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domingo, 4 de dezembro de 2011

04/dezembro/2011– 2o Domingo do Advento

Evangelho: (Mc 1, 1-8)
"Convertei-vos"
Em nossa caminhada para o Natal, a liturgia desse domingo nos convida a nos despir dos valores efêmeros e egoístas que muitas vezes nos fascinam, para dar lugar em nós aos valores do Reino de Deus.
As leituras bíblicas apresentam duas figuras típicas do Advento: Isaías e João Batista
Na 1ª leitura, Isaías apresenta um enviado de Javé, descendente de Davi, com a missão de construir um Reino de Justiça e Paz. (Is. 11,1-10)
É uma das maiores profecias do Antigo Testamento referentes ao Messias, com que o profeta reaviva a esperança do seu povo, diante das ameaças do imperialismo dos assírios. O poema dá as características:
- será descendente de Davi: (Jessé é pai de Davi) "Naqueles dias, do tronco de Jessé sairá um ramo e um broto de sua raiz".
- Será animado pelo Espírito de Deus. Como na Criação, sobre ele pousará o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria e inteligência, de conselho e de fortaleza, de conhecimento e de temor de Deus, (de piedade).
É esta a origem da nossa lista dos 7 dons do Espírito Santo.
- Será portador da justiça e da Paz: "Trará justiça para os humildes..." Haverá a reconciliação da criação: voltará a harmonia perdida entre o homem e a natureza, entre os animais selvagens e domésticos.
Jesus é o "messias"  que veio tornar realidade o sonho do profeta. Ele iniciou esse "Reino" novo de justiça, de harmonia, de paz sem fim. Cheio do Espírito de Deus, ele passou pelo mundo convidando os homens a se tornarem "filhos de Deus" e a viverem no amor e na partilha.
Mas a profecia está longe de sua completa realização. O Reino novo trazido por Jesus só poderá se estabelecer a partir de nossa conversão pessoal, familiar e comunitária.
Na 2ª leitura Paulo exorta os cristãos de Roma a viverem no amor, dando testemunho de união, de amor, de partilha, de harmonia, a fim de que louvem a Deus, com um só coração e uma só alma. (Rm. 15,4-9)
No Evangelho, João Batista anuncia que esse Reino está próximo, mas para que se torne realidade precisa converter-se (Mt. 3,1-12)
- Personalidade: é uma figura impressionante, que fascina o povo; tem um estilo de vida austera: no vestir, no comer, no falar, no morar... Vive no "deserto", lugar das privações, do despojamento, mas também lugar tradicional dos encontros entre Deus e Israel.
- Mensagem: é um apelo à conversão - "Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo..." "Preparai o caminho do Senhor: endireitai as veredas para ele."
- Reação ao anúncio:
- o povo simples: reconhece seus erros e pede o batismo;
- os fariseus e saduceus vão ao encontro de João por curiosidade apenas e são desmascarados: "Raça de cobras venenosas... produzam frutos que a conversão exige e não se iludam a si mesmos, dizendo: “Abraão é nosso Pai".
- O batismo de João: consistia na imersão na água do rio Jordão para as pessoas que aderiam a esse apelo de conversão. Significava o arrependimento, o perdão dos pecados e a agregação ao povo fiel. Mas ele avisa, que aquele que vem depois dele "batizará no Espírito Santo e no fogo..."
Portanto o batismo de Jesus vai muito além do batismo de João: 1) confere, a quem o recebe, a vida de Deus e torna-o filho de Deus; 2) incorpora-o à Igreja e torna-o participante da missão da Igreja no mundo.
É um quadro de vida completamente novo, uma relação de filiação com Deus e de fraternidade com Jesus e com todos os outros batizados. É um sacramento.
A voz de João Batista continua convidando à conversão...
Não é possível acolher "aquele que vem" se o nosso coração estiver cheio de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de preocupação com os bens materiais.
Se quisermos celebrar a vinda do Senhor e participar do seu Reino, devemos preparar o caminho, mudar o nosso coração. Nesse itinerário, não há espaço para a hipocrisia. Não bastam as aparências, apenas dizer que somos cristãos porque recebemos o batismo. A conversão deve ser comprovada pela ação.
Os frutos de conversão comprovam a autenticidade da nossa conversão: não bastam alguns sentimentos religiosos... ou algumas práticas piedosas... Precisamos apresentar frutos de conversão: paz, fraternidade, justiça...
- Quais os caminhos tortos, que devemos endireitar?
- Quais os frutos de conversão que Deus está esperando de nós, neste Advento, em preparação ao Natal?
- Estamos convencidos de que, se não dermos esse passo, nunca será Natal em nós, nem mesmo no dia 25 de dezembro?
Deus espera que tenhamos a coragem de dar esse passo!

padre Antônio Geraldo Dalla Costa 

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