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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Missa de sétimo dia

Amigos Mefecistas,

No próximo sábado, 03/08, será celebrada a Missa de Sétimo Dia, em memória de Marly Dziecdzick, esposa de  Manoel Célio Dziecdzick. A celebração acontece na Capela do Asilo São Vicente de Paula (Rua Barão dos Campos Gerais, 970, Juvevê), às 19 horas.

Marli e Célio foram integrantes do Movimento Familiar Cristão de Curitiba. Ele foi um grande colaborador nos eventos mefecistas, sempre na equipe de animação. Célio também foi o responsável pelo arranjo musical do Hino do MFC Brasil.


Paz e Bem
Coordenação de Cidade - ECCI
MFC Curitiba

TELÊMACO BORBA ASSUME COORDENAÇÃO ESTADUAL – GESTÃO 2013/2016


Aconteceu neste domingo (28/07) em Telêmaco Borba a transição final da Equipe Central Estadual do Paraná que esteve com a cidade de Santo Antônio da Platina do dia 23/07/2010 a 28/07/2013 passando agora a cidade de Telêmaco Borba com o casal coordenador Silvano e Lenir até o dia 28/07/2016.

A cidade de Telêmaco Borba foi eleita no 94º Conselho Estadual realizado em Londrina em outubro do ano passado e a transmissão simbólica foi realizada no 95º Conselho Estadual realizado em Curitiba em maio deste ano.

Nesta reunião de transição, foram passadas as últimas informações de cada setor, lavrada ata de posse e repassada a posição dos recursos financeiros.

A equipe de Santo Antônio da Platina entregou os antigos patrimônios, um notebook, um data-show e uma máquina fotográfica digital  e também os novos patrimônios adquiridos recentemente que foram um data-show para os conselhos jovens e uma caixa de som amplificada com microfones sem fio.

A partir de agora, o endereço para envio de notícias e informações será: mfc_estadual@outlook.com, casal Wesley e Eliane da equipe de comunicação e secretaria.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Congresso celebra os 30 anos da Pastoral da Criança

De 28 de julho a 2 de agosto, a Pastoral da Criança realiza o Congresso Nacional comemorativo aos seus 30 anos. O evento, realizado junto ao Santuário Nacional de Aparecida (SP) reúne cerca de quinhentos participantes, entre coordenadores da Pastoral nos estados, setores e núcleos, além da equipe nacional, assessores técnicos, palestrantes e outros convidados.
Na abertura do evento, no último domingo, a atual coordenadora nacional, irmã Vera Lúcia Altoé (foto), destacou a relevância da celebração. “Este é um momento histórico de congregação para partilhar experiências, animar na missão, traçar metas e prioridades para os próximos anos”. Também estão presentes representantes da Pastoral da Criança de vindos das Filipinas, Angola, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Peru, Argentina, Colômbia e Paraguai.
O tema central do congresso “A criança como prioridade absoluta” foi exposto pelo médico Nelson Arns Neumann, coordenador nacional-adjunto e coordenador da Pastoral da Criança Internacional. Com a diminuição do índice de mortalidade infantil, a entidade volta-se agora para novos desafios. Ser referência para a criança em situação de vulnerabilidade é uma das prioridades da Pastoral para os próximos três anos.
“Como referência, mas não como executora” explicou Neumann. “Ela não vai resolver todos os problemas relacionados à criança. Mas ela deve encaminhar o problema, articulando e reforçando a ação do serviço público ou de outras instituições que atuam com a criança”.
Renovação
A ampliação das ações de vigilância nutricional para prevenção da obesidade infantil; os cuidados nos primeiros mil dias (período da gestação mais os dois primeiros anos de vida da criança); a ampliação do número de crianças acompanhadas e o aprimoramento da gestão, com objetivo de atingir sua missão, também estão entre as prioridades da Pastoral da Criança que estão sendo debatidas no evento.
“A Pastoral da Criança deve ter a coragem de mudar, de ajustar-se ao mundo atual, mas sem perder a referência, as suas origens”, avalia Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da Pastoral. Para ele, as mudanças econômicas, sociais e mesmo o avanço das novas tecnologias afetam as ações da Pastoral da Criança, assim como das famílias acompanhadas.
As ações realizadas hoje pelos líderes voluntários não têm o mesmo impacto do início da pastoral. Com a redução do índice de mortalidade infantil, na maioria das cidades, e a desnutrição sob controle no país, agora os líderes enfrentam novos desafios. Os resultados da ação, que no início eram imediatos, agora demoram a aparecer e dependem de muitos fatores que não estão na governabilidade dos voluntários.
Com base nos três pilares da entidade - agir, organizar e comunicar - a proposta é atuar nos pontos de atenção, ou seja, situações-problemas encontrados e que preocupam os líderes nas comunidades. Os principais pontos de atenção já identificados estão relacionados com a gestante, a criança e o líder.
“Além do Sistema de Informação, agora vamos ter um Sistema de Informação e Comunicação que vai utilizar as novas tecnologias de informação para integrar a comunicação da coordenação nacional diretamente com as bases, os líderes nas comunidades”, explicou Boufleur.
De acordo com ele “a Pastoral da Criança como referência para o cuidado com a criança prevê, agora, uma ação sistemática”. É responsabilidade da Pastoral da Criança encontrar resposta sem se omitir para o ponto de atenção relatado pelo líder. Atender ou resolver os problemas encontrados ficam sob a responsabilidade das coordenações ou, quando necessário, pela coordenação nacional em articulação com órgãos de governo, entidades e movimentos sociais relacionados às questões ou cuidados com a criança.

Flash Mob na JMJ Rio 2013

Um dos momentos mais emocionantes da JMJ Rio 2013. Mais de 3 milhões de pessoas, na mesma coreografia, em uma homenagem ao Papa Francisco!

Bingo da Solidariedade do Mosteiro Monte Carmelo


No próximo dia 25 de agosto, o Mosteiro Monte Carmelo promove mais uma edição do Bingo da Solidariedade. Em 2013, o evento será realizado na Paróquia Profeta Elias (Rua Nova Aurora, 1340, Bairro Novo B). As cartelas já estão a venda por R$10,00 (Dez Reais) e o primeiro prêmio será um Gol G4, 0km.

A programação do Bingo da Solidariedade terá início, às 10 horas com a celebração da Santa Missa. A partir das 12 horas teremos o almoço, já tradicional no evento. As rodadas do bingo, que ocorre de forma eletrônica, estão previstas para as 14 horas, sempre intercaladas com rodadas extras.

Assim como nos anos de 2011 e 2012, a arrecadação do Bingo da Solidariedade será destinada para a construção e benfeitorias no Mosteiro da Misericórdia, local destinado para o tratamento de mulheres dependentes químicas e alcoólicas.

Mais uma vez precisaremos de voluntários para ajudar no Bingo da Solidariedade. Pelo sexto ano consecutivo, o Movimento Familiar Cristão de Curitiba será o responsável pela venda das cartelas de bingo das rodadas extras. Os interessados em nos ajudar entrem em contato com a coordenação do MFC Curitiba.


Bingo da Solidariedade

Data: 25/08/2013

Local: Paróquia Profeta Elias – Rua Nova Aurora, 1340, Bairro Novo B

Horário: 10 horas (Missa)
              12 horas (Almoço)
              14 horas (Bingo)

Valor: Cartelas – R$10,00
           Almoço – R$13,00

Informações: Helcio – (41)9972-7253
                     Paulo Cézar – (41) 9991-4813

Nota de Falecimento II


Amigos,

O Movimento Familiar de Curitiba, informa do falecimento de Marly Dziecdzick, esposa de Manoel Célio Dziecdzick, que fizeram parte do MFC e por muitos anos fizeram parte da equipe de animação dos Encontros de Corações.

O Velório e o sepultamento do corpo aconteceram no último domingo.

O Nosso sentimento aos familiares, que Deus os confortem e que Maria os cubram com o seu Manto Sagrado.

Equipe Central de Cidade - ECCI
MFC Curitiba

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Nota de Falecimento


Amigos,

O Movimento Familiar de Curitiba, informa do falecimento de Tânia Mara da Silva Padilha, que integrava o MFC de Santo Antonio da Platina. Sua família havia se mudado recentemente para Curitiba e iriam participar das atividades do MFC na capital paranaense.

O Corpo foi velado por aproximadamente uma hora, na residencia da família em Curitiba, e segue para Santo Antonio da Platina, onde será sepultado.

O Nosso sentimento aos familiares, que Deus os confortem e que Maria os cubram com o seu Manto Sagrado.

Equipe Central de Cidade - ECCI
MFC Curitiba

JMJ Rio2013, o Brasil não vai esquecer!


O Rio, o Brasil, o mundo não vão jamais esquecer esses dias da Jornada Mundial da Juventude na Cidade Maravilhosa. Algo diferente aconteceu, e pudemos notar isso na tarde e na noite de ontem, sábado, na peregrinação dos jovens da Central do Brasil até a Praia de Copacabana, que com alegria e cantos, deram vida às ruas da capital fluminense. Muitos peregrinos caminharam em ritmo de batuque de samba, e muitos deles gritavam “Papa, eu cheguei”. 

Participaram da Vigília de oração na noite de ontem, mais de 2 milhões de jovens. Já antes de chegar à Praia de Copacabana o Papa postou uma mensagem aos jovens em seu perfil no Twitter: "Queridos jovens, possam vocês aprender a rezar todos os dias: esse é o modo de conhecer Jesus e fazê-Lo entrar na própria vida". 

Na parte da tarde, na espera do Papa, foi realizado o "Show do Futuro", com a participação de muitos artistas católicos, entre os quais Padre Marcelo Rossi. Os jovens participaram ainda das provas do flash mob que foi apresentado para o Papa neste domingo. É considerado o maior flash mob do mundo.

Embora inicialmente houvesse orientações para que as pessoas não acampassem na praia, os jovens montaram barracas e jogaram na areia de Copacabana seus sacos de dormir. Também a Avenida Atlântica foi usada nesta noite como dormitório. Um mosaico de cores, formado por jovens de todas as partes do mundo, na espera da alvorada, do sol do novo dia, da Santa Missa celebrada nesta manhã de domingo pelo Santo Padre. 

Mais uma vez Copacabana ficou pequena para receber tantos jovens. Quase uma festa de final de ano no mês de julho na Praia mais famosa do mundo.

Nós ouvimos alguns peregrinos que vieram de Minas Gerais que falaram da alegria de estar participando da JMJ no Rio.

Ontem o Papa almoçou com mais de 300 bispos do Brasil e exortou os pastores a se aproximar mais das pessoas para entender melhor seus problemas. Francisco insistiu que os sacerdotes precisam sair de suas sacristias para ir na direção dos fiéis mais marginalizados da sociedade, sob o risco de perdê-los para outras igrejas. “Simplicidade”, disse, é “outra lição que a Igreja deve sempre lembrar”. O Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, disse que certamente é o mais longo e estruturado discurso do Pontificado de Papa Francisco. “Ele expôs sua visão de Igreja e dos problemas da Igreja de hoje”.

O Papa terminou o seu discurso fazendo um apelo para que a Amazônia não seja destruída, dizendo que Deus confiou a floresta ao homem, “não para que a explorasse rudemente, mas para que tornasse ela um jardim”. 



Texto proveniente do site da Rádio Vaticano 
http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/28/jmj_rio2013,_o_brasil_n%C3%A3o_vai_esquecer!/bra-714637

domingo, 28 de julho de 2013

Antes de retornar a Roma, Papa Francisco se encontra com os voluntários da JMJ


Antes de seguir para a Base Aérea do Galeão, para retornar ao Vaticano, o Papa Francisco foi até o Riocentro para um encontro com os voluntários da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 (JMJ). Cerca de 15 mil pessoas, que trabalharam durante dois anos na organização do evento, tiveram um encontro emocionante e de muita alegria.

O Santo Padre revelou que não poderia retornar para Roma “sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso a cada um, pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares de jovens peregrinos e pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé”.

Francisco também pediu para que os jovens sejam revolucionário e que caminhem contra a corrente, nisto sim ele pediu para que se rebelem.

"que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. Tenham a coragem de ser felizes!” 

Ao concluir o seu discurso, o Sumo Pontífice agradeceu novamente a todas as comunidades que cederam os seus membros e exortando-os a não esquecerem “tudo o que fizeram nestes dias, tudo o que viveram aqui”. E acrescentou: “Podem contar sempre com minhas orações, e sei que posso contar com as orações de vocês”. 

Ao término do encontro todos os presentes rezaram uma Ave-Maria.

Confira na integra o discurso do Papa Francisco aos Voluntários da Jornada Mundial da Juventude:

"Queridos voluntários, boa tarde!

Não podia regressar a Roma sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso, a cada um de vocês pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares de peregrinos; pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé. Com os sorrisos de cada um de vocês. Com a gentileza, com a disponibilidade ao serviço, vocês provaram que “há maior alegria em dar do que em receber”.

O serviço que vocês realizaram nestes dias me lembrou da missão de São João Batista, que preparou o caminho para Jesus. Cada um, a seu modo, foi instrumento para que milhares de jovens tivessem o “caminho preparado” para encontrar Jesus. E esse é o serviço mais bonito que podemos realizar como discípulos missionários: preparar o caminho para que todos possam conhecer, encontrar e amar o Senhor. A vocês, que neste período responderam com tanta prontidão e generosidade ao chamado para ser voluntários na Jornada Mundial, queria dizer: sejam sempre generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada, ao contrário, é a grande a riqueza da vida que se recebe.

Deus chama para escolhas definitivas. Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria vocação significa caminhar na direção jubilosa de si mesmo. A todos Deus nos chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do matrimônio.

Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”; na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso, eu peço a vocês que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem; que se rebelem contra essa cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar a verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. Tenham a coragem de ser felizes!

O Senhor chama alguns ao sacerdócio, a se doar a Ele de modo mais total, para amar a todos com o coração do Bom Pastor. A outros, chama para servir os demais na vida religiosa; nos mosteiros, dedicando-se à oração pelo bem do mundo, nos vários setores do apostolado, gastando-se por todos, especialmente os mais necessitados. Nunca me esquecerei daquele 21 de setembro –eu tinha 17 anos - quando depois de passar pela igreja de San José de Flores para me confessar, senti pela primeira vez que Deus me chamava. Não tenham medo daquilo que Deus lhes pede! Vale a pena dizer “sim” a Deus. N’Ele está a alegria!

Queridos jovens, talvez alguns de vocês ainda não veja claramente o que fazer da sua vida. Peça isso ao Senhor; Ele lhe fará entender o caminho. Como fez o jovem Samuel, que ouviu dentro de si a voz insistente do Senhor que o chamava, e não entendia, não sabia o que dizer, mas, com a ajuda do sacerdote Eli, no final respondeu àquela voz: “Senhor, fala, eu escuto”. Peçam vocês também a Jesus: Senhor, o que quereis que eu faça? Que caminho devo seguir?

Caros amigos, novamente lhes agradeço por tudo o fizeram nestes dias. Não se esqueçam de nada do que vocês viveram aqui! Podem contar sempre com minhas orações, e sei que posso contar com as orações de vocês."

No Angelus, Papa Francisco Anuncia Cracóvia como sede da JMJ, em 2016


A próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será realizada em Cracóvia (Kharkiv), na Polônia, em 2016. O anúncio foi feito pelo Papa Francisco, ao final da reflexão que precede a Oração marina do Angelus, recitada ao término da Missa de encerramento da JMJ Rio2013.

O Papa iniciou sua reflexão agradecendo a Deus as graças recebidas durante a Jornada Mundial da Juventude, e também ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta e ao Cardeal Rilko, pelas palavras a ele dirigidas. Por fim, agradeceu a todos os jovens pela alegria vivida nestes dias, “levo a cada um de vocês no meu coração”.

Francisco convidou todos a voltarem seu olhar à Mãe do Céu, a Virgem Maria, lembrando também a todos que nestas dias Jesus “repetiu com insistência o convite para serem seus discípulos-missionários. Vocês escutaram a voz do Bom Pastor que lhes chamou pelo nome e vocês reconheceram a voz que lhes chamava”. E perguntou:

Não é verdade que, nesta voz que ressoou nos seus corações, vocês sentiram a ternura do amor de Deus? Não é verdade que vocês experimentaram a beleza de seguir a Cristo, juntos, na Igreja? Não é verdade que vocês compreenderam melhor que o Evangelho é a resposta ao desejo de uma vida ainda mais plena?” 

Referindo-se a Virgem Imaculada - que sempre intercede por nós no Céu como uma boa mãe que cuida dos seus filhos – Francisco recordou que “cada vez que rezamos o Angelus, recordamos o acontecimento que mudou para sempre a história dos homens”. E falando das atitudes de Maria diante do anúncio do anjo e de sua visita à prima Isabel para realizar “um gesto de amor, de caridade, de serviço concreto, levando Jesus que trazia no ventre”, o Papa afirmou:

Eis aqui, queridos amigos o nosso modelo. Aquela que recebeu o dom mais precioso de Deus, como primeiro gesto de resposta, põe-se a caminho para servir e levar Jesus. Peçamos a Nossa Senhora que também nos ajude a transmitir a alegria de Cristo aos nossos familiares, aos nossos companheiros, aos nossos amigos, a todas as pessoas. Nunca tenham medo de ser generosos com Cristo! Vale a pena! Sair e ir com coragem e generosidade, para que cada homem e cada mulher possa encontrar o Senhor”. 

E ao final o tão esperado anúncio:

Queridos jovens, temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude, no ano de 2016 em Cracóvia, na Polônia. Pela intercessão materna de Maria, peçamos a luz do Espírito Santo sobre o caminho que nos levará a esta nova etapa da jubilosa celebração da fé e do amor de Cristo”.
 
Após a Oração do Angelus, Papa Francisco incensou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, confiando a ela a próxima Jornada Mundial da Juventude.

Texto proveniente 
do site da Rádio Vaticano 

Papa Francisco celebra a Missa de Envio e encerramento da JMJ


Com a celebração da Santa Missa de envio, pelo Papa Francisco, ocorreu o encerramento da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Mais uma vez a praia da Copacabana recebeu aproximadamente 3 milhões de fiéis, que se emocionaram em mais um momento marcante.

Após mais de 20 anos, a JMJ retornou a América Latina e recebeu o segunda maior número de peregrinos da sua história, perdendo apenas para edição realizada nas Filipinas, em 1994.

No enceramento da Santa Missa, o Arcebispo do Rio de Janeiro, o Papa Francisco agradeceu ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, e todos os jovens que fizeram acontecer a JMJ.

O Papa Francisco também anunciou que a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude acontecerá na cidade de Cracóvia (Kharkiv), na Polônia, em 2016. E confiou a Nossa Senhora a próxima JMJ.

Confira na Integra a Homília do Papa Francisco na Missa de Envio da JMJ

Venerados e amados Irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos jovens! 

        «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: «Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra,mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais». Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir.

1.      Ide. Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé. Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé éuma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9).

         Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, mas: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem sim; mas não nasce da vontade de domínio ou de poder, nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e nos deu não somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como homens livres, amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor.

         Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor. 
         De forma especial, queria que este mandato de Cristo -“Ide” - ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama: «Ai de mim se eu não pregar o evangelho!» (1Co 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido!

2.      Sem medo. Alguém poderia pensar: «Eu não tenho nenhuma preparação especial, como é que posso ir e anunciar o Evangelho»? Querido amigo, esse seu temor não é muito diferente do sentimento que teve Jeremias, um jovem como vocês,quando foi chamado por Deus para ser profeta. Acabamos de escutar as suas palavras: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar,sou muito novo». Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias: «Não tenhas medo... pois estou contigo para defender-te» (Jr 1,8). Deus está conosco!

         «Não tenham medo!» Quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: «Eu estou com vocês todos os dias» (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós!Jesus não nos deixa sozinhos, nunca lhes deixa sozinhos! Sempre acompanha a vocês! 

         Além disso, Jesus não disse: «Vai», mas «Ide»: somos enviados em grupo. Queridos jovens, sintam a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos Santos nesta missão. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes,descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta é uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria,ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos!

3.      A última palavra: para servir. No início do salmo proclamado, escutamos estas palavras: «Cantai ao Senhor Deus um canto novo» (Sl 95, 1). Qual é este canto novo? Não são palavras, nem uma melodia, mas é o canto da nossa vida, é deixar que a nossa vida se identifique com a vida de Jesus, é ter os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vidade Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço.

        São Paulo, na leitura que ouvimos há pouco, dizia: «Eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível» (1 Cor 9, 19). Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos». Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus. 

Vigília com o Papa Francisco reúne milhares de fiéis em Copacabana


Foi na noite deste sábado que aconteceu um dos momento mais emocionantes da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Cerca de 3 milhões de fiéis se reuniram na Praia de Copacabana para a Vigília com o Papa Francisco.

Ao subir no palco, o Santo Padre saudou os Bispos e Cardeais presentes e na sequência ocorreu uma encenação sobre a vida de São Francisco de Assis, além de apresentações musicais e testemunhos de fé.

No seu discurso, Francisco falou que a Igreja precisa dos jovens e os convidou a serem missionários. Para entender a importância o significado de ser um Missionário, o Sumo Pontífice utilizou três exemplos: o primeiro de um campo como lugar que se semeia, o segundo de um campo de treinamento e o terceiro de um canteiro de obras.

No primeiro caso Francisco utilizou a Parábola do "Bom Semeador" como exemplo e aproveitou a mudança de local da Vigília para dizer que o "Verdadeiro Campus Fidei está no coração de Vocês", além de pedir para que cada um deixasse a Cristo a sua palavra entrarem no coração de cada um.

No segundo caso, o Sucessor de Pedro disse que Jesus oferece algo muito maior que a Copa do Mundo e que Cristo pede para que treinemos para enfrentar as situações da vida, testemunhando a nossa fé. Ele também disse para que os jovens sejam os verdadeiros "atletas de Cristo".

No terceiro caso Francisco ressaltou que “quando o nosso coração é uma terra boa que acolhe a Palavra de Deus, quando se “sua a camisa” procurando viver como cristãos, nós experimentamos algo maravilhoso: nunca estamos sozinhos, fazemos parte de uma família de irmãos que percorrem o mesmo caminho; somos parte da Igreja, mais ainda, tornamo-nos construtores da Igreja e protagonistas da história”. 

Destaque também para a referência sobre as manifestações que ocorrem por todas as partes do mundo e disse:  No coração jovem de vocês, existe o desejo de construir um mundo melhor. Acompanhei atentamente as notícias a respeito de muitos jovens que, em tantas partes do mundo, saíram pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Mas, fica a pergunta: Por onde começar? Quais são os critérios para a construção de uma sociedade mais justa? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, ela respondeu: você e eu!”.

Leia na Integra o discurso do Papa Francisco na Vigília em Copacabana:

“Queridos jovens,

Acabamos recordar a história de São Francisco de Assis. Diante do Crucifixo, ele escuta a voz de Jesus que lhe diz: 'Francisco, vai e repara a minha casa'. E o jovem Francisco responde, com prontidão e generosidade, a esta chamada do Senhor: 'Repara a minha casa. Mas qual casa?' Aos poucos, ele percebe que não se tratava fazer de pedreiro para reparar um edifício feito de pedras, mas de dar a sua contribuição para a vida da Igreja; tratava-se de colocar-se ao serviço da Igreja, amando-a e trabalhando para que transparecesse nela sempre mais a Face de Cristo.

Também hoje o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja. Queridos jovens, o senhor precisa de vocês. Também hoje ele chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja, para serem missionários. Queridos jovens, o Senhor hoje nos chama. Não a todos e sim a cada um de vocês, individualmente. Escutem essa palavra nos seus corações, que fala a vocês.

Acredito que podemos aprender algo com o que aconteceu nos últimos dias. Tivemos que cancelar o evento em Guaratiba. Será que o Senhor não quer nos dizer que o verdadeiro campo da fé, não é um lugar geográfico, mas sim nós mesmos? Sim. É verdade, cada um de nós e de vocês. Eu e vocês todos aqui, somos discípulos missionários. O que quer dizer isso? Que nós somos o campo da fé de Deus.

Partindo do campo da fé, pensei em três imagens que podem nos ajudar a entender melhor o que significa ser um discípulo missionário: a primeira, o campo como lugar onde se semeia; a segunda, o campo como lugar de treinamento; e a terceira, o campo como canteiro de obras.
Primeiro: o campo como lugar onde se semeia. Todos conhecemos a parábola de Jesus sobre um semeador que saiu pelo campo. Algumas sementes caem à beira do caminho, em meio às pedras, no meio de espinhos e não conseguem se desenvolver; mas outras caem em terra boa e dão muito fruto (cf. Mt 13,1-9). O próprio Jesus explicou o sentido da parábola: a semente é a Palavra de Deus que é semeada nos nossos corações (cf. Mt 13,18-23). Hoje, de modo especial, Jesus está semeando, tornando-nos o campo da fé. Deus faz tudo, mas vocês têm que permitir que Ele trabalhe nesse crescimento. Jesus nos diz que as sementes, que caíram à beira do caminho, em meio às pedras e em meio aos espinhos não deram fruto. Qual terreno somos ou queremos ser? Escutamos o Senhor, mas na vida não muda nada, pois nos deixamos tumultuar por tantos apelos superficiais? E eu lhes pergunt: ‘sou um jovem atordoado ou um jovem com pedras no terreno? Terei eu o costume de jogar dos dois lados, ficar de bem com Deus e com o Diabo? Receber as sementes de Deus e manter os espinhos? Acolher Jesus com entusiasmo, mas ser inconstantes e diante das dificuldades não ter a coragem de ir contra a corrente; ou somos como o terreno com os espinhos?

Mas, hoje, tenho a certeza que a semente está caindo numa terra boa, ouvimos esses testemunhos. A pessoa diz que não é terra boa: 'sou cheio de espinhos, Santo Padre'. Mas mantenham sempre um pedacinho de terra boa. Eu sei que vocês querem ser terra boa. O cristão quer ser isso, um cristão de verdade, não cristãos de fachada, mas sim autênticos. Sei que querem ser cristãos autênticos. Tenho a certeza que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e as conveniências do momento.
Sei que vocês apostam em algo grande, em escolhas definitivas que deem pleno sentido para a vida. É assim ou estou errado? Se é assim, façamos o seguinte. Todos em silêncio, olhando para dentro e cada um fale com Jesus que quer receber a semente. Olhe: 'Jesus, tenho pedras, tenho espinhos, mas tenho esse canto de boa terra'. Semeie. E em silêncio, permitem que Jesus plantem sua semente em boa terra. Cada um sabe o nome da semente que foi plantada agora. E Deus vai cuidar dela.

Segundo: o campo como lugar de treinamento. Jesus nos pede que o sigamos por toda a vida, pede que sejamos seus discípulos, que 'joguemos no seu time'. Acho que a maioria de vocês ama os esportes. E aqui no Brasil, como em outros países, o futebol é uma paixão nacional. Sim ou não? Pois bem, o que faz um jogador quando é convocado para jogar em um time? Deve treinar, e muito! Também é assim na nossa vida de discípulos do Senhor. São Paulo nos diz: 'Todo atleta se privam de tudo. Eles assim procedem, para conseguirem uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível!' (1Co 9, 25). Jesus nos oferece algo muito superior que a Copa do Mundo! Algo maior que a Copa do Mundo!
Oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda e feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim: a vida eterna. É o que Jesus oferece. Mas ele nos cobra um ingresso. Jesus pede que treinemos para estar 'em forma', para enfrentar, sem medo, todas as situações da vida, dando testemunhos de fé. Como? Através do diálogo com Ele: a oração, que é diálogo diário com Deus que sempre nos escuta.

Agora vou perguntar. 'Eu rezo? Eu falo com Jesus ou tenho medo do silêncio?' Deixe que o Espírito Santo fale aos seus corações. Pergunte a Jesus: 'O que quer que eu faça? O que quer da minha vida?' Isso é treinar. Conversem com Jesus. E se cometerem um erro, um deslize, não temam. 'Jesus, olha o que eu fiz, o que faço agora?' Mas sempre fale com Jesus, nos bons e maus momentos, não tema. Assim vai se treinando o diáologo com Jesus. E também através dos sacramentos; através do amor fraterno, do saber escutar, do compreender, do perdoar, do acolher, do ajudar os demais, qualquer pessoa sem excluir nem marginalizar ninguém. Esses são os treinamentos: a oração, os sacramentos e o serviço ao próximo. Vamos repetir: oração, sacramentos e ajuda aos demais.

Terceiro: o campo como canteiro de obras. Como vemos aqui, como tudo isso foi construído. Os jovens caminharam e construíram juntos. Quando o nosso coração é uma terra boa que acolhe a Palavra de Deus, quando se 'sua a camisa' procurando viver como cristãos, nós experimentamos algo maravilhoso: nunca estamos sozinhos, fazemos parte de uma família de irmãos que percorrem o mesmo caminho; somos parte da Igreja, mais ainda, tornamo-nos construtores da Igreja e protagonistas da história. Fizeram assim como São Francisco: construir e reparar a Igreja.

Querem construir a Igreja? Estão animados? E amanhã vão se esquecer que disseram 'sim'? Todos somos parte da Igreja. Nos transformamos em construtores da Igreja e protagonistas da História. Sejam protagonistas, não fiquem na fila da História. Joguem sempre na linha de frente, no ataque! São Pedro nos diz que somos pedras vivas que formam um edifício espiritual (cf. 1Pe 2,5). E, olhando para este palco, vemos que ele tem a forma de uma igreja, construída com pedras, com tijolos. Na Igreja de Jesus, nós somos as pedras vivas, e Jesus nos pede que construamos a sua Igreja; cada um de nós somos uma pedrinha da construção. Se faltar essa pedrinha, quando chover, vai alagar tudo. E devemos construir uma grande Igreja. Não construir uma capelinha, onde cabe somente um grupinho de pessoas. Jesus nos pede que a sua Igreja viva seja tão grande que possa acolher toda a humanidade, que seja casa para todos! Ele diz a mim, a você, a cada um: 'Ide e fazei discípulos entre todas as nações'! Nesta noite, respondamos-lhe: Sim, também eu quero ser uma pedra viva; juntos queremos edificar a Igreja de Jesus!

Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo! Repitam isso. Agora é com vocês. 'Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo'. Quero que pensem nisso. No coração jovem de vocês, existe o desejo de construir um mundo melhor. Acompanhei atentamente as notícias a respeito de muitos jovens que, em tantas partes do mundo, saíram pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Os jovens nas ruas querem ser protagonistas da mudança. Não deixam que outros sejam protagonistas, sejam vocês. Vocês têm o futuro nas mãos. Por vocês, é que o futuro chegará. Peço que vocês também sejam protagonistas, superando a apatia e oferecendo uma resposta cristã às questões políticas que se colocam em diversas questões do mundo. Envolvam-se num mundo melhor. Não sejam covardes, metam-se, saiam para a vida. Jesus não ficou preso dentro de um casulo. Saiam às ruas como fez Jesus.

Mas, fica a pergunta: por onde começar? A quem vamos pedir que se comece isso ou aquilo? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, por onde começaríamos a mudar, e ela respondeu: você e eu! Ela tinha muita garra e sabia por onde começar. Repito as palavras de Madre Teresa: começamos por mim e por você. Faça essa mesma pergunta: se tenho que começar por mim mesmo, por onde devo começar? Abra seus corações para que Jesus lhes fale.

Queridos amigos, não se esqueçam: vocês são o campo da fé! Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor. Elevemos o olhar para Nossa Senhora. Ela nos ajuda a seguir Jesus, nos dá o exemplo com o seu 'sim' a Deus: 'Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra' (Lc1,38). Também nós o dizemos a Deus, juntos com Maria: faça-se em mim segundo a Tua palavra.

Assim seja!"


sábado, 27 de julho de 2013

Papa Francisco pede diálogo entre políticos e a população



Depois de celebrar uma missa na Catedral do Rio de Janeiro, para Cardeais, Bispos e autoridades religiosas, o Papa Francisco participou de um encontro no Teatro Municipal com personalidades importantes da sociedade brasileira. O Santo Padre foi saudado pelo Arcebispo Carioca, Dom Orani João Tempesta, que agradeceu a presença de todos e pediu que o encontro ajudasse a um mundo melhor para para nós e a nova geração.

No início do seu discurso, o Sumo Pontífice fez referências a cultura brasileira.

“a memória e a esperança: a memória do caminho e da consciência da Pátria e a esperança que esta, sempre à luz que irradia do Evangelho de Jesus Cristo, possa continuar a desenvolver-se no pleno respeito dos princípios éticos fundados na dignidade transcendente da pessoa”.
Francisco também falou sobre a necessidade de valorizar as características da cultura brasileira e sua capacidade de absorver diversos elementos.

Confira parte do discurso do Papa Francisco no Teatro Municipal

Fazer que a humanização integral e a cultura do encontro e do relacionamento cresçam é o modo cristão de promover o bem comum, a felicidade de viver. E aqui convergem a fé e a razão, a dimensão religiosa com os diversos aspectos da cultura humana: arte, ciência, trabalho, literatura...O cristianismo une transcendência e encarnação; sempre revitaliza o pensamento e a vida, frente a desilusão e o desencanto que invadem os corações e saltam para a rua”.

Após, Francisco refletiu sobre a responsabilidade social, que exige “um certo tipo de paradigma cultural e, consequentemente, de política”:


Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política e firmes nos valores éticos. O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir”. 


“Quem detém uma função de guia – observou o Papa - deve ter objetivos muito concretos, e buscar os meios específicos para consegui-los. Pode haver, porém, o perigo da desilusão, da amargura, da indiferença, quando as aspirações não se cumprem”, advertiu.


E destacou que partindo da própria responsabilidade e do interesse pelo bem comum, “a liderança sabe escolher a mais justa entre as opções, sendo esta a forma para chegar ao centro dos males de uma sociedade e vencê-los com a ousadia de ações corajosas e livres”:
“Esta compreensão da totalidade da realidade, observando, medindo, avaliando, para tomar decisões na hora presente, mas estendendo o olhar para o futuro, refletindo sobre as consequências de tais decisões. Quem atua responsavelmente, submete a própria ação aos direitos dos outros e ao juízo de Deus. Este sentido ético aparece, nos nossos dias, como um desafio histórico sem precedentes. Além da racionalidade científica e técnica, na atual situação, impõe-se o vínculo moral com uma responsabilidade social e profundamente solidária”.


O Papa completou sua reflexão com o terceiro ponto, indicando como fundamental para enfrentar o presente, “o diálogo construtivo”:


Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce, quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: cultura popular, cultura universitária, cultura juvenil, cultura artística e tecnológica, cultura econômica e cultura familiar e cultura da mídia. É impossível imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos”.


Neste ponto, o Santo Padre destaca que é fundamental a contribuição das grandes tradições religiosas, “que desempenham um papel fecundo de fermento da vida social e de animação da democracia. Favorável à pacífica convivência entre religiões diversas é a laicidade do Estado que, sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas expressões concretas”.


E ressaltou uma vez mais a necessidade do diálogo:
Quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo. A única maneira para uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer, a única maneira para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro; uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom. O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos. Só assim pode crescer o bom entendimento entre as culturas e as religiões, a estima de umas pelas outras livre de suposições gratuitas e no respeito pelos direitos de cada uma. Hoje, ou se aposta na cultura do encontro, ou todos perdem; percorrer a estrada justa torna o caminho fecundo e seguro”.


Após seu pronunciamento muito aplaudido, o Papa foi envolvido por um grupo de jovens da Corpo de Baile do Teatro Municipal. O Papa recebeu flores de uma criança e retribuiu as manifestações de afeto de todos com muito carinho. Após, foi saudado por diversas personalidades e recebeu um cocar de um grupo de indígenas, representando a cultura brasileira. 


Encerrado o encontro com expoentes da sociedade civil, o Papa Francisco encontrou-se com os Cardeais do Brasil, a Presidência da CNBB e o episcopado da Região e a comitiva papal. Na ocasião o Papa entregou um documento, onde inicia destacando o Documento de Aparecida, seguido por tópicos como o ‘Apreço pelo percurso da Igreja no Brasil’, o ‘Ícone de Emaús como chave de leitura do presente e do futuro’, ‘Os desafios da Igreja no Brasil’, além de abordar temas como colegialidade, missão, função da Igreja no Brasil e Amazônia.

Na Via Crucis, Papa Francisco fala dos jovens que perderam a fé e presta homenagem as vítimas da Boate Kiss


Na noite desta sexta-feira, o Papa Francisco participou, com os mais de um milhão de jovens reunidos na Praia de Copacabana, da Via Sacra, sempre um dos momentos mais intensos das Jornadas Mundiais da Juventude. 280 artistas e voluntários do Brasil, Porto Rico, México, Argentina, Alemanha e Estados Unidos representaram as treze das estações distribuídas ao longo de 900 metros da Av. Atlântica, sendo que a última foi representada no palco central, onde encontrava-se o Santo Padre. 

O Papa Francisco foi de helicóptero até o Forte de Copacabana onde embarcou no Papamóvel, sendo uma vez mais, saudado por milhares de pessoas ao longo de todo o trajeto na Av. Atlântica. O Santo Padre, como de costume, fez algumas paradas ao longo do percurso. Numa delas, desceu do Papamóvel e abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Luján, nas mãos de um sacerdote, e uma imagem de São Francisco. Uma senhora tinha uma pomba de gesso nas mãos que também foi abençoada por Francisco. Também beijou diversas crianças, saudou e abençoou populares e doentes. 

O Papa Francisco subiu ao palco às 17hs56min, saudando os Cardeais e Bispos presentes e os 35 ‘trabalhadores excluídos’ ou ‘cartoneros’ (catadores de papel) que pediu que fossem buscados na Argentina e colocados no palco principal, próximo a ele. Por volta das 18 horas, Francisco fez a Oração de Abertura da Via Sacra. A cruz percorreu as Estações, passando pela Pedra do Arpoador e a Escadaria Selarón, na Lapa, além de outras ruas da cidade carioca, envolvendo 280 voluntários, durante mais de uma hora, ao som de uma orquestra, um coral, tudo aliado a um espetáculo de luzes e coreografias.

Os textos das meditações das 14 estações foram escritos pelos padres Zezinho e Joãozinho, sacerdotes dehonianos, e evocaram o sofrimento de Jesus, expresso nos problemas dos jovens de hoje. Assim, missionaridade, conversão, comunidade, jovens mães, seminaristas, a religião em defesa da vida, casais, mulheres sofridas, estudantes, redes sociais, jovens detentos e a pastoral carcerária, doenças terminais, morte dos jovens e a juventude de todo o mundo foram temas lembrados nas Estações.


Após a Via Sacra, o Papa Francisco dirigiu sua mensagem aos jovens, recordando que João Paulo II havia confiado a eles a cruz, dizendo: «Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção»”. E observou que “a Cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram”. E acrescentou:

“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?
Após, o Papa falou sobre uma antiga tradição da Igreja de Roma que relata uma situação vivida por Pedro com Jesus, que o fez entender, que “ele devia seguir o Senhor com coragem até o fim, e que aquele Jesus - que o amara até o ponto de morrer na Cruz - estava sempre com ele”. E acrescentou que “Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos”: 

Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; com a Cruz Jesus se une às famílias que passam por dificuldades pela trágica perda de seus filhos, como no caso dos 242 jovens vítimas do incêndio em Santa Maria no início do ano. Rezemos por eles! com a Cruz, Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que, por outro lado, se dá ao luxo de todos os dias jogar fora toneladas de comida; pela cruz Jesus se une aos pais que vêem seus filhos presos nos paraísos artificiais da droga; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho. Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida”.

“E assim – diz o Papa - podemos responder à segunda pergunta: o que foi que a Cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós?”.

“Ela deixa um bem que ninguém mais pode nos dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar. Na Cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, a sua imensa misericórdia”. E diz aos jovens:

Queridos jovens, confiemos em Jesus, abandonemo-nos totalmente a Ele! Só em Cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a Cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida”.

Francisco observou então, que o primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de ‘Terra de Santa Cruz’. “A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o Cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco”. E acrescentou:

Mas a Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho até a Cruz: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres... Também nós diante dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos”.

“Queridos amigos – disse o Papa – a Cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cireneu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?”, perguntou. 

E conclui, dizendo que devemos levar as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a Cruz de Cristo, pois alí “encontraremos um Coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor.” 

Na conclusão do encontro, foi rezado um Pai Nosso e o Santo Padre concedeu a sua bênção a todos, transferindo-se a seguir para a residência em Sumaré. 

Eis uma síntese das meditações em cada Estação:

Na 1ª estação, rezou-se pelos jovens inocentes que “todos os dias são condenados à morte pela pobreza, pela violência e por todo tipo de consequências do pecado”. 

O “jovem convertido” que quer ser “instrumento” do amor de Deus esteve presente na 2ª estação, e na 3ª foram evocadas as preces do “voluntário de uma comunidade de recuperação” que quer ser o Bom Samaritano que “para além dos discursos, tem coragem de levantar quem está caído à beira do caminho e cuidar de suas feridas”.

A quarta estação – “Jesus encontra a sua mãe aflita” – recordou as dores das mães que sentem o sofrimento dos seus filhos: “É uma comunhão redentora”.

Na 5ª estação, os “seminaristas” chamados ao sacerdócio, também estiveram presentes com as suas orações e preocupações em serem “um bom pastor”.

Na 6ª estação, a consagrada ao “serviço do irmão” pediu forças, pois encontra “nas vias-sacras da vida tantas vítimas de uma «cultura de morte»”.

Os casais de namorados, que pretendem “construir uma família pelos fundamentos e não pelo telhado”, foram recordados na 7ª estação.

O sofrimento das mulheres, cuja “vocação” é “do berço até à cruz” está presente na oitava estação e os “estudantes” são recordados na estação onde “Jesus cai pela terceira vez”: “O conhecimento e a ciência encantam-me, mas muitas vezes seduzem-me e até induzem-me a imaginar que não preciso de ti”.

A Via Sacra não esqueceu das redes sociais e da ‘geração que nasceu conectada por meio da internet”. Na 10ª Estação, é pedido “que a tua graça nos ensine os caminhos para evangelizar o «continente digital» e nos deixe atentos à possível dependência ou confusão entre o real e o virtual”, é o pedido da 10ª estação.

Na 11ª estação são lembrados os “milhões” de jovens presidiários, na 12ª os jovens com doenças terminais e na 13ª os jovens “deficientes auditivos”: “Existem momentos em que o silêncio e a contemplação falam muito mais”.

Na 14ª e última estação, foram recordados os jovens de todas as regiões do globo. 



Texto proveniente 
do site da Rádio Vaticano
http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/27/na_via_crucis,_papa_francisco_fala_dos_jovens_que_perderam_a_f%C3%A9_na/bra-714265 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Papa Francisco participa da acolhida na Praia de Copacabana


Na noite desta quinta-feira o Papa Francisco realizou seu primeiro encontro oficial com os jovens, na Festa de Acolhida, na Praia de Copacabana. Antes de chegar ao palco montado na praia, Francisco percorreu de Papamóvel a Av. Atlântica, tomada por milhares de pessoas. No percurso, o Papa beijou e abençoou crianças, trocou seu solidéu ao receber outro de um dos presentes, mandou beijos para a multidão e tomou chimarrão. 

O Papa subiu no palco passados poucos minutos das 18 horas. O Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta fez uma breve saudação, convidando-o, assim como a todos os presentes, a fazer um passeio pela cidade do Rio de Janeiro, através de músicas e imagens projetadas no enorme painel atrás do palco. Após, em grupos, jovens portando bandeiras dos países presentes na JMJ Rio 2013 subiram ao palco, saudando o Santo Padre. 

Francisco saudou os jovens e após apresentações artísticas, o Papa fez o seguinte pronunciamento:

“«É bom estarmos aqui!»: exclamou Pedro, depois de ter visto o Senhor Jesus transfigurado, revestido de glória. Queremos também nós repetir estas palavras? Penso que sim, porque para todos nós, hoje, é bom estar aqui juntos unidos em torno de Jesus! É Ele que nos acolhe e se faz presente em meio a nós, aqui no Rio. Mas, no Evangelho, escutamos também as palavras de Deus Pai: «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-O!» (Lc 9, 35). Então, se por um lado é Jesus quem nos acolhe, por outro também nós devemos acolhê-lo, ficar à escuta da sua palavra, pois é justamente acolhendo a Jesus Cristo, Palavra encarnada, que o Espírito Santo nos transforma, ilumina o caminho do futuro e faz crescer em nós as asas da esperança para caminharmos com alegria (cf. Carta enc. Lumen fidei, 7).

Mas o que podemos fazer? «Bote fé». A cruz da Jornada Mundial da Juventude peregrinou através do Brasil inteiro com este apelo. «Bote fé»: o que significa? Quando se prepara um bom prato e vê que falta o sal, você então "bota" o sal; falta o azeite, então «bota» o azeite... «Botar», ou seja, colocar, derramar. É assim também na nossa vida, queridos jovens: se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: «bote fé» e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; «bote esperança» e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; «bote amor» e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. «Bote fé», «bote esperança», «bote amor»!

Mas quem pode nos dar tudo isso? No Evangelho, escutamos a resposta: Cristo. «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-O»! Jesus é Aquele que nos traz a Deus e que nos leva a Deus; com Ele toda a nossa vida se transforma, se renova e nós podemos olhar a realidade com novos olhos, «a partir da perspectiva de Jesus e com os seus olhos» (Carta enc. Lumen fidei, 18). Por isso, hoje, lhes digo com força: «Bote Cristo» na sua vida, e você encontrará um amigo em quem sempre confiar; «bote Cristo», e você verá crescer as asas da esperança para percorrer com alegria o caminho do futuro; «bote Cristo» e a sua vida ficará cheia do seu amor, será uma vida fecunda.

Hoje, queria que nos perguntássemos com sinceridade: em quem depositamos a nossa confiança? Em nós mesmos, nas coisas, ou em Jesus? Sentimo-nos tentados a colocar a nós mesmos no centro, a crer que somos somente nós que construímos a nossa vida, ou que ela se encha de felicidade com o possuir, com o dinheiro, com o poder. Mas não é assim! É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz, mas, no fim de contas, são eles que nos possuem e nos levam a querer ter sempre mais, a nunca estar saciados. «Bote Cristo» na sua vida, deposite n’Ele a sua confiança e você nunca se decepcionará! Vejam, queridos amigos, a fé realiza na nossa vida uma revolução que podíamos chamar copernicana, porque nos tira do centro e o restitui a Deus; a fé nos imerge no seu amor que nos dá segurança, força, esperança. Aparentemente não muda nada, mas, no mais íntimo de nós mesmos, tudo muda. No nosso coração, habita a paz, a mansidão, a ternura, a coragem, a serenidade e a alegria, que são os frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22) e a nossa existência se transforma, o nosso modo de pensar e agir se renova, torna-se o modo de pensar e de agir de Jesus, de Deus. No Ano da Fé, esta Jornada Mundial da Juventude é justamente um dom que nos é oferecido para ficarmos ainda mais perto de Jesus, para ser seus discípulos e seus missionários, para deixar que Ele renove a nossa vida.

Querido jovem: «bote Cristo» na sua vida. Nestes dias, Ele lhe espera na Palavra; escute-O com atenção e o seu coração será inflamado pela sua presença; «Bote Cristo: Ele lhe acolhe no Sacramento do perdão, para curar, com a sua misericórdia, as feridas do pecado. Não tenham medo de pedir perdão a Deus. Ele nunca se cansa de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia! «Bote Cristo: Ele lhe espera no encontro com a sua Carne na Eucaristia, Sacramento da sua presença, do seu sacrifício de amor, e na humanidade de tantos jovens que vão lhe enriquecer com a sua amizade, lhe encorajar com o seu testemunho de fé, lhe ensinar a linguagem da caridade, da bondade, do serviço. Você também, querido jovem, pode ser uma testemunha jubilosa do seu amor, uma testemunha corajosa do seu Evangelho para levar a este nosso mundo um pouco de luz. 

«É bom estarmos aqui», botando Cristo na nossa vida, botando a fé, a esperança, o amor que Ele nos dá. Queridos amigos, nesta celebração acolhemos a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Com Maria, queremos ser discípulos e missionários. Como Ela, queremos dizer «sim» a Deus. Peçamos ao seu coração de mãe que interceda por nós, para que os nossos corações estejam disponíveis para amar a Jesus e fazê-lo amar. Ele está esperando por nós e conta conosco! Amém”.



Texto proveniente do site da Rádio Vaticano
 http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/26/papa_francisco_participa_da_festa_da_acolhida_na_praia_de_copacabana/bra-713920

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Papa visita a Comunidade de Varginha, no Rio de Janeiro


Na manhã chuvosa do Rio de Janeiro, o Papa Francisco deu sequencia a sua agenda de atividade no Brasil. O Primeiro compromisso do dia do Sumo Pontífice foi uma visita a Comunidade de Varginha, no complexo de favelas de Manguinhos.

Na sua fala a comunidade, o Santo Padre falou em promover solidariedade, justiça social e dimensão espiritual. A seguir segue a integra do discurso de Francisco, na comunidade de Varginha.

Queridos irmãos e irmãs,

Que bom poder estar com vocês aqui! Desde o início, quando planejava a minha visita ao Brasil, o meu desejo era poder visitar todos os bairros deste País. Queria bater em cada porta, dizer “bom dia”, pedir um copo de água fresca, beber um "cafezinho", falar como a amigos de casa, ouvir o coração de cada um, dos pais, dos filhos, dos avós... Mas o Brasil é tão grande! Não é possível bater em todas as portas! Então escolhi vir aqui, visitar a Comunidade de vocês que hoje representa todos os bairros do Brasil. Como é bom ser bem acolhido, com amor, generosidade, alegria! Basta ver como vocês decoraram as ruas da Comunidade; isso é também um sinal do carinho que nasce do coração de vocês, do coração dos brasileiros, que está em festa! Muito obrigado a cada um de vocês pela linda acolhida! Agradeço a Dom Orani Tempesta e ao casal Rangler e Joana pelas suas belas palavras. 


1. Desde o primeiro instante em que toquei as terras brasileiras e também aqui junto de vocês, me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais bonito que qualquer enfeite ou decoração. Isso é assim porque quando somos generosos acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela – um pouco de comida, um lugar na nossa casa, o nosso tempo - não ficamos mais pobres, mas enriquecemos. Sei bem que quando alguém que precisa comer bate na sua porta, vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida: como diz o ditado, sempre se pode “colocar mais água no feijão”! E vocês fazem isto com amor, mostrando que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração!
E povo brasileiro, sobretudo as pessoas mais simples, pode dar para o mundo uma grande lição de solidariedade, que é uma palavra frequentemente esquecida ou silenciada, porque é incômoda. Queria lançar um apelo a todos os que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo! Cada um, na medida das próprias possibilidades e responsabilidades, saiba dar a sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais! Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que frequentemente regula a nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade; ver no outro não um concorrente ou um número, mas um irmão.


Quero encorajar os esforços que a sociedade brasileira tem feito para integrar todas as partes do seu corpo, incluindo as mais sofridas e necessitadas, através do combate à fome e à miséria. Nenhum esforço de “pacificação” será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma. Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma; antes, perde algo de essencial para si mesma. Lembremo-nos sempre: somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade; tudo aquilo que se compartilha se multiplica! A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados, quem não tem outra coisa senão a sua pobreza! 


2. Queria dizer-lhes também que a Igreja, «advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que clamam ao céu» (Documento de Aparecida, 395), deseja oferecer a sua colaboração em todas as iniciativas que signifiquem um autêntico desenvolvimento do homem todo e de todo o homem. Queridos amigos, certamente é necessário dar o pão a quem tem fome; é um ato de justiça. Mas existe também uma fome mais profunda, a fome de uma felicidade que só Deus pode saciar. Não existe verdadeira promoção do bem-comum, nem verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação, os seus bens imateriais: a vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação social; a educação integral, que não se reduz a uma simples transmissão de informações com o fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão espiritual, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano. 


3. Queria dizer uma última coisa. Aqui, como em todo o Brasil, há muitos jovens. Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo. A Igreja está ao lado de vocês, trazendo-lhes o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que veio «para que todos tenham vida, e vida em abundância» (Jo 10,10). 


Hoje a todos vocês, especialmente aos moradores dessa Comunidade de Varginha, quero dizer: Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o Papa está com vocês. Levo a cada um no meu coração e faço minhas as intenções que vocês carregam no seu íntimo: os agradecimentos pelas alegrias, os pedidos de ajuda nas dificuldades, o desejo de consolação nos momentos de tristeza e sofrimento. Tudo isso confio à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Mãe de todos os pobres do Brasil, e com grande carinho lhes concedo a minha Bênção.