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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Correio MFC Brasil

Sínodo Extraordinário

 (mensagem dos Bispos presentes)

Durante a 14ª Congregação Geral na manhã de 18 de outubro, os Padres Sinodais aprovaram a mensagem da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema


“Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”.
Eis a íntegra da mensagem:
“Nós, Padres Sinodais reunidos em Roma junto ao Santo Padre na Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, nos dirigimos a todas as famílias dos diversos continentes e em particular àquelas que seguem Cristo, Caminho, Verdade e Vida.
Manifestamos a nossa admiração e gratidão pelo testemunho cotidiano que vocês oferecem a nós e ao mundo com a vossa fidelidade, a vossa fé, esperança e amor.
Também nós, pastores da Igreja, nascemos e crescemos em uma família com as mais diversas histórias e acontecimentos. Como sacerdotes e bispos encontramos e vivemos ao lado de famílias que nos narraram em palavras e nos mostraram em atos uma longa série de esplendores mas também de cansaços.
A própria preparação desta assembleia sinodal, a partir das respostas ao questionário enviado às Igrejas de todo o mundo, nos permitiu escutar a voz de tantas experiências familiares. O nosso diálogo nos dias do Sínodo nos enriqueceu reciprocamente, ajudando-nos a olhar toda a realidade viva e complexa em que as famílias vivem.
A vocês apresentamos as palavras de Cristo: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20).
Como costumava fazer durante os seus percursos ao longo das estradas da Terra santa, entrando nas casas dos povoados, Jesus continua a passar também hoje pelos caminhos das nossas cidades.
Nas vossas casas se experimentam luzes e sombras, desafios exaltantes, mas às vezes também provas dramáticas. A escuridão se faz ainda mais densa até se tornar trevas, quando se insinua no coração mesmo da família o mal e o pecado.
Existe, antes de tudo, o grande desafio da fidelidade no amor conjugal, enfraquecimento da fé e dos valores, individualismo, empobrecimento das relações, stress de um frenesi que ignora a reflexão, marcam também a vida familiar.
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Se assiste, assim, a não poucas crises matrimoniais, enfrentadas frequentemente em modo apressado e sem a coragem da paciência, da verificação, do perdão recíproco, da reconciliação e também do sacrifício.
Os fracassos dão, assim, origem a novas relações, novos casais, novas uniões e novos matrimônios, criando situações familiares complexas e problemáticas para a escolha cristã.
Entre estes desafios queremos evocar também o cansaço da própria existência. Pensemos no sofrimento que pode aparecer em um filho portador de deficiência, em uma doença grave, na degeneração neurológica da velhice, na morte de uma pessoa querida.
É admirável a fidelidade generosa de muitas famílias que vivem estas provações com coragem, fé e amor, considerando-as não como alguma coisa que é arrancada ou infligida, mas como alguma coisa que é doada a eles e que eles doam, vendo Cristo sofredor naquelas carnes doentes.
Pensemos nas dificuldades econômicas causadas por sistemas perversos, pelo “fetichismo do dinheiro e pela ditadura de uma economia sem rosto e sem objetivo verdadeiramente humano” (Evangelii gaudium 55), que humilha a dignidade das pessoas.
Pensemos no pai ou na mãe desempregados, impotentes diante das necessidades também primárias de suas famílias, e nos jovens que se encontram diante de dias vazios e sem expectativas, e que podem tornar-se presa dos desvios na droga e na criminalidade.
Pensemos também, na multidão das famílias pobres, naquelas que se agarram em um barco para atingir uma meta de sobrevivência, nas famílias refugiadas que sem esperança migram nos desertos, naquelas perseguidas simplesmente pela sua fé e pelos seus valores espirituais e humanos, naquelas atingidas pela brutalidade das guerras e das opressões.
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Pensemos também nas mulheres que sofrem violência e são submetidas à exploração, no tráfico de pessoas, nas crianças e jovens vítimas de abusos até mesmo por parte daqueles que deveriam protegê-las e fazê-las crescer na confiança e nos membros de tantas famílias humilhadas e em dificuldade.
“A cultura do bem-estar nos anestesia e (…) todas estas vidas decepadas pela falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos perturba de nenhum modo” (Evangelii gaudium, 54). Fazemos apelo aos governos e às organizações internacionais para promoverem os direitos da família para o bem comum.
Cristo quis que a sua igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta na acolhida, sem excluir ninguém. Somos por isso agradecidos aos pastores, fiéis e comunidades prontos a acompanhar e a assumir as dilacerações interiores e sociais dos casais e das famílias.
 
 
EDITORIAL
O Sínodo foi o primeiro passo
Terminou em Roma, neste outubro, o Sínodo Extraordinário sobre a Família, convocado pelo papa Francisco. Este importante evento reuniu 200 bispos do mundo inteiro durante duas semanas. Um documento base foi enviado a todos, com antecedência necessária para a preparação de mentes e espíritos para o debate corajoso no Vaticano.
Esse documento resultou de uma ampla e inédita consulta às bases, especialmente aos leigos de todos os continentes, sobre os desafios à Igreja, dentre os quais os novos perfis de família no mundo moderno. O tema será retomado no Sínodo Ordinário de 2015.
Há muitos problemas no campo da família na vida da igreja, destacados no documento de consulta. Transcrevemos apenas um parágrafo do documento:
"Hoje perfilam-se problemáticas até há poucos anos inéditas, desde a difusão dos casais de fato, que não acedem ao matrimônio e, às vezes, excluem esta própria ideia, até as uniões entre pessoas do mesmo sexo, às quais não raramente é permitida a adoção de filhos.
Entre as numerosas novas situações que exigem a atenção e o compromisso pastoral da Igreja, será suficiente recordar: os matrimônios mistos ou interreligiosos; a família monoparental; a poligamia; os matrimônios combinados, com a consequente problemática do dote, por vezes entendido como preço de compra da mulher; o sistema das castas; a cultura do não comprometimento e da presumível instabilidade do vínculo; as formas de feminismo hostis à Igreja; os fenômenos migratórios e a reformulação da própria ideia de família; o pluralismo relativista na noção de matrimônio; a influência dos meios de comunicação sobre a cultura popular na compreensão do matrimônio e da vida familiar; as tendências de pensamento subjacentes a propostas legislativas que desvalorizam a permanência e a fidelidade do pacto matrimonial; a difusão do fenômeno das mães de substituição ("barriga de aluguel”); e as novas interpretações dos direitos humanos.
Mas, sobretudo, no âmbito mais estritamente eclesial, o enfraquecimento ou abandono da fé na sacramentalidade do matrimônio e no poder terapêutico da penitência sacramental.”
Confirmaram-se no Sínodo as divergências profundas entre os bispos, expostas nas duas semanas do evento. Os leigos devem estar preparados para exercer a sua missão na socialização nada tranquila de novas posturas da Igreja sobre família, matrimônio, sexualidade, união estável de pessoas do mesmo sexo e outros temas quentes, em discussões certamente inflamadas, ao longo do ano, na expectativa da Assembleia dos bispos em 2015 que completará o trabalho iniciado neste Sínodo.
 
Que tenhas bom ânimo
Jorge Leão
Por mais que o teu coração insista em permanecer fechado, procura vislumbrar o raio da alvorada que desponta em tua janela.
 
Por mais estreita que seja a fresta de tua janela, lembra que o caminho à frente te espera para a contemplação de um horizonte infinito, ansioso por sentir os teus passos...
 
Por mais nublado que esteja o dia, sabe tu que, além das nuvens, o sol permanece vigoroso, disposto a renovar teu ânimo com a energia de sua luz que não descansa...
 
Acende dentro de ti a lâmpada dos que se colocam à disposição do serviço incondicional do Bem, externado em gestos simples de amor e confiança.
 
Aprende com cada tropeço, permanece vigilante, inunda o teu espírito com a Paz que vem do Alto.
 
Aprende nas adversidades e compreende que a vida não exige de nós nada além do que possamos dar a ela, de modo simples e puro.
 
Levanta-te e anda! Respira e contempla! Medita e age!
 
Namaskar! 
 
Aprendendo com os japoneses na Copa do Mundo
O Japão perdeu um jogo e empatou o outro dentro do campo, mas enquanto torcedores do Brasil e de outros países se retiravam dos estádios, deixando montanhas de lixo, sem sequer olhar para trás, os japoneses recolhiam discretamente garrafas e copos de plástico, papel, bandejinhas de isopor, latas de cervejas e de refrigerantes, canudinhos, restos de alimentos, embalagens usadas, enfim todo lixo produzido por eles.
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Esse gesto civilizatório foi o legado mais eloquente da Copa. Com o exemplo, o japonês ensina ao mundo como tratar com respeito e civilidade o espaço público, como se relacionar com o meio ambiente e com os outros habitantes do planeta.
A coleta do lixo, feita em sacos com a imagem impressa do sol nascente, foi uma lição de ética e de cidadania.
 
 

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