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sábado, 12 de julho de 2014

Vinde a mim aqueles que estão angustiados


Nosso mundo mostra uma fachada, mas sua realidade, de fato, é muito diferente. A publicidade na televisão nos ensina o que, socialmente falando, está na moda. Apresentamos uma bela fachada, mantemos as aparências, mas, por trás, esconde-se a verdade de nossa vida que, muitas vezes é bastante diferente, ou seja, mal resolvida, escura, infeliz.

Em tempos de profundas crises sociais, surgem muitos messias com seus pacotes e planos para uma sociedade nova. A maioria deles acaba se tornando patrocinador de uma tirania maior. E os que sofrem são cada vez mais envolvidos nas malhas da miséria e da dor restando-lhes “torcer para que dê certo”.

A proposta da liturgia deste domingo é revolucionária. Só há um Messias e Ele é pobre, manso e pacífico. Ele desbanca os planos das elites, que o rejeitam.. Os pobres, contudo, encontram nele descanso, esperança e vida.

Hoje Jesus nos convida, em primeiro lugar, a abrir os olhos para a nossa realidade. Isto é, não devemos negar aquilo que nos desgosta nesta nossa vida e precisamos assumir que há partes dela que não são brilhantes, nem estão plenas de luz e nem nos fazem sentir felizes. Jesus convida a todos nós para que acolhamos sua compaixão e sua misericórdia. Nós, que nos sentimos cansados, que não encontramos sentido neste mundo, tão hipócrita e violento, que, confusos nos vemos com pouca esperança e cheios de tristeza, todos nós somos convidados a nos aproximar de Jesus, porque o seu “jugo é suave” e a sua “cara, leve”. Este é o Evangelho que foi revelado à gente simples, àqueles que são capazes de abrir seus corações e reconhecer que, no final, dependemos de Seus, pois apenas por meio dele podemos chegar à verdadeira paz, ao autêntico consolo e ao descanso seguro.

O messianismo de Jesus continua hoje na proposta dos que o conhecem e o seguem fielmente, animados e possuídos pelo Espírito daquele que o ressuscitou dos mortos. Eles não vêem o mundo e a história como se fossem dominados pelo fatalismo, pelo contrário, vivendo a vida no Espírito, optam por um mundo novo e transformado, onde a vida se manifesta com todo vigor.

Jesus é vida e liberdade e o seu seguimento requer que amemos nossos irmãos, principalmente aqueles que necessitam de uma palavra, de um gesto, de um ombro amigo.

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

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