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lguém viu, registrou e passou para as gerações futuras, a inscrição inserida num pórtico de uma quinta, datada do século II, dizendo: “O mundo inteiro oferece uma casa aos homens que amam a amizade: a Terra.” Sabe-se que a palavra amizade tem sua origem no latim – amicus, que significa a relação afetiva entre duas pessoas, sem qualquer característica romântico-sexual, mas de vital importância à espécie humana, principalmente.
A legenda traz como mensagem de fundo o amor que deve existir entre os habitantes da mãe terra, o amor capaz de sacrificar a própria vida pelos amigos, conforme fora pregado por Jesus: “Nenhum amor pode ser maior que este o de sacrificar a própria vida por seus amigos.” É o que observamos em nosso dia a dia, ou seja, a cada instante estamos a maltratar a natureza que nos é dada pela mãe terra como nossa casa, de graça, sem nada cobrar. Mas a mãe terra nos ama tanto, que nos permite a continuar seus habitantes.
Assim, a partir do ensinamento divino e da concordância da natureza, somos todos levados a uma vida alegre, embasada no diálogo, na interação, na amizade. Não fomos criados para o isolamento, para a escuridão. Temos o dever de nos comunicar e de nos entender, para sermos felizes.
Sabemos que não é fácil a nossa convivência, mas, também, não é impossível. Precisamos ter e preservar a amizade, para termos uma vida plena de amor e alegria. O grande filósofo grego Aristóteles, diante dessa realidade, dissera, em sua famosa obra, Ética a Nicómaco: “Sem amigos ninguém escolheria viver, ainda que houvesse outros bens”. Portanto, amizade é bem inventariável, pois sentimento pessoal e personalíssimo, que não pode ser passado adiante.
Fazer e conservar amizade são fundamentos para o nosso viver bem, mesmo sabendo dos dissabores e das decepções que podemos vivenciar em nosso ego, principalmente quando a pessoa que elegemos como amigo apresenta comportamento totalmente divorciado da amizade, como: deslealdade, desconfiança e total ausência de amor, além de outros.
Como cristão não podemos viver no inferno da solidão, temos sim, que vencer o avesso da ética, perdoando e amando, sempre, se assim for necessário. O exercício do sentimento da amizade nos fortalece e encoraja para uma vida social, familiar e funcional mais humana e fraterna.
Com certeza não podemos viver, escrever e cantar como Roberto Carlos, quando diz: “... amigo você é o mais certo das horas incertas.” Todavia não podemos desanimar, pois “A amizade é uma virtude, e é a coisa mais necessária à vida.” segundo nos ensina e conforta Aristóteles, em sua obra já referida. Finalizo, conclamando a todos a ir em frente, pois cada um de nós compõe a sua história.
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