Contato

Ajude-nos a atualizar este espaço. Mande as suas sugestões para luiz.monteiro@mfccuritiba.com.br

domingo, 18 de novembro de 2012

LITURGIA DO 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 18/11/2012



  
  
   
“O CÉU E A TERRA PASSARÃO, MAS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO!”
Os textos de hoje nos falam do sol que escurece, das estrelas que caem, dos anjos que convocam os escolhidos, dos mortos que ressuscitam, do Filho do Homem que vem sobre as nuvens. Não podemos permanecer de braços cruzados, esperando que as coisas aconteçam. Em Comunidade, celebremos a força redentora que nos convida a viver a esperança e proclamar entre as coisas passageiras aquilo que é definitivo.

  
33º DOMINGO COMUM
1ª Leitura: Dn 12,1-3
Salmo Responsório: 15
2ª Leitura: Hb 10,11-14.18
Evangelho: Mc 13,24-32

EVANGELHO
Marcos 13,24-32
   
Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos:

24Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais, 25as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas.

26Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. 27Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra.

28Aprendei, pois, da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto.

 29Assim também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas.

30Em verdade vos digo, esta geração não passará até que tudo isto aconteça. 31O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. 32Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
Dom Henique Soares da Costa
Bispo Auxiliar de Aracaju - Sergipe

LEITURAS DESTE DOMINGO: Dn 12,1-3 - Sl 15 - Hb 10,11-14.18 - Mc 13,24-32

Estamos no penúltimo domingo do ano litúrgico, ano da Igreja. Depois de termos celebrado o Advento, o Natal, a Quaresma e a Páscoa do Senhor, depois de mais de trinta domingos do chamado Tempo Comum, estaremos encerrando domingo próximo, com a Solenidade de Cristo Rei, o ano litúrgico. Dentro de quinze dias, entraremos num novo ano, com o primeiro domingo do Advento, preparando o santo Natal. O tempo passa, a vida passa... tudo passa!

            Pois bem, é próprio da Liturgia, nos últimos domingos do ano litúrgico, fazer-nos pensar sobre o fim de todas as coisas; “fim” no sentido de final; mas também fim no sentido de finalidade e, portanto, de plenitude. E nossa fé nos diz que a plenitude, o "fim" de tudo é o Cristo Jesus: ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, “através dele e para ele tudo foi criado no céu e na terra” (cf. Cl 1,15ss), é ele quem, no final dos tempos, virá como “Filho do homem, nas nuvens com grande poder e glória” (evangelho). Ou seja, Cristo morto e ressuscitado é a consumação e a finalidade, a plenitude e o sentido de tudo quanto existe! Para ele tudo corre, como o rio corre para o mar; e, no fim, ele entregará tudo a Deus, seu Pai, na potência do Espírito Santo (cf. 1Cor 15,28)! Vejamos:

(1) Com a vinda do Cristo, com seu aparecimento glorioso, toda a criação será transfigurada. É isto que o evangelho deste domingo afirma numa linguagem simbólica, impressionante, chamada apocalíptica: “O sol vai escurecer, e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas”. Em outras palavras: este mundo como nós conhecemos será transfigurado, será purificado de toda fragilidade, de toda maldade, de toda tirania: “Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21,1). A imagem é belíssima: passou o mundo antigo; o mar, símbolo do caos, foi destruído. Aquilo que já começou com a ressurreição de Cristo, aquilo que começou em nós com o Batismo acontecerá a toda a criação: “Se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo”(2Cor 5,17). Que consolo, que beleza: o mundo não caminha para o nada, para o vazio, para a destruição: por ocasião do aparecimento glorioso do Senhor Jesus Cristo, tudo será purificado com o fogo do Espírito Santo, será transfigurado, mais que nos dias de Noé, com a purificação pela água: “O Dia do Senhor chegará como um ladrão, e então os céus acabarão com um estrondo espantoso; os elementos, devorados pelas chamas, se dissolverão, e a terra será consumida com todas as obras que nela se encontrarem. O que esperamos são novos céus e nova terra” (2Pd 3,10.13). Mais uma vez, é preciso compreender: a linguagem é apocalíptica! No fogo do Espírito Santo, no qual o mundo será julgado (cf. Jo 16,8-11), tudo que não foi amor, que não foi segundo Cristo, será dissolvido; e o que foi amor, será transfigurado, e teremos novos céus e nova terra, livres de todo o pecado e de toda a maldade! Como não nos alegrar com tal esperança? Como não repetir, agradecidos, as palavras do Livro da Sabedoria? “Teu grande poder está sempre a teu serviço, e quem pode resistir à força do teu braço? O mundo inteiro está diante de ti como um nada na balança, como a gota de orvalho que de manhã cai sobre a terra. Mas te compadeces de todos, pois tudo podes, fechas os olhos diante dos pecados dos homens, para que se arrependam. Sim tu amas tudo o que criaste, não te aborreces com nada do que fizeste; se alguma coisa tivesses odiado, não a terias feito. E como poderia subsistir alguma coisa, se não a tivesses querido? Como conservaria sua existência se não a tivesses chamado? Mas a todos poupas, porque são teus: ó Senhor, amigo da vida!” (Sb 11,21-26).

(2) Mas, não é só! A manifestação gloriosa do Senhor será também o dia bendito da nossa ressurreição. É verdade que, logo após a morte, na nossa dimensão espiritual, a que chamamos “alma”, seremos glorificados da glória de Cristo. Por isso mesmo São Paulo afirma: “Estamos cheios de confiança e preferimos deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor. Por isso, também, nos empenhamos em ser agradáveis a ele, quer estejamos no corpo, quer já tenhamos deixado esta morada (2Cor 5,9). Aos filipenses, o Santo Apóstolo confessava: “O meu desejo é partir para estar com Cristo” (Fl 1,23). Que ninguém duvide: nem a morte nos separa do amor de Cristo (cf. Rm 9,38): imediatamente após deixarmos este mundo, estaremos com o Senhor na nossa alma. Mas, nosso corpo, somente será glorificado no Dia final, no Dia da Ressurreição, quando toda a matéria for glorificada! É a este dia final que chamamos Dia da Ressurreição: “Muitos dos que dormem no pó da terra, despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno. Mas os que tiverem sido sábios, brilharão como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos os caminhos da justiça, brilharão como as estrelas, por toda a eternidade” (1a. leitura). Que imagem impressionante! No Dia de Cristo, todos estaremos vivos no corpo e na alma. Mas, há uma discriminação, uma diferença de destino, uma separação, um julgamento: os que tiverem sido abertos para Cristo, com seu corpo e sua alma, com todo o seu ser, estarão na glória de Cristo; os que se fecharam para ele, já logo após a morte, estarão longe dele e, no fim dos tempos, tal danação será também a do corpo! Que destino miserável, que sorte horrenda! Seria melhor nem existir mais! Isto nos recorda a necessidade da vigilância, a necessidade de nos abrirmos para o Cristo nos dias de nossa vida! Por isso mesmo Jesus previne cada geração: “Aprendei, pois da figueira! Quando virdes acontecer estas coisas, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas!
Esta geração não passará até que tudo isso aconteça. Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai!”(evangelho). Jesus nos previne: cada geração deve estar atenta aos sinais de Deus; cada geração deverá compreender que chegou o tempo, o momento de decidir-se por Cristo ou contra Cristo, pela vida ou contra a vida! Vigiai! Estai preparados! Cristo “sentou-se para sempre á direita de Deus” (2a. leitura); ele se ofereceu por nós. Não recebamos em vão a sua graça, o convite que ele nos faz!

(3) Finalmente, a vinda do Senhor será a glorificação de toda a Igreja, Comunidade dos eleitos de Cristo: O Filho do Homem “enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra” (evangelho). Então, a Igreja estará plena, totalmente completa, totalmente glorificada: “Vi também a Cidade Santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, vestida como noiva enfeitada para o seu Esposo. Então, ouvi uma voz forte que saia do trono e dizia: ‘Esta é a morada de Deus com os homens. Ele vai morar junto deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus-com-eles será o seu Deus. Ele enxugará toda lágrima de seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas antigas passaram’. Aquele que está sentado no trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas!’” (Ap 21,2-5). Que beleza: a Igreja será plenamente Corpo de Cristo, será plenamente santa no Espírito de Cristo, será plenamente católica, pois abarcará toda a humanidade salva, será totalmente una, pois toda a divisão trazida pelo pecado será superada, será totalmente apostólica, pois construída sobre os doze alicerces, que são os apóstolos do Cordeiro!

            Eis a nossa esperança! Eis a nossa certeza! Eis para onde caminhamos! Num mundo que dorme, vigiemos: “ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas!” (evangelho). Não durmamos, como os pagãos! Não somos da noite; somos filhos deste Dia bendito: Dia de Cristo, Dia da Ressurreição, Dia da Salvação: ‘Vós, meus irmãos, não andais em trevas, de modo que esse Dia vos surpreenda como um ladrão; pois que todos vós sois filhos da Luz, filhos do Dia. Não somos da noite nem das trevas. Portanto, não durmamos como os outros; mas vigiemos e sejamos sóbrios! “Deus não nos destinou para a ira, mas sim para alcançarmos a salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, a fim de que nós, na vigília ou no sono, vivamos em união com ele” (1Ts 5,4-6.9-10). Não esqueçamos: a Luz é Cristo, o Dia é Cristo. Vivemos na luminosidade dessa Luz, na perspectiva desse Dia!

            Que a certeza da nossa esperança em Cristo preencha os pobres dias de nossa vida, para que vivendo bem neste mundo, plantemos a nossa eternidade. A Cristo, Senhor dos tempos, a glória para sempre. Amém!

ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Amém!
Editado por MFC ALAGOAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário