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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Correio MFC Brasil


Bons propósitos para  o ano novoLeonardo Boff*

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Todo começo de ano é ocasião de se fazerem bons propósitos. São desafios que nos colocamos a nós mesmos para que a vida não seja sempre repetitiva mas criativa e, quem sabe, surpreendente. Alinho aqui alguns propósitos  para alimentar a fantasia criadora de cada um. 
1. Desenvolva em você a inteligência cordial, emocional e sensível. Inflacionamos a inteligência intelectual, sempre necessária, mas insuficiente. Deixada por si, produziu a solução final dos judeus (Shoah) e a Casa da Morte em Petrópolis sob o regime militar. A inteligência cordial enriquece a intelectual com o afeto, o amor e o cuidado, sem os quais perdemos nossa humanidade  e não salvaremos a vida no planeta Terra. 
2. Deus sempre vem misturado em todas as coisas. Onde houver algum gesto de amor, de solidariedade e de reconciliação saiba que Ele está lá infalivelmente. Sem esses valores Deus é apenas um nome. 
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3. De manhã, ao despertar, ou antes de recolher-se, faça uma pequena homenagem a Deus, ou àquela Energia amorosa e poderosa que nos sustenta. Não precisa dizer nada. Reserve aqueles poucos minutos para Ele e só para Ele. Se precisar, chore  pelas demasiadas desgraças que ocorrem ou alegre-se por aquilo de bom que aconteceu. 
4. Cada um é um projeto infinito. Nada nos sacia plenamente. Passe pelas coisas, usufrua-as sem danificá-las mas não se detenha nelas. Vá em frente e sempre além, pois, somos caminhantes da vida, e somente um Infinito sacia nossa sede e fome infinitas. Onde houver um gesto de amor, solidariedade e reconciliação, Deus aí está. Sem esses valores Ele é apenas um nome 
5. Deseje ser águia que voa alto e livremente, quer dizer, tenha ideais e grandes sonhos. Mas não esqueça que deve ser também galinha, concreta e prudente, especialmente quando se trata de administrar os bens materiais e lidar com dinheiro. Aprenda quando deve ser águia e quando galinha. E saiba combinar sabiamente ambas as coisas. 
6. Faça uma terapia em sua linguagem. Dizem-se tantos palavrões no falar cotidiano e nas redes sociais. No começo era a Palavra. Ela tem força criadora e destruidora. Depende de você. Ela é “a ponte onde o amor vai e vem”, como cantam os cristãos das comunidades de base. 
7. Você pode hoje se informar sobre tudo. Praticamente tudo se encontra na internet e no Google. Mas cuide em se formar para ter uma humanidade mais plena. Disse uma sábia filósofa judia: podemos nos informar a vida inteira sem nunca nos educar. 
8. Quando entrar em casa, tome seu banho, descanse um pouco, não ligue logo a televisão ou consulte o facebook ou leia  os e-mails. Retire-se a um canto, fique em silêncio. Agradeça a Deus pela vida. Pois, nos dias atuais com os riscos que corremos em cada esquina ou em cada canto somos todos sobreviventes.

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9. Resista à propaganda. Ela não pensa em você, apenas no seu bolso para fazê-lo um consumidor e não um cidadão consciente.
Assuma como projeto de vida a sobriedade compartida. Podemos ser mais com  menos, por amor àqueles que pouco ou nada têm. Decida
você mesmo o que comprar e quando comprar, com plena liberdade e consciência.  
10. Incorpore a ética do cuidado essencial: cuide de sua saúde, de sua família, de sua casa, de seus amigos, cuide do ambiente inteiro com o mesmo sentimento de São Francisco de Assis, que respeitava e amava a todos os seres como irmãos e irmãs, especialmente a irmã água e a irmã e mãe Terra. Perceberá aos poucos que todos os seres, também as montanhas, possuem um coração que pulsa como o seu.  No fundo, você, sua casa e família, as pessoas, as paisagens, as montanhas, o céu estrelado, a  Lua, o Sol e Deus constituem um único, grande e generoso Coração pulsante. 
* Leonardo Boff, teólogo e escritor, é autor de 'A grande transformação: na economia, na política e na ecologia' (Vozes, 2014).


O ano novo é sempre esperado com otimismo, como oportunidade de recomeço de um tempo de vida que apaga fracassos e decepções vividos no ano velho, ou frustrações por não termos realizado todos os sonhos sonhados nos doze tempos do calendário colorido que irá para o lixo.

Violência inaugura o ano em Paris
Helio Amorim*

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O otimismo deste novo início brota prejudicado nos primeiros dias com a simultaneidade de ações violentas no mundo, logo após a celebração do Dia Mundial da Paz: os atentados na França, em Paris, com cobertura jornalística planetária sem precedentes por se tratar de uma agressão à liberdade de imprensa, embora perpetrada por apenas meia dúzia de fanáticos religiosos, sem o apoio da comunidade árabe numerosa naquele país.
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“No mesmo dia, o Boko Haram assassinou no norte da Nigéria centenas de pessoas incluindo mulheres e crianças e o fato mereceu apenas algumas linhas nas páginas internas da Folha de São Paulo. Também nos mesmos dias no Afeganistão, aviões americanos bombardearam uma festa de casamento, matando 25 pessoas “por engano” e, de novo, o fato mereceu
apenas registro secundário, como se estas não fossem igualmente pessoas e vidas ceifadas insanamente” como destaca o padre e teólogo Oscar Beozzo, em nota de imprensa naqueles dias.
Assim, tudo conspira contra o otimismo das expectativas, próprio do tempo novo já inaugurado. Sofremos com os fatos, mas não podemos calar nossas esperanças afetadas duramente pelos acontecimentos do velho continente.
Vamos arriscar usar este espaço justamente para as coisas do nosso cotidiano menos bélico, ainda marcado pela intensa mobilização das festas natalinas e a ascensão de novos governantes eleitos em novembro.
No Brasil, sem violência, mudanças políticas apontam para austeridade
Nas festas natalinas, a ansiedade de comprar e presentear é compulsiva, estimulada pela propaganda. Na festa política, ao contrário, a palavra de ordem é fechar os cofres, cortar a farra de verbas com o carimbo da austeridade dos centavos. Não houvesse essa disposição firme da nova equipe do governo, continuaria o consumismo desenfreado.
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De fato, a gente vai se deixando envolver sem perceber nessa armadilha. A propaganda é inteligente e sofis­ticada. Técnicos e especialistas, psicólogos sociais — e muito dinheiro! — são mobilizados para nos convencer de que a vida não terá nenhuma graça se não comprarmos aquela parafernália de ar­tigos que seus simpáticos fabricantes precisam vender... E quanto mais inútil ou supérfluo o artigo, mais sofisticada é a propaganda.
Afinal de contas, é preciso criar ne­cessidades falsas e artificiais para que as nossas suadas economias passem pa­ra bolsos alheios, engordando os lucros de empresas poderosas. O pior é que essas empresas são geralmente internacionais, por serem essas as que mais acreditam no poder da propaganda e dispõem de maiores recursos para investir nessa máquina quase irresistível.
Será que vale a pena essa capitula­ção à sociedade do consumo? Ter mais para ser mais: eis o grande equí­voco que nos é vendido em bela emba­lagem de palavras e imagens atraentes. Será preciso redescobrir-se o valor da austeridade e da vida simples, como práticas libertadoras.
Quem só tem ou deseja ter o essen­cial é mais livre que os que se entrega­ram ou sonham com a busca desenfrea­da da posse de bens materiais e ao consumismo.
Estes são geralmente obrigados a trabalhar mais que o necessário, com prejuízo para a vida familiar, para sus­tentar o padrão de consumo que esta­beleceram. E vivem mais preocupados com o risco maior de perder coisas que se habituaram a usufruir — e sem os quais se sentiriam agora carentes ou frustrados.
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Além disso, o consumo exagerado de bens supérfluos configura uma situação de injustiça, já que as riquezas da natureza são limitadas — e muitas já estão se esgotando!
Os que consomem em demasia estão lesando os que se devem contentar com as migalhas que sobram da divisão desigual daquelas riquezas.
A exaltação do pobre e a condena­ção do rico, no Evangelho, têm um
sentido claro que não pode ser obscurecido por ideologizações...
O rico tende realmente a se escravi­zar aos bens materiais e à segurança econômica, que se transformam no seu verdadeiro deus. Com raras e belas exceções...
Aquele que se mantém desapegado das coisas — e se as possui, coloca-as a serviço efetivo dos outros — vive mais plenamente a liberdade.
Assim, estamos dividindo nossas preocupações deste princípio de ano entre estes pequenos cuidados próprios do calendário político doméstico e os insanos acontecimentos criminosos distantes na geografia mas próximos pela globalização acelerada dos nossos destinos.
*Engenheiro. Membro da REDE de Cristãos e do MFC Movimento Familiar Cristão


Infância e Adolescência:
Brasil se destaca na proibição de punições físicas
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Estudo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostra que muitas crianças no mundo têm contato com a violência, geralmente no próprio lar: em média, 6 em cada 10 crianças ao redor do mundo – quase 1 bilhão – entre as idades de 2 a 14 anos estão sujeitas a punições físicas e corporais por seus cuidadores em frequência regular.
A maioria das crianças está exposta a uma combinação de punições físicas e agressões psicológicas. Segundo o estudo, em 23 países específicos, punições severas são generalizadas, atingindo uma em cada cinco crianças.
Nesse sentido, segundo o estudo, o Brasil se destaca como um dos poucos países do mundo que proíbe totalmente punições físicas no lar, na escola e em outros espaços (creches, instituições penais, etc.). Em todo o mundo, somente 39 países proíbem totalmente punições corporais em casa, sendo, na América Latina, os países: Honduras, Brasil, Venezuela, Uruguai e Bolívia.

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