Nasci em Tel Aviv em 1944, de mãe e pai judeus, cuja família foi praticamente exterminada pelos nazistas. Vivo há anos no Brasil, país que deveria ser valorizado pelo exemplo de convivência harmoniosa, não só entre árabes e judeus, mas entre comunidades de diversas origens religiosas e nacionais.
A responsabilidade de Israel
Oded Grajew*
Um dos meus maiores sonhos é presenciar a paz entre Israel, os palestinos e os países árabes. Infelizmente o novo conflito, de trágicas consequências humanas, torna esse sonho ainda distante. De novo, cada lado joga a culpa no outro. Todos são responsáveis, mas considero que a responsabilidade de Israel é maior, não por querer questionar as inúmeras justificativas que usa para defender suas ações, mas pelo fato de ser o mais forte.
Israel é de longe o país mais forte militarmente e economicamente da região e tem como aliado incondicional os Estados Unidos, a maior potência mundial. O mais forte, em qualquer circunstância, deveria ter maior responsabilidade.
É dessa forma que se pratica a solidariedade, a justiça e os mandamentos do judaísmo, cristianismo e islamismo.
O mais forte deveria ser exemplar, servir de referência e ser o mais solidário, ousado e generoso. O mais forte, em nenhuma circunstância, deveria usar a sua força para agredir e destruir o mais fraco, mesmo quando agredido. Não quero entrar na discussão interminável e inútil de quem tem mais razão. A que tem servido a lógica do olho por olho, reagir à violência com mais violência? Apenas para alimentar o ódio, gerar matanças e inviabilizar a paz.
ODED GRAJEW, 70, é coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, presidente emérito do Instituto Ethos e idealizador do Fórum Social Mundial. Foi presidente da Fundação Abrinq e assessor especial da Presidência da República (governo Lula)
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Selma Amorim
+ 2012
Composição
vegetais e minerais
20 x 100 cm
| Para fazer valer*
A Lei da Ficha Limpa pela primeira vez será utilizada em um processo ampliado de eleições. A luta para ver a lei como matéria viva foi longa até chegar à sanção há quatro anos. Mobilizar 1 milhão e 300 mil pessoas em torno de uma ideia transformada em anteprojeto, manter o olhar vigilante para a matéria percorrer os espaços labirínticos exigidos dentro de um Congresso Nacional em grande conflito diante da possibilidade de o gesto virar lei exigiu muito fôlego e determinação simbolizados na articulação nacional erguida por meio do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). (...)
A Lei da Ficha Limpa faz a primeira performance nestas eleições e esse é um grande motivo de animação diante da perplexidade acomodada com a política.
Tem-se a chance de um bom embate nas formas de interpretação do que é legal, moral e legítimo na arte de fazer política e campanha eleitoral no Brasil.
Os comitês pelo voto ético ora em fase de montagem, as turmas das redes sociais comprometidas com pautas vinculadas a uma plataforma de boas mudanças e os grupos de cristãos leigos convocados pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil a serem "sal da terra” e "luz do mundo” formam uma frente alimentadora de esperança. (...)
A Lei da Ficha Limpa carrega o espírito dos que querem romper com o acordo pró-corrupção. O enfrentamento é duro e é desigual como o é toda batalha travada pela democracia e pelo aprimoramento da cidadania.
*Texto condensado de artigo de Vânia Vieira, jornalista, articulista do jornal A CRÍTICA em Manaus, professora no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam)
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