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quarta-feira, 25 de maio de 2011

A GRAÇA DE NASCER

Nascer é uma grande graça. Nascer significa anunciar o começo da festa. Após nove meses de cuidados, exames, desejos inusitados da mãe gestante, ele ou ela, chega.
Com lágrimas nos olhos, coração radiante de alegria, todos naquele instante querem ver, pegar, sentir, tocar, acariciar.
 Nascer significa surgir na historia ter um pai e uma mãe e toda a humanidade como família. Significa trazer consigo o valor sagrado da vida humana. Desde o momento em que sua cabeça é colocada para o novo mundo, inicia sua jornada e começa a ser e fazer sua historia, indefinida sim, porém, somente sua. Privilegiados por tantas riquezas, somos chamados igualmente a dar as outras vidas o pouco ou o muito que temos e somos.
Este é o motivo deste relato. Levar ao conhecimento, através de um testemunho a grandiosidade de Deus, seu amor imensurável, sua gratuidade, sua graça.
Por amor somos criados, e não há graça maior do que sermos amados. Cristo deixou-nos um mandamento: Amai-vos como eu te amei. Arrisco até a dizer, que, quem conhece o verdadeiro amor, acaba parecendo-se um pouco Deus.
Quando Deus soprou para dentro do barro humano e nos fez “gente”, deu sua natureza e plantou em nosso interior uma semente imortal e divina de amor. E isto é graça, isto é Amor.
Minha filha hoje, com 40 anos de idade, casada á 13 anos, sempre desejou ter filhos. Desejo compartilhado com seu marido e conosco, na ânsia de sermos avós. Sua gravidez acontece, para a felicidade de todos. Comemorações, festa, alegria. Quarenta dias após, teve um aborto espontâneo.
A expectativa por este bebê era muito grande. O primeiro filho (a) o primeiro neto, o primeiro sobrinho. Para minha filha a vinda esta criança, talvez fosse para “compensar” a morte do irmão, ou seja, este bebê “preencheria” um espaço vago, uma ausência em nossa família.
Entretanto, esperança não nos abandona. Resolvem então, buscar ajuda de um profissional, que investiga profundamente o motivo deste aborto. Não havia causa aparente. Apos alguns meses, engravida novamente.
 Sua gestação permanece por 30 dias. Assim sucessivamente mais quatro. Foram três meninas e dois meninos. A cada perda a sensação de abandono era cruel, pois quando a cura da dor iniciava, uma nova gravidez surgia. Podemos dizer que quando se trata de relacionamento que envolve amor e destino comum, filhos e família, a sensação de todos é profundamente dolorosa.
A dor passa por vários estágios, até a chegar a despertar nossas potencialidade, e perceber a forma de fazer as indagações a Deus. Então, saberemos a resposta, não apenas “porque” e sim “para que”.
Segundo o criador da Logoterapia Viktor E. Frankl , è na dor que a pessoa encontra com o mais profundo de seu ser, e de nada valeria buscar outros recursos que nada resolveria o problema da dor e sim ter uma maior consciência e uma nova iluminação do verdadeiro sentido da vida, "se você tem um por que, então pode suportar todos os comos”.
A graça que transforma a pessoa também a leva a querer transformar tudo o que está a sua volta. Esse é o ponto em que o ser humano pode ter uma nova visão de seu mundo.
Tive então, a compreensão que quando recebemos a graça, não é porque merecemos ou porque conquistamos através das boas obras realizadas, mas de uma salvação à qual se tem acesso pela fé, pelo amor, pelo dom de Deus em Cristo, que é essencialmente gratuito.                 Receberemos sua Graça a sua presença, no momento certo e na hora certa. E independe de nossos desejos, vontade. A Bíblia diz em Efésios 2:8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.”
Fazendo uma reflexão sobre o que vivenciamos, percebo que ela leva-me a direção do mistério, permite entrar na dimensão do amor de Deus e experimentá-lo. Quando tudo parece contradizer as expectativas, desejos, frustrações, desesperança, Deus nos prova que nunca será o nosso projeto a ser realizado e sim o seu, não é a nossa vontade a ser realizado e sim, a Dele.
Compreendo com mais clareza que Deus è verdade é amor. Ele está tão presente na cruz e na morte, quanto nos nascimentos, nas alegrias e nas festas da vida. Quando diante de Deus, nos inclinamos para adorá-lo, nos tornar pequenos, descalçar as sandálias extasiar-se, submeter-se, ter com Ele a mesma sintonia da batida do coração, então nos elevamos ao ponto de perder-se e esquecer-se totalmente de si mesma, reconhecendo-o, reverenciando-o diante da sua majestade.
Este é o Deus de todas as adorações. Fonte de amor para nunca deixar de ser desejado. Na graça da adoração, encontramos a nossa definitiva natureza.
No dia 02 de janeiro de 2007, após 10 anos a espera, nasce Ana Clara, um verdadeiro milagre, uma verdadeira graça. Uma constatação do amor gratuito, da bondade, misericórdia, de Deus por nós. Uma ação livre e imprevisível de Deus.
Graça inundada de luz, graça que nos derramou fé, uma felicidade indizível, uma alegria inefável, uma graça sem limites. Uma filha muito amada e querida de Deus.
Uma graça de Deus compartilha conosco confiando-nos o seu projeto de vida desta criança. Deu-nos o prazer da graça de festejar, e só consegue festejar quem aprendeu a difícil arte de esquecer, porque sabe que por trás da graça da vida está Deus.
Então, repito nascer é uma graça, uma grande graça. A graça não tem tamanho, tem formas que recebemos de acordo as situações.
Hoje, com quatro sublimes e abençoados anos, olhos amendoados, cabelos negros, voz, comportamentos recheado de doçura e mel, acompanhamos com paixão a graça de seu crescer.

Alice e Milton Tamura
Grupo: Caminhando com Cristo.
MFC CURITIBA

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