Antes da catequese, o Pontífice fez o giro da Praça de papamóvel, para saudar os mais de 30 mil fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo.
Ao tomar a palavra, Francisco falou da liturgia do dia, que nos apresenta a narração da traição de Judas, como se Jesus tivesse um preço e estivesse num mercado. Este ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um percurso doloroso que Ele escolhe com absoluta liberdade e que atinge o ponto mais profundo na morte de cruz: morre como um derrotado, um falido!
Olhando Jesus na sua paixão, nós vemos como num espelho os sofrimentos da humanidade e encontramos a resposta divina ao mistério do mal, da dor e da morte. Tantas vezes, sentimos horror pelo mal e pela dor que nos circunda e nos perguntamos como Deus permite o sofrimento e a morte, principalmente dos inocentes. Quando vemos as crianças sofrerem, é uma ferida no coração. E Jesus toma todo este mal, este sofrimento sobre si.
Nós esperamos que Ele, na sua omnipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento com uma vitória divina triunfante. Ao contrário, Deus nos mostra uma vitória humilde, que humanamente parece uma falência.
Mas, aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a. “Vence na falência”, explicou o Papa. Trata-se de um mistério desconcertante Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor. A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os: pelas suas chagas fomos curados.
Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição.
A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção de Deus Pai, quando toda a esperança humana já tinha desmoronado. E também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação.
Quando acontecer que, mergulhados na mais densa escuridão, não vemos qualquer via de saída para as nossas dificuldades, então é o momento da nossa humilhação e despojamento total, é a hora em que experimentamos como somos frágeis e pecadores. “Nesse momento, não devemos mascarar a nossa falência, mas, cheios de confiança em Deus, abrir-nos à esperança, como fez Jesus”, prosseguiu.
O Papa então concluiu sua catequese com um conselho:
Queridos irmãos e irmãs, nesta semana nos fará bem pegar o crucifixo nas mãos e beijá-lo muitas vezes. E dizer: obrigado Jesus, obrigado Senhor.
Texto proveniente do site da Rádio Vaticano
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