é cantado tradicionalmente no final da ceia pascal judaica e foi, provavelmente, também rezado por Jesus na última Páscoa celebrada com seus discípulos”.
“Ao longo do poema, são enumeradas as muitas maravilhas de Deus na história humana e as suas intervenções em curso em favor de seu povo; e a cada proclamação da ação salvífica do Senhor responde a antífona coma motivação fundamental do louvor: o amor eterno de Deus”, afirmou.
Este salmo celebra o Senhor como aquele que faz “grandes maravilhas”, entre elas, a criação: “O mundo criado é sintetizado em seus principais elementos, com particular ênfase nos astros, no sol, na lua, nas estrelas, criaturas magníficas que governam o dia e a noite. Não se fala aqui da criação do ser humano, mas ele está sempre presente; o sol e a lua existem para ele – para o homem –, para marcar o tempo do homem, colocando-o em relação com o Criador, sobretudo através da indicação dos tempos litúrgicos”.
O texto recorda também “o longo peregrinar de Israel até a terra prometida: ‘Conduziu seu povo no deserto, porque o seu amor é para sempre’ (v. 16). Essas poucas palavras contêm uma experiência de quarenta anos, um tempo decisivo para Israel, que, deixando-se guiar pelo Senhor, aprende a viver na fé, na obediência e na docilidade à lei de Deus”.
Ao longo das grandes maravilhas que o salmo menciona, chega-se ao cume “no cumprimento da promessa divina feita aos Padres: ‘Deu a sua terra por herança, porque o seu amor é para sempre; em herança a Israel, seu servo, porque o seu amor é para sempre’ (vv. 21-22)”.
O Papa, aplicando o salmo à realidade atual, explicou: “Naturalmente, nós podemos dizer: essa libertação do Egito, o tempo do deserto, a entrada na Terra Santa e, em seguida, os outros problemas, que estão muito longe de nós, não são a nossa história”.
E acrescentou: “A estrutura fundamental é que Israel recorda-se da bondade do Senhor (…).E isso é importante também para nós: ter uma memória da bondade do Senhor. A memória torna-se uma força de esperança. A memória nos diz: Deus existe, Deus é bom, eterna é a sua misericórdia. E assim a memória abre, mesmo na escuridão de um dia, de um período, a estrada para o futuro: é luz e estrela que nos guia”.
“Também nós temos uma memória do bem, do amor misericordioso, eterno de Deus. A história de Israel já é uma memória também para nós, como Deus se mostrou e criou seu próprio povo. Depois, Deus se fez homem, um de nós: viveu conosco, sofreu conosco, morreu por nós. Permanece conosco no Sacramento e na Palavra. É uma história, uma memória da bondade de Deus, que nos assegura a sua bondade: o seu amor é eterno”, afirmou o Santo Padre.
“E, depois, também nestes dois mil anos da história da Igreja, existe sempre, de novo, a bondade do Senhor. Após o período obscuro da perseguição nazista e comunista, Deus libertou-nos, mostrou-nos que é bom, que tem força, que a sua misericórdia é para sempre”, acrescentou.
E aconselhou: “Devemos realmente valorizar essa história, ter sempre a memória das grandes coisas que Ele fez na nossa vida, para ter confiança: a sua misericórdia é eterna. E se, hoje, estamos na noite escura, amanhã Ele nos liberta, porque a sua misericórdia é eterna”.
O Papa concluiu sua catequese citando as palavras que São João escreve em sua Primeira Carta “e que deveremos sempre manter presentes na nossa oração: ‘Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato’”

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A realidade em números

A vivência da liberdade sem limites tem levado os adolescentes e jovens a terem relações sexuais cada vez mais cedo e essa prática tem sérias consequências, vejamos alguns números:
32% dos adolescentes iniciam sua vida sexual na faixa de 15 anos;
65% dos jovens perderam sua virgindade entre os  15 e 19 anos;
58% de gravidez entre adolescentes são na faixa dos 15 anos.
Através de uma pesquisa realizada com 356 adolescentes com idade entre 12 e 19 anos, que são atendidos pelo Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, constatou-se a seguinte realidade:
62% tinham vida sexual ativa;
30% eram portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST;
A idade média da primeira relação sexual é de 15 anos;
71,4% dos homens tiveram mais de uma parceira sexual;
28,6% das mulheres tiveram mais de um parceiro sexual.
A pesquisa afirma que “entre os adolescentes, o uso de preservativos é baixo e a atividade
sexual não é programada.”
No Brasil não há informações sobre quais Doenças Sexualmente Transmissíveis prevalece
entre os adolescentes.
O  vírus da AIDS (HIV) pode  ser contraído por  via  sexual ou por contato com  sangue
contaminado. Em Londrina, 90% das contaminações acontecem por via sexual, segundo
dados do Plano Municipal de Saúde. Outro dado de Londrina é que, em 2005, 16% dos
nascidos  vivos  eram  de  mães  com  menos  de  19  anos,  ou  seja,  1.110  mães  eram
adolescentes.
Foram  1.110  meninas  e 1.110  meninos  (  pois  todo bebê  que  nasce  vem  de uma mulher e de um homem) que abandonaram seus  sonhos  e  definiram seu futuro sem planejar.
Há um ensinamento bíblico que diz: “Tudo posso, mas nem tudo me convém.”
Hoje em dia a idéia que se passa através dos meios de comunicação é: devemos  ser feliz a qualquer custo  e  não  importa  quem  vai  paga-lo.  Não  é verdade.
Mas o que é ser feliz?
É fazer o que quer na hora que quer independente dos outros? Não!
É  ter  tudo  de  última  geração:  jogos  eletrônicos, celulares, roupas, tênis, motos? Não!
É  buscar  prazer  imediato  com  bebidas,  transas, aventuras perigosas com velocidade? Não!
É  ser  descolado,  tirar  sarro  das  pessoas,  impor  medo  e sentir-se respeitado por isso? Não!
SER FELIZ é reconhecer-se como um ser que tem um valor tão grande que não se consegue medir.
Pense em alguém que você ama, apenas numa só pessoa,  que  signifique muito prá  você...quanto vale essa pessoa? Você trocaria a vida dela (veja que trocar a vida significa a morte) por uma compra de roupas numa loja de grife? Ou trocaria por uma moto  super  manera?  Trocaria  por  um  emprego seguro, com um salário alto?
Quanto  valeria  a  vida  dessa  pessoa  que  é  tão especial para você? Você consegue definir? Claro que não... sabe por que? Porque a vida vale mais do que qualquer bem material! E tudo o que não tem  preço, não podemos substituir por nada equivalente, torna-se  INSUBSTITUÍVEL... e a isso chamamos DIGNIDADE. Ou seja, não conseguimos atribuir “preço” às pessoas. É isso que nos faz tão especiais e importantes no mundo dos vivos.
Respeitar a dignidade significa olhar o outro e reconhecer nele a vida. Quem olha: vê; quem vê: não ignora; quem não ignora: acolhe e respeita! Portanto, se você não está olhando as pessoas com as quais convive é muito provável que esteja ferindo a dignidade de alguém... E observe se você próprio não está sendo vítima dessa prática.
Quando fazemos de nossos relacionamentos momentos de mero prazer, certamente  estaremos  ferindo  a dignidade de  alguém, pois  o  estaremos  reduzindo a objeto, ou, no caso contrário, nós é que estaremos reduzidos a objetos.
Neste mundo, não vivemos isolados, por pior que uma pessoa possa ser, existe alguém que a ama (sua mãe, pai, avó, amigo, irmão...) e toda vez que fizer algo que não é bom, esse alguém vai sofrer. Essa é nossa vida... nossas ações tem consequências, e por mais independente que nos sintamos, o que fizermos vai refletir em alguém.
Há coisas que depois de feitas não se recupera NUNCA mais...
Desfira  uma palavra  agressiva...    era,  o  tempo  não  volta para  você  se corrigir.
Maltrate ou manipule seu namorado ou namorada... já era, a ferida já abriu.
Use de trapaças para levar vantagem... já era, alguém perdeu.
Traia a confiança... já era, reconquistá-la nem sempre acontece.
Perca sua virgindade... já era, será preciso muita disciplina para recuperá-la.
Quando se diz em recuperação da virgindade, significa manter um firme propósito de reservar-se para o matrimônio, a partir de agora em diante. Este compromisso  requer  muita  força  de  vontade  e  mudança  de  atitudes  e comportamentos. Você pode, você consegue, você e a pessoa que vai amar para o resta da vida merecem isso.
Esta reflexão, não quer resolver todos os conflitos, mas quer te alertar sobre como você tem vivido os seus dias, e se possível fazer com que viva melhor e feliz.
No momento em que você descobre que ESTAR VIVO é a melhor de todas as aventuras, vai se sentir feliz por isso e procurar viver bem!
Não significa que não existirão momentos  difíceis, dores, sofrimento. Mas a vida não é feita de uma coisa só:  não se é feliz sempre... mas também não se é infeliz sempre.
O que se quer dizer é que somos felizes e infelizes alternadamente e não tem nada de anormal nisso.
Todo jovem, garotas e garotos, desejam ter alguém para amar e sentir-se amado... isso é próprio dos humanos. Mas viver este sentimento anda meio atrapalhado  ultimamente,  devido  à  “genitalização”  que  vemos  a  mídia divulgando com insistência.
Meninos são reduzidos a corpo sarado, abdômen tanquinho e músculos bem definidos, sem contar... pênis grande...Para as meninas são os seios e o bumbum fartos (nem que seja de silicone), e boas de cama, na primeira.
O que é isso? Uma verdadeira desvalorização do homem e da mulher, que já não valem pelo que SÃO, mas pela sua aparência... deformaram e perderam a sua originalidade.
Coisas  erradas  têm  acontecido  e  a  questão  é:  onde  estão  os  adultos responsáveis? Cadê os pais e mães para dizerem: não?!?!
Sair  sozinho(a) para a balada, com 13 anos, e  voltar para casa às 3 da manhã... não convém!
Dormir na casa do namorado, com possibilidade de transar... não convém!
Não querer transar e ainda assim ceder... não convém!
Morrer de medo de estar grávida e pensar em pílula do dia seguinte, aborto...
não convém!
TEXTO RETIRADO DA CARTILHA "SOU JOVEM! SOU LIVRE?

domingo, 23 de outubro de 2011

HOMILIA 23/10/2011


“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”
1ª LEITURA – Ex. 22,20-26
Este trecho do Código da Aliança (Ex. 22,21-27) pretende explicitar a prática do mandamento do amor, ou seja, como o povo de Deus deve se relacionar depois que ele foi libertado da opressão egípcia. O relacionamento novo deve ser dominado pelo amor, principalmente com os menos favorecidos, como os estrangeiros, as viúvas, os órfãos, os pobres e endividados. A experiência sofrida pelo povo é a base do novo relacionamento e do respeito pelo próximo: “Não maltratem nem oprimam os estrangeiros, pois vocês foram estrangeiros no Egito”. Eles não devem repetir o esquema dos seus opressores. Se esses oprimirem a viúva e o órfão, a mão de Deus vai pesar sobre eles, “suas mulheres ficarão viúvas e seus filhos ficarão órfãos”. Parece que a exploração já reinava, quando o autor escreve. É por isso que ele exemplifica os casos. Se emprestarem ao pobre, não o explorem com juros altos. Se tomarem o manto do pobre como penhor, devolva antes do pôr-do-sol, pois eles não têm com que se cobrir. Numa sociedade de grandes desníveis sociais e de exploração dos grandes sobre os pequenos, os pobres não têm ninguém por eles, por isso o próprio Deus assume a proteção do desvalido: “Se ele gritar a mim, eu o escutarei, porque sou misericordioso”. Javé é o defensor do pobre, Como Deus ampara e defende os marginalizados hoje?
2ª LEITURA - 1Ts. 1,5c-10
Estamos ainda dentro da ação de graças do apóstolo por causa da fé, esperança e amor da comunidade (v 3). Paulo quer que eles recordem como ele agiu entre os tessalonicenses para o bem deles e como eles se comportaram como verdadeiros imitadores do apóstolo e do Senhor, mesmo tendo Paulo chegado lá com as marcas da fragilidade, por causa das torturas sofridas em Filipe. Não obstante isso, eles acolheram o Evangelho com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações, ou seja, perseguições, incompreensões, maus tratos, conflitos. Paulo relembra ainda, que eles se tornaram modelos para toda a região. A divulgação da Palavra partiu deles. A fé deles iluminou a vida do povo da Macedônia e da Acaia. É este mesmo povo que dá testemunho como os tessalonicenses acolheram o apóstolo e como eles se converteram, abandonando os falsos deuses para servir ao Deus vivo e verdadeiro. Contam também a viva esperança deles a respeito da vinda gloriosa de Jesus, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos. É Jesus que nos livra do castigo futuro. Numa palavra, os tessalonicenses, fiéis na fé, esperança e caridade, se tornaram para o povo da região luz, fermento e sal. É por tudo isso que Paulo agradece a Deus. Podemos pelas mesmas razões agradecer a Deus pelas nossas comunidades?
EVANGELHO – Mt. 22, 34-40 
As lideranças que hoje querem fazer Jesus cair numa armadilha são fariseus e saduceus. Eles querem encontrar um pretexto para condenar Jesus, mas não estão conseguindo. Fariseus eram especialistas nos mandamentos da Lei. Eles dividiam os mandamentos em 365 proibições e 248 prescrições. Somando tudo davam 613 mandamentos. Eles conheciam tudo direitinho e discutiam qual era o maior. Para alguns, a observância do sábado ocupava o primeiro lugar, aliás, era até a síntese da Lei. Eles se aproximam para tentar Jesus como o demônio no deserto (4,1s).
A pergunta é: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus responde, citando Dt. 6,5 que fala do amor a Deus de modo pleno e em todos os momentos da vida. Todos conheciam essa passagem, pois fazia parte da oração da manhã do povo judeu. Jesus fala que esse é o maior e o primeiro. Mas, completa, dizendo que o segundo é semelhante a esse: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Aqui Jesus, mais uma vez, desmascara os fariseus, que desconsideravam o povo pelo fato de não saber ler, e, portanto, não conhecer a Bíblia. Os fariseus desprezavam o povo e o considerava maldito e impuro, fadado à condenação. Eles achavam que era possível amar a Deus, odiando o povo. Jesus vincula o amor a Deus com o amor ao próximo. Aliás, não cumpre a Lei quem despreza o povo, pois “toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.
Quando não amamos o próximo?
Dom Emanuel Messias de Oliveira

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CORREIO MFC BRASIL Nº 268



Vira e mexe, volta à baila o tema da descriminalização das drogas. Uns opinam que com o sinal verde e a legalização da venda e do consumo o narcotráfico perderia espaço e a saúde pública cuidaria melhor dos dependentes, a exemplo do que se faz em relação ao alcoolismo. Outros alegam que a maconha deveria ser liberada, mas não as drogas sintéticas ou estupefacientes como crack, cocaína e ópio.

DO FUNDO DO POÇO
 Frei Betto
http://www.freibetto.org

Não tenho posição formada. Pergunto-me se legalizar o plantio e o comércio da maconha não seria um passo para, mais tarde, se deparar com manifestações pela legalização do tráfico e consumo de cocaína e ecstasy...

Presenciei, em Zurique, no início dos anos 90, a liberação do consumo de drogas no espaço restrito da antiga estação ferroviária de Letten. Ali, sob auspícios da prefeitura, e com todo atendimento de saúde, viciados injetavam cocaína, ópio, heroína, a ponto de o local ficar conhecido como Parque das Agulhas. Em 1995, encerrou-se a experiência. Apesar do confinamento, houve aumento do índice de viciados e da criminalidade.

Nem sempre o debate se pergunta pelas causas da dependência de drogas. É óbvio que não basta tratar apenas dos efeitos. Aliás, em matéria de efeitos, a minha experiência com dependentes, retratada no romance “O Vencedor” (Ática), convenceu-me de que recursos médicos e terapêuticos são importantes, mas nada é tão imprescindível quanto o afeto familiar.

Família que não suporta o comportamento esdrúxulo e anti-social do dependente, comete grave erro ao acreditar que a solução reside  em interná-lo. Sem dúvida, por vezes isso se faz necessário. Por outras é o comodismo que induz a família a se distanciar, por um período, do parente insuportável. Dificilmente a internação resulta, além de desintoxicação, em abstenção definitiva da droga. Uma vez fora das grades da proteção clínica, o dependente retorna ao vício. Por quê?

Sou de uma geração que, na década de 1960, tinha 20 anos. Geração que injetava utopia na veia e, portanto, não se ligava em drogas. Penso que quanto mais utopia, menos droga. O que não é possível é viver sem sonho. Quem não sonha em mudar a realidade, anseia por modificar ao menos seu próprio estado de consciência diante da realidade que lhe parece pesada e absurda.

Muitos entram na droga pela via do buraco no peito. Falta de afeto, de auto-estima, de sentido na vida. Vão, pois, em busca de algo que, virtualmente, “preencha” o coração.

Assim como a porta de entrada na droga é o desamor, a de saída é obrigatoriamente o amor, o cuidado familiar, o difícil empenho de tratar como normal alguém que obviamente apresenta reações e condutas anômalas.

Do fundo do poço, todo drogado clama por transcender a realidade e a normalidade nas quais se encontra. Todo drogado é um místico em potencial. Todo drogado busca o que a sabedoria das mais antigas filosofias e religiões tanto apregoa (sem que possa ser escutada nessa sociedade de hedonismo consumista): a felicidade é um estado de espírito, e reside no sentido que se imprime à própria vida.

O viciado é tão consciente de que a felicidade se enraíza na mudança do estado de consciência que, não a alcançando pela via do absoluto, se envereda pela do absurdo. Ele sabe que sua felicidade, ainda que momentânea, depende de algo que altere a química do cérebro. Por isso, troca tudo por esse momento de “nirvana”, ainda que infrinja a lei e corra risco de vida.

Devemos, pois, nos perguntar se o debate a respeito da liberação das drogas não carece de ênfase nas causas da dependência química e de como tratá-las. Todos os místicos, de Pitágoras a Buda, de Plotino a João da Cruz, de Teresa de Ávila a Thomas Merton, buscaram ansiosamente isto que uma pessoa apaixonada bem conhece: experimentar o coração ser ocupado por outro que o incendeie e arrebate. Esta é a mais promissora das “viagens”. E tem nome: AMOR.

Em tudo dai graças


O apóstolo Paulo, recomenda que devemos dar graças a Deus por tudo o que nos acontece, tanto pelas coisas boas como pelas que nos parecem ruins. "Em tudo dai graças". È a fala preferida de uma pessoa querida: Ângela, esposa do Antonio Carlos do MFC que repete sucessivamente em qualquer situação. Transmite com uma profunda fé, que nos contagia.
Mas, será que devemos dar graças por qualquer catástrofe natural? Será que devemos dar graças por um acidente que nos trouxe tantos sofrimentos? Dar graças por doença que nos aflige? Dar graças pela morte de um filho? Sim, caros amigos, em qualquer circunstância devemos dar “Graças” sempre.
Exemplo disto foi experiência sofrida e dolorosa que vivenciamos com a doença do Milton. Quando o médico nos comunica que ele tem apenas 2% de chance de sobrevida com ou sem cirurgia; tirou-nos o chão.
Mil pensamentos, desespero, dor, angustia, apenas por imaginar continuar a vida sem a sua presença.   “Alice prepare seu coração, a situação é muito grave, você sabe disto”, foi a recomendação carinhosa e terna do Pe Adilson.
 Nestes momentos não sabia em que direção correr, mas... Deus conhece tudo e a todos. Conhece a necessidade de cada um de nós. Sua presença ativa e constante nos dá ânimo e infunde forças. E a força veio, à esperança chegam movidas não por obrigação ou compromisso... Apenas por amor.
 Amor na voz preocupada do nosso pastor Pe Anacleto sempre ansiando por informações de melhora. Nas muitas orações feitas por toda a Comunidade Saletina, amiga e solidaria, pelos membros do Movimento Familiar Cristão, colegas e professores da faculdade.
Nas lagrimas de amor, nas preces feitas de joelhos dobradas num gesto de suplica, nos terços rezados com muito fervor, na hora Santa, nas intenções das missas, apenas para nós.
Sentimos estas manifestações de amizade nas ligações diárias (em torno de 50), na qual peço desculpas por não ter podido retornar. Nas inúmeras mensagens gravadas na secretaria. Especialmente de uma ministra e amiga querida, que todos os dias deixava na secretaria uma mensagem, louvando e agradecendo mais um dia na vida do Milton.
 Manifestação de amor, quando me deparei no corredor da UTI, Pe Cristian, (com uma bola na mão, presente para o Milton )  que viera pela manhã de Cuiabá, retornando no mesmo dia, apenas para ver o seu amigo e  companheiro de futebol, apenas para lhe prestar solidariedade e dizer “ouça a voz de Deus, ela é infinita”.
Diante desta profunda manifestação de verdade e amor, meus queridos Amigos, afirmo com toda a certeza de meu coração, que crer junto, celebrar junto, orar do mesmo jeito deu-me a certeza e a segurança de que não estávamos sozinhos.
Deu-nos a certeza que Deus os convocou a todos e a todas, para colaborar com Ele unindo-nos em preces para a cura do Milton. Ele te tornou responsável pelos filhos Dele num momento de dor e sofrimento.
Na Sua Misericórdia, diante de tantas suplicam feitas, realiza um ato de Amor como resposta, proporcionando ao Milton e a todos nós, a superação desta primeira batalha. Batalha que ainda não terminou.
Porém, - Ele que é Amor- sopra em meus ouvidos numa verdade profunda: “Creia, Sou o Deus dos impossíveis”. Portanto a atitude verdadeira de nossa parte é sem duvida, repetir: "Em tudo dai graças".
Deus não nos prometeu dias sem dor, porém, Ele prometeu a força para cada dia, consolo para as lagrimas e luz para o caminho.
Obrigada, por se importar com o Milton, comigo, e com meus filhos. Têm para sempre nossa gratidão e o nosso amor...
Fiquem com Deus.

Alice e Milton