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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Nós nos sentimos Igreja?


“É inconcebível um cristão sem Igreja”: esta é a afirmação feita pelo Papa Francisco durante a Missa presidida na Casa Santa Marta. Como pilastras da pertença eclesial, o Pontífice citou a humildade, a fidelidade e a oração pela Igreja. 

A homilia do Papa se inspirou na pessoa do Rei Davi, apresentada nas leituras do dia: um homem que fala com o Senhor como um filho fala com o Pai, e mesmo quando ouve um ‘não’, o aceita com alegria. “Davi tinha um forte sentimento de pertença ao povo de Deus, e nós devemos nos questionar sobre o nosso sentimento de pertença à Igreja, o nosso sentir com a Igreja e na Igreja”: 

O cristão não é um batizado que recebe o Batismo e segue seu caminho. O primeiro fruto do Batismo é a integração com a Igreja, com o povo de Deus. É por isso que o grande Paulo VI dizia que é uma dicotomia absurda amar Cristo sem a Igreja; ouvir Cristo, mas não a Igreja; estar com Cristo, mas à margem da Igreja. Nós recebemos a mensagem evangélica na Igreja e é nela que fazemos nossa santidade. O resto é pura fantasia”, disse Francisco. 

O “sensus ecclesiae” – prosseguiu – é justamente sentir, pensar e querer dentro da Igreja. E citou as três pilastras desta pertença, começando pela humildade: 

Uma pessoa que não é humilde não pode sentir com a Igreja: sente só que quer e gosta. Não tem a humildade de Davi, que se perguntou ‘Quem sou eu, Senhor? O que é a minha casa?’. A história da Igreja, explicou Francisco, começou antes de nós e continuará depois de nós. Somos uma pequena parte de um grande povo que caminha pela estrada do Senhor”. 

A segunda pilastra é a fidelidade, “que é ligada à obediência”: 

Fidelidade à Igreja; fidelidade ao seu ensinamento; fidelidade ao Credo; custodiar a doutrina. Nós recebemos a mensagem do Evangelho como um dom e devemos transmiti-la como um dom, e não como uma coisa nossa. Nesta transmissão, temos que ser fiéis”. 

A terceira pilastra – disse Francisco – é um serviço especial: rezar pela Igreja, em todas as partes do mundo, nas missas e também em casa. E concluiu: “Que o Senhor nos ajude a prosseguir neste caminho para aprofundar a nossa pertença à Igreja e o nosso ‘sentir’ com a Igreja”. 


Texto proveniente do site da Rádio Vaticano 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Família: Dom de Deus para a juventude

A família foi sempre considerada como a primeira e fundamental expressão da natureza social do homem, realmente uma comunidade de pessoas, para quem o modo próprio de existirem e viverem juntas é a comunhão de pessoas.

A história da família requer de Deus sempre uma atenção especial. Começando no Sinai, onde Moisés recebe os dez mandamentos e já aparece, como uma ordem de Deus, o quarto mandamento “honra teu pai e tua mãe”. Este mandamento do decálogo demonstra uma solidez interior da família, pode se dizer a sua solidariedade.

Em sua carta às famílias, o Papa João Paulo II escreve que “a família é uma comunidade de relações interpessoais particularmente intensas, entre cônjuges, entre pais e filhos, entre gerações. É uma comunidade que há de ser garantida de modo muito particular. E Deus não encontra garantia melhor que esta: “Honra”.

Queridos jovens, diante desta palavra divina percebemos que, é na família onde encontramos a afirmação da pessoa como sendo a primeira escola do ser homem em seus vários aspectos. Ser homem! É este o imperativo que nele se transmite! Homem como filho da pátria, como cidadão do mundo, como filho de Deus. O criador do universo é o Deus do amor e da vida. Ele quer que o homem tenha a vida e a tenha em abundância, como proclama Cristo, que tenha a vida, sobretudo graças à família. À medida que crescem os filhos desenvolvem interesses, ideais e hábitos, muitas vezes gerando conflitos. Bem sabemos que os pais declararam a sua disponibilidade para acolherem e educarem os filhos. Eis aqui os pilares da civilização humana, que não pode ser definida de outro modo senão como “civilização do amor”.

Se os pais, ao darem a vida, tomam parte na obra criadora de Deus, pela educação tornam-se participantes da sua pedagogia conjuntamente paterna e materna.

É preciso fazer realmente todo o esforço possível para que a família seja reconhecida como dom de Deus e que a juventude consiga construir seus passos formando novas famílias consagradas.

Temos muitos jovens ainda para serem evangelizados e, cabe a nós pais, e a vocês jovens que já estão na caminhada, sermos mais corajosos e estarmos prontos para dar testemunhos da esperança que Deus há em nós.
Fonte: Jovens Conectados

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Papa Francisco é a personalidade de 2013 na Internet

A internet ama o Papa Francisco. Bergoglio é o personagem do ano também online. A confirmar é a rede católica global ‘Aleteia’ em pesquisa encomendada à instituição de consultoria 3rd Place. 'Internet loves Pope Francis' confirma a eficiência comunicativa do 266º Bispo de Roma.

O estudo evidencia que, a nível global, o Papa Francisco foi o personagem com o maior volume de pesquisas mensais no Google (1.737.300) e o mais mencionado na rede (mais de 49 milhões).

As menções associadas ao Papa Francisco apresentam uma distribuição geográfica mais global e homogênea e, sobretudo, não estão concentradas em uma região específica, diferentemente de outros líderes mundiais, que ficam restritos a seus respectivos países.

No Twitter, com mais de 11 milhões de seguidores, o Papa Bergoglio também desponta. O estudo da ‘3rd Place’ sobre as contas do Pontífice nas várias línguas, revelou que mesmo tendo uma freqüência de publicação média de 0,70 tweets por dia, Bergoglio tem uma fidelidade média de 6.637. Apenas para comparar, a nível global, por exemplo, a conta de Barack Obama atinge uma fidelidade de 2.309, não obstante tenha uma freqüência de publicação diária de 7,76 tweets. 



Texto proveniente do site da Rádio Vaticano

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Santa Maria e a dor da saudade


No dia 27 de janeiro de 2013 aconteceu na cidade de Santa Maria, por imprudência e más condições de segurança, uma tragédia que vitimou 242 jovens, ferindo outros 116 e marcando para sempre um número considerável de famílias. A tragédia de Santa Maria ficará para sempre na história não só daquela cidade, mas também do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Com a divulgação das imagens e notícias a respeito daqueles fatos, subseguiram manifestações de diversas autoridades públicas, entidades, pessoas mais ou menos próximas às vítimas e suas famílias, organizações sociais, etc. A partir de então, surgiram várias iniciativas, foram tomadas medidas com o objetivo de exigir maior segurança de locais destinados a eventos, festas, diversão com concentração de público.

Tais iniciativas são certamente úteis, necessárias e urgentes. Existe, hoje, um consenso bastante vigoroso em torno do dever premente de se investir nesta causa. Infelizmente somos vistos como o povo do “jeitinho”. Para tudo se encontra um “jeitinho”. Existe ‘jeitinho’ para burlar as leis de trânsito, para passar de ano na escola, para, talvez, ter energia elétrica, ou água, sem estar registrado na rede; ‘jeitinho’ para conseguir esse ou aquele documento; ‘jeitinho’ para burlar o fisco, para tirar ganho desse ou daquele contrato – especialmente se estiver envolvido o bem público! Enfim, nós brasileiros, somos conhecidos pelo ‘jeitinho brasileiro’!

Sem desrespeitar a memória dos que tombaram na tragédia de Santa Maria, sem desrespeitar as exigências legais necessárias e urgentes para promover a segurança de todos que frequentam espaços públicos e sem minimizar a seriedade da situação da segurança geral de nosso povo, reconhecemos, sim, que em tantas situações buscamos o famoso ‘jeitinho’. Não seria demais propor o engajamento decidido e determinado de todos na causa da segurança pública e na educação necessária para tanto. Esta certamente é uma causa que não pode ser delegada; cada cidadão de boa vontade precisa sentir, saber e aprender da própria responsabilidade. Não podemos esquecer as perdas irreparáveis causadas pela imprudência de alguns, o ‘jeitinho’ de poucos e, talvez, a indiferença de outros.

Respeitar a memória dos falecidos pode ser uma obra de misericórdia! Mas pode também ajudar a todos a resgatar um aspecto importante da convivência humana: o cuidado. Sim, precisamos talvez ainda aprender a cuidar uns dos outros e, ao mesmo tempo, nos deixar cuidar uns pelos outros. É verdade que o jovem quase que naturalmente busca aventuras, que gosta, por vezes, de experiências extremas... Entretanto, não se pode desconsiderar princípios básicos seja da própria natureza, seja da natureza em geral! Cuidar e nos deixar cuidar – eis o que nos compete!

A saudade é coisa bela e ao mesmo tempo triste. Bela porque expressa carinho, respeito, bem querença. Triste porque, por vezes, parece insaciável. A saudade deixa marcas! Diante da tragédia de Santa Maria não foram poucas as famílias, os jovens, cidadãos que ficaram marcados pela dor da saudade. Por isso, resta-nos, sim, o silêncio respeitoso – não a indiferença! Como sociedade precisamos certamente expressar nossa solidariedade e ao mesmo tempo nos comprometer a trabalhar em prol do necessário para que tais tragédias não se repitam! Aos familiares dos jovens que sofreram as consequências daquele incêndio expressamos palavras de conforto que nossa fé conserva: “para aqueles que creem a vida não é tirada, mas transformada”.

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pescadores

Jesus morou em Cafarnaum, que fica às margens do Mar da Galileia, mar de água doce, também chamado de Lago de Genesaré. Um “rio-mar”! São principalmente as águas que vêm do Monte Hermon que o constituem, para depois prosseguir, Rio Jordão, até o Mar Morto. Às margens do Jordão acorreram multidões para o batismo de João, na preparação penitencial à vinda do Messias Salvador. Em seu entorno aconteceu a maior parte dos eventos da vida pública do Senhor naquela região (Mt 4, 12-23). Foram poucas as incursões em outras áreas, além das viagens a Jerusalém e algumas cidades ou aldeias da Judeia.

Jesus tinha aprendido de São José o digno ofício de carpinteiro, provavelmente exercido nos anos de juventude, mas é do meio de pescadores que chama seus primeiros discípulos. Foi também da pesca e do mar que tirou muitas de suas belíssimas parábolas, com as quais aproximava os ouvintes da realidade do Reino de Deus. E a Galileia das nações (Mt 4,15) foi o espaço para o convite ao Reino e a conversão de muitas pessoas. O Senhor tinha a paixão pelo Reino. “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” era como um refrão repetido! E até hoje é esta a palavra que pode tocar no coração das pessoas.

Pregar o Evangelho do Reino e curar as doenças e enfermidades (Mt 4, 23) eram as ocupações principais de Jesus. Palavra e gestos que a expressavam, fé e vida! Por onde passava, as pessoas encontravam um sentido novo naquilo que faziam, descobriam novos laços de relacionamento, mudavam as prioridades de sua existência. E ele se revelava Senhor, dominando as doenças, as forças da natureza, o demônio e a morte. Os discípulos foram chamados a testemunhar as mudanças e a se comprometerem com elas, tornando-se depois multiplicadores da mesma graça.

Simão, André, Tiago e João eram pescadores de profissão, não apenas ocasionais ou diletantes. Nem dava para exercitar a mentira sobre o tamanho do peixe, como se costuma brincar com pescadores de nosso tempo. Sua labuta incluía noites e madrugadas mar adentro, para levar à praia, ao nascer do sol, o fruto de seu trabalho, a ser negociado e transformado em sustento. Daí em diante o pescador devia descansar um pouco em casa e retornar, ao cair da tarde, ao seu trabalho. Pode-se imaginar o que estava por trás da resposta de Pedro a Jesus: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5, 5).

De sua profissão podem-se recolher preciosos ensinamentos, que aparecem como sinais da verdade do Reino de Deus. O pescador deve saber a hora adequada para pescar. Confere lua, vento, maré, estação do ano! Não se precipita! Sua tarefa é tantas vezes um grande exercício de paciência. Depois o pescador sabe identificar as espécies de peixes. Seu discernimento contribui para a própria profissão, assim como assegura a continuidade do produto de seu trabalho. Nem se pode pensar em pesca predatória! O trabalho que faz exige persistência e perseverança dedicação de dias e anos. Sua pele é curtida pelo vento, o sol e as intempéries, para aguentar firme!

Nossa Região Amazônica é rica de rios, barcos, ilhas, ribeirinhos, pescadores. Esta é uma excelente oportunidade para reconhecer a bravura e a coragem os povos dos rios e das florestas. Considero preciosos dons de Deus o Açaí, a mandioca e a farinha, o peixe e o camarão, ao lado de outros produtos prodigalizados pela Providência de Deus. Os ribeirinhos e pescadores carregam consigo os mesmos dons acima citados, que correspondem a valores do Reino de Deus. É que Deus fala através de sua Palavra proclamada e fala através dos sinais de seu Reino oferecidos pela própria vida, um livro eivado de sabedoria! Não poucas vezes pude contemplar o vai-e-vem de homens e mulheres levando ao comércio de nossos portos o fruto de seu trabalho, tantas vezes submetidos a condições duras e até injustas para ganhar o dinheiro literalmente suado, com o qual as famílias são sustentadas. As viagens em “casquinhas”, os remos ou os pequenos motores, até chegar aos barcos maiores e navios, tudo é carregado de paciência, persistência, perseverança, discernimento, coragem! Deus seja louvado por tantos “livros” abertos na vida! Deus seja louvado pela abundância das águas. Deus seja louvado, olhando de Belém, pelo nosso “rio-mar”!

E foram pescadores de peixes que se tornaram pescadores de homens! Chegue ao coração de todos os fiéis, das diversas culturas e ambientes, o convite a que crianças, adolescentes e jovens olhem para o Senhor e descubram seu olhar e sua palavra forte e firme, que chama ao seu seguimento. Em nome do Senhor e de sua Igreja, quero chamar do meio dos povos das terras, das águas e das florestas homens e mulheres generosos, dispostos a dar tudo a Deus. Amplio este convite a todos os que do continente olham para nossos rios e mares, a fim de que surjam muitas vocações ao serviço do Senhor e de seu Reino.

E a todos os povos e culturas que nos conhecem ou querem conhecer, chegue a convicção expressa na recente Carta de Manaus: “A Igreja Católica na Amazônia Legal vive e cresce com características próprias, enraizadas na sabedoria tradicional e na religiosidade popular que durante séculos alimentou e continua a manter viva a espiritualidade dos povos da floresta e das águas, e agora, do mundo urbano. Enfrenta com alegria as dificuldades das distâncias e da falta de comunicação para encontrar e oferecer ao rebanho, confiado a nós pelo Senhor da messe, a luz da Palavra de Deus e a Eucaristia como alimentos que revigoram e animam as forças para viver a comunhão com Deus e cuidar da Amazônia como chão da partilha, pátria solidária, “morada de povos irmãos e casa dos pobres” (Carta de Manaus, no Primeiro Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal; Cf. Documento de Aparecida, número 8). Que o Brasil se apaixone conosco pelos desafios da missão!

Dom Alberto Taveira Corrêa 
Arcebispo de Belém (PA)

domingo, 26 de janeiro de 2014

Momento do Angelus - 26/01/2014

Milhares de fiéis se reuniram este domingo, na Praça S. Pedro, para rezar o Angelus com o Papa Francisco.

Na alocução que precedeu a oração mariana, o Pontífice comentou o Evangelho deste domingo, que narra o início da vida pública de Jesus nas cidades e nos vilarejos da Galileia. A sua missão não parte de Jerusalém, ou seja, centro religioso, social e político, mas de uma região periférica, desprezada pelos judeus mais ortodoxos, devido à presença naquela região de diversas populações estrangeiras. 

Isaías indicava esta região como «Galileia dos gentios». Era uma terra de fronteira, uma região de trânsito onde se encontravam pessoas de diferentes raças, culturas e religiões. Por isso, se tornou um lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos. 

Deste ponto de vista, disse o Papa, a Galileia se parece com o mundo de hoje. Também nós somos imergidos a cada dia numa “Galileia dos gentios”, e neste tipo de contexto podemos nos assustar e ceder à tentação de construir recintos para estar mais seguros, mais protegidos. Mas Jesus nos ensina que a Boa Nova não é reservada a uma parte da humanidade, deve ser comunicada a todos. 

Partindo da Galileia, prosseguiu o Pontífice, Jesus nos diz que ninguém está excluído da salvação de Deus, ou melhor, que Deus prefere partir da periferia, dos últimos, para alcançar a todos. 

A missão não começa somente de um lugar descentralizado, mas também de homens “mais simples”. Para escolher os seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, Jesus não se dirigiu às escolas dos escribas e dos doutores da Lei, mas às pessoas humildes, como eram os pescadores. Ao ouvirem o chamado, eles seguiram Jesus imediatamente. 

Queridos amigos e amigas, o Senhor chama também hoje! Passa pelas ruas da nossa vida cotidiana; nos chama a ir com Ele, a trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, nas “Galileias” do nosso tempo. E se algum de vocês ouvir o Senhor que diz “siga-me”, seja corajoso, vá com o Senhor. Ele jamais decepciona. Deixemo-nos alcançar pelo seu olhar, pela sua voz, e sigamos Jesus, para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique sem a sua luz.
Ao saudar os grupos presentes na Praça, recordou que nos próximos dias os povos orientais celebrarão o Ano Novo lunar. Aos milhões de pessoas que vivem no Extremo Oriente ou espalhados em várias partes do mundo, entre os quais chineses, coreanos e vietnamitas, “a todos eles desejo uma existência repleta de alegria e de esperança”, disse o Papa.

Ao ver tantas crianças na Praça, o Pontífice pediu orações por um menino de três anos, Cocò (Nicola) Campolongo, que morreu carbonizado uma semana atrás, com outras duas pessoas (seu avô e companheira) dentro de um carro. O crime ocorreu na localidade de Cassano allo Jonio, na província de Cosenza (Calábria), num ajuste de contas da máfia local. 

Esta brutalidade contra uma criança tão pequena parece não ter precedentes na história da criminalidade. Rezemos com Cocò, que certamente está com Jesus no céu, e pelas pessoas que cometeram este crime, para que se arrependam e se convertam ao Senhor. 

Com dois jovens a seu lado, Francisco saudou também os membros da Ação Católica da Diocese de Roma, que concluíram a iniciativa “Caravana da Paz”. Depois da leitura de uma mensagem de agradecimento ao Santo Padre, os jovens soltaram duas pombas, como símbolo de paz.


Texto proveniente do site da Rádio Vaticano 

LITURGIA DO 3º DOMINGO DO TEMPO COMUM





LITURGIA DO 3º DOMINGO

DO TEMPO COMUM

   

PRIMEIRA LEITURA (Is 8,23b-9,3)


Leitura do Livro do profeta Isaías:
23b No tempo passado o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali; mas recentemente cobriu de glória o caminho do mar, do além-Jordão e da Galileia das nações.
9,1 O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu.
Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. 3Pois o jugo que oprimia o povo, — a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais — tu os abateste como na jornada de Madiã.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus
.


RESPONSÓRIO (Sl 26)


— O Senhor é minha luz e salvação./ O Senhor é a proteção da minha vida.
— O Senhor é minha luz e salvação;/ de quem eu terei medo?/ O Senhor é a proteção da minha vida;/ perante quem eu tremerei?
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,/ e é só isto que eu desejo:/ habitar no santuário do Senhor/ por toda a minha vida;/ saborear a suavidade do Senhor/ e contemplá-lo no seu templo.
— Sei que a bondade do Senhor hei de ver/ na terra dos viventes./ Espera no Senhor e tem coragem,/ espera no Senhor!


SEGUNDA LEITURA (1Cor 1, 10-13.17)


Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
10 Irmãos, eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar.
11 Com efeito, pessoas da família de Cloé informaram-me a vosso respeito, meus irmãos, que está havendo contendas entre vós.
12 Digo isso, porque cada um de vós afirma: “Eu sou de Paulo”; ou: “Eu sou de Apolo”; ou: “Eu sou de Cefas”; ou: “Eu sou de Cristo”!
13 Será que Cristo está dividido? Acaso Paulo é que foi crucificado por amor de vós? Ou é no nome de Paulo que fostes batizados?
17 De fato, Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar a boa nova da salvação, sem me valer dos recursos da oratória, para não privar a cruz de Cristo da sua força própria.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


EVANGELHO (Mt 4, 12-23)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
12 Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 
13 Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, 
14 no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 
15 ”Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 
16 O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”. 
17 Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.
18 Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores.
19 Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. 
20 Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram.
21 Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu consertando as redes. Jesus os chamou. 
22 Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram.
23 Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo.

— Palavra da Salvação
— Glória a vós, Senhor.

REFLEXÃO

Pe. Roberto Nentwig


Sabendo da morte de João Batista, Jesus foge. Sim, Ele tem consciência de que sua proximidade com o Batista é um risco contra a sua vida. A vida pública do Messias é iniciada por uma saída estratégica. E lá vai Jesus, um subversivo refugiado, anunciar uma sociedade alternativa que se opõe ao poder de Herodes.

Assim, cumprindo as profecias do Antigo Testamento, Deus vem para a Galileia dos pagãos. Jesus não começa por Jerusalém; também não é saduceu ou escriba, não pertence à casta sacerdotal. Jesus é um homem do povo e vem de um território desprezado, de um local sem relevância. Aqui vemos a gratuidade de Deus, evidenciada na predileção de Jesus pelos pequenos, pobres e pecadores, pela sua quebra de paradigmas, por suas atitudes desconcertantes. Ainda hoje, Deus vem onde menos esperamos. Esperamos encontrar Deus somente nas Igrejas, nas catedrais, e corremos o risco de não perceber que Ele vem em cada ser humano, sobretudo naquele que é mais insignificante para o mundo.

Qual o anúncio do Messias? “Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo”. O Reino dos céus (reino de Deus para os outros evangelistas sinóticos) é o núcleo central da pregação de Jesus. De fato, Ele veio para nos dizer e mostrar que o Reino se aproxima, que um dia virá de modo definitivo e que está ao nosso alcance. Hoje, devemos reconhecer que o Reino está bem perto de cada um de nós, quando somos testemunhas dos gestos de amor e humildade; quando a prepotência herodiana é vencida pelos gestos de humildade e fraqueza, então há Reino.

“Convertei-vos!” Converter-se é uma tarefa para toda vida, não uma ação pontual. Um bom trabalho a ser feito, já nos diz Papa Francisco. Muitas estratégias não se demonstram muito eficazes para que esta tarefa seja executada. É comum enumerar os pecados de uma lista, culpabilizar-se em demasia, reprimir desejos, almejar um passo imediato para a perfeição. Rapidamente, quem segue este caminho vai cair na frustração, voltando-se aos mesmos erros. Outro caminho seria elencar propósitos. Estes também acabam sendo penosos e não são facilmente alcançados. O cristianismo não é um ascetismo, portanto, a conversão não depende em primeiro lugar de nossas forças, mas da ação gratuita de Deus.

A conversão não virá à custa de promessas a Deus, por atos piedosos, de assiduidade às celebrações, de rezas mais frequentes, de novenários. Isso pode ajudar, mas será em vão se não acolhermos que Deus nos ama. Compreender que Deus não se afasta de nós nunca, mesmo em nossas dificuldades, mesmo diante de nossos limites. Não precisamos ser “perfeitinhos” para que o Senhor esteja ao nosso lado. É preciso encarar a nossa realidade com franqueza e nos reconciliarmos com nossa raiva, com nossa afetividade, com nosso egoísmo... Se não nos aceitarmos como somos, colocando a nossa verdade diante de Deus, seremos escravos da ditatura da perfeição.

Converter-se implica em assumir o Reino como centro, e no centro do Reino está o amor. Para que haja conversão verdadeira, é preciso que os afetos pelo Senhor estejam alimentados. Por isso, Jesus, fitou com um olhar firme e terno cada um dos seus apóstolos. Do carinho do Mestre nasceu a resposta de seus discípulos. Hoje igualmente, nossa resposta ao Senhor deve ser calcada no amor, uma entrega do coração. O seguimento é afetivo, não é racional ou depende do puro esforço.

“O povo que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 8, 23b). O texto de Isaías enunciado por Jesus é o cumprimento de uma promessa, ou seja, a luz para o povo dominado pelos assírios. A grande luz é o Cristo: luz para todos os povos. Todos os dias, de algum modo, Deus nos visita e nos traz uma grande luz ou nos dá oportunidade para que tiremos alguém das sombras das trevas. Sua luz dá cor, brilho e sentido a nossa existência. Brilhe a luz do Senhor sobre todos nós. Afetados por seu brilho de amor, esvaziados de esquemas preestabelecidos, seguiremos na alegria de sermos discípulos de Jesus.


ORAÇÃO

                             
Ó Deus de ternura, nesta celebração, tu renovaste em nós o desejo de seguir Jesus e sermos anunciadores do reino. Dá-nos a unção do teu amor para servirmos com dedicação e ternura, seja na comunidade dos irmãos, seja na missão. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Quanto custa um milagre?

Uma garotinha esperta de apenas seis anos de idade, ouviu seus pais conversando sobre André, seu irmãozinho mais novo. Ele estava muito doente e estavam completamente sem dinheiro. Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvar o garoto, e não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes dinheiro. A menina ouviu seu pai dizer à sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado:

- Somente um milagre poderá salvá-lo.

Ela foi ao seu quarto e contou as moedas que tinha escondidas no armário. Saiu devagarzinho pela porta dos fundos e andou cinco quarteirões até chegar à farmácia. Esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento conversando com alguém. Finalmente foi atendida!

- O que você quer? – perguntou o farmacêutico com voz aborrecida. – Estou conversando com meu irmão que chegou de viagem e que não vejo há séculos – disse ele sem esperar resposta.

- Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão – respondeu a menina. – Ele está muito doente… E eu quero comprar um milagre.

- Como? – balbuciou o farmacêutico admirado.

- Ele se chama André e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai disse que só um milagre poderá salvá-lo. E é por isso que eu estou aqui. Então, quanto custa um milagre?

- Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la – respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.

- Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa, insistiu a pequena.

O irmão do farmacêutico era um homem gentil. Deu um passo a frente e perguntou à menina:

- Que tipo de milagre seu irmão precisa?

- Não sei – respondeu ela, levantando os olhos para ele. – Só sei que ele está muito mal e mamãe diz que precisa ser operado. Como papai não pode pagar, quero usar meu dinheiro.

- Quanto você tem? – perguntou o irmão do farmacêutico.

- Um dólar e onze centavos – respondeu a menina num sussurro. – É tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso.

- Puxa, que coincidência! – sorriu o homem. – Um dólar e onze centavos! Exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos. Leve-me até sua casa. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa.

Aquele senhor gentil era um cirurgião, especializado em Neurocirurgia. A operação foi feita com sucesso e sem custos. Alguns meses depois André estava em casa novamente, recuperado. A mãe e o pai comentavam alegremente sobre a seqüência de acontecimentos ocorridos.

- A cirurgia – murmurou a mãe – foi um milagre real. Gostaria de saber quanto custou!

A menina sorriu. Ela sabia exatamente quanto custa um milagre… Um dólar e onze centavos… Mais a fé de uma garotinha…

Pesquisa mostra que há mais de nove mil grupos de jovens da PJ no Brasil

Existem hoje, no país, 9.183 grupos de jovens da Pastoral da Juventude, em 2.675 paróquias. Foi o que informou o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, padre Antônio Ramos do Prado, durante a Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude (ANPJ), que acontece em Ribeirão das Neves, de 20 a 26 de janeiro.

Os dados, apresentados pelo assessor, são resultados de uma pesquisa realizada junto aos regionais e dioceses do Brasil, com o objetivo de fazer um diagnóstico da realidade da Pastoral da Juventude no Brasil.

A pesquisa constata, ainda, que das 2.675 paróquias, 1765 têm coordenação de PJ, mas 1641 não têm assessoria e acompanhamento.

No encontro, os jovens apontaram os desafios e avanços das dioceses e regionais com relação à Pastoral da Juventude e indicaram membros para a Comissão Nacional de Assessores, responsável por acompanhar as formações de assessores e jovens nos regionais.

A Pastoral da Juventude comemora os seus 40 anos. A Ampliada aborda o tema “Somos Igreja Jovem: 40 anos construindo a civilização do amor” e lema “Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4, 20). Participam da ANPJ cem delegados de todos os regionais da CNBB, com a finalidade de avaliar a caminhada da PJ e definir diretrizes para a ação pastoral.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Casais em crise

“Acabou!” Com essa breve observação, muitas pessoas descrevem o final de seu casamento. Por trás desse verbo há crises, sofrimentos, desabafos e, não poucas vezes, brigas infindas. Em que lugar foram enterrados os sorrisos do dia do casamento e as promessas de fidelidade “até que a morte nos separe”? Em que fase da vida se desvaneceu a certeza de que “ninguém será mais feliz do que nós dois”? Como entender a amargura que tomou conta de um relacionamento que parecia tão feliz?...

Nenhum casamento termina “de repente”. Especialistas matrimoniais constatam que, normalmente, o caminho da desintegração tem quatro etapas, profundamente interligadas – isto é, cada etapa prepara e praticamente condiciona a seguinte.

Na primeira, começam a surgir comentários negativos, um a respeito do outro. Mais do que se queixar do esposo ou da esposa (a queixa refere-se a um comportamento específico), multiplicam-se críticas que são sempre abertas, indeterminadas, gerais: “Você é um chato!”; “Você está cada vez mais insuportável!”. Há aqueles (ou aquelas) que sofrem calados: não aceitam o comportamento do companheiro, mas não verbalizam isso. O problema é que vão acumulando raiva em seu coração. Quando resolvem falar, não medem as palavras. As agressões – verbais ou de fato – parecem ser de inimigos mortais. Agora, o importante é humilhar o outro, para ficar claro que não há mesmo possibilidade alguma de reconciliação.

Para não se chegar a esse ponto, é preciso cultivar o diálogo. Mais do que escutar o outro, é importante ter a capacidade de se colocar no lugar dele, para ver o problema “do outro lado”. Um casal me confidenciou que, ao se casarem, tomaram uma decisão que marcou suas vidas: prometeram um ao outro que jamais dormiriam sem, antes, solucionar os problemas que pudessem ter surgido entre eles durante o dia. “Solucionar”, no caso, significava cultivar o perdão como atitude habitual. O perdão será menos difícil se cada um, em vez de atacar o outro de forma generalizada, chamar a atenção para erros concretos e para comportamentos que precisam ser corrigidos.

Na segunda etapa, cresce o desprezo pelo outro. Desprezar é uma forma de ignorar, de insultar, de ferir. O desprezo vem sempre acompanhado da implicância, dos insultos, da ridicularização. O objetivo a alcançar é a destruição do outro. O importante é sair vencedor.

Só se supera essa etapa quando ao menos um dos dois aceita não ver o outro como um inimigo, e passa a acreditar que não precisa provar que é o mais forte. “Quando estou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10), diria o apóstolo Paulo.

Na terceira etapa, quem foi vítima de desprezo começa a se defender. Impõe-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque. Ninguém mais escuta ninguém. Acabou-se a comunicação.

Consegue-se cortar essa situação somente com a disposição de escutar o outro, de prestar atenção nele, demonstrando que ele é importante.

Na quarta etapa, domina o mutismo. Um dos dois passa a ficar em silêncio, talvez até com o desejo de não piorar a situação. Mas, nessa hora, não é por aí que se soluciona o problema. É preciso, sim, deixar claro que se está escutando o outro. Ninguém consegue ficar indiferente diante de uma pessoa que lhe dá atenção. Escutar e prestar atenção com um coração pronto a acolher é uma maneira de criar pontes – pontes de diálogo e de perdão, pontes de comunhão.

Por fim, o que poderia ter sido escrito no começo: nos meus mais de quarenta anos a serviço da Igreja, atendendo a inúmeros casais, nunca encontrei um casal que rezasse diariamente, que colocasse Deus no centro de suas vidas e que tenha passado por crises matrimoniais insuperáveis. Para dizer isso de forma positiva, lembro a resposta que uma jovem me deu, quando lhe perguntei como estava a sua vida, já que havia se casado dois anos antes: “Meu marido sabe que eu amo a Deus mais do que a ele. Eu sei que meu marido ama a Deus mais do que a mim. A partir daí, tudo fica mais fácil e tudo se resolve sem grandes dificuldades...”

Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de São Salvador (BA) e Primaz do Brasil

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A paz começa no lar


Embora nenhum de seus filhos "pinte" para delinquente, é necessário ter presente que a violência pouco a pouco entra nos lares. Por exemplo, você sabia que 25 por cento das garotas nos Estados Unidos são agredidas por seus namorados e o que é pior, a maioria delas acredita que isto é normal?

Ao escutar notícias lamentáveis como estas e pensar que em tudo o que acontece no mundo, não se pode deixar de perguntar... Quem pode ser capaz de semelhante barbaridade... em que coração humano cabe tanta frialdade... quem pode ser capaz de tanta violência?

Desafortunadamente, esta é uma realidade que é vivida em todos os lugares, que afeta a todos, e de muitas maneiras. É verdade que a violência sempre existiu, mas o mais perigoso agora, é que começa a ser tolerada, a ser aceita como inevitável: sem ir muito longe, seria inusual encontrar um filme onde as balas, o sexo deliberado e a crua violência não fizessem sua aparição; ou algum semanário ou jornal onde não seja uma notícia policial a que estampa a primeira página.
Entretanto, o homem não é feito para a guerra, é feito para a paz.

E isto pode ser assegurado porque a história nos demonstra que o homem que vive na violência se auto-destrói. O difícil e complicado do tema é que a paz não se dá instantaneamente nem por mandato, não se obtém sem esforço, nem se compra ou pede emprestada: a paz tem que nascer do coração de cada homem.

E se não há paz no coração, como pode haver paz em um povo, em uma nação, no mundo?

VIVER EM PAZ

É por isso, que manter a paz é uma obrigação primária para todos, mas em especial dos pais, pois é no lar onde se aprende a viver e construir a paz; é ali onde os pais têm a enorme responsabilidade de ensinar aos filhos a maneira de comportar-se, de tratar aos demais e de resolver os problemas.

É incrível como até em uma pequena sociedade como a família, onde existe carinho entre seus membros, pode perder-se a paz. Não há dúvida de que a paz é algo muito frágil pela qual deve-se trabalhar pacientemente todos os dias para conquistá-la.

Mas antes de alcançar isto, tem-se primeiramente que ter claro como se vive a paz.

Ao contrário do que muitos acreditam, a paz não é a ausência da guerra, nem é somente o respeito aos outros.

Quão fácil seria e também quão perigoso se os pais só tivessem que respeitar aos filhos para poder ter um lar cheio de paz!: "Ah, sim, meu filho quiser ter seu quarto todo bagunçado, devo respeitá-lo".

A PAZ SE VIVE:

· Ao ter um verdadeiro sentido de justiça.

· Quando não só se reconhecem os próprios direitos, mas também os dos demais.

Se é reconhecida a dignidade de seus filhos como pessoas. Muitas vezes ao vê-los pequenos, alguns pais se aproveitam deles e cometem verdadeiros abusos de autoridade.

· Ao ensinar aos filhos a distinguir entre o bem e o mal, ao formar neles uma consciência reta, à vez que se trabalha pela paz.

Quando os filhos são pequenos, os pais são como uma "consciência externa" deles (como o Grilo Falante em "Pinóquio"), daí a importância de seus atos e julgamentos.

Exaltar o valor da vida humana, sua dignidade e seu direito. Tanto a vida deles mesmos como a dos que o rodeiam tem um imenso valor, desgraçadamente com tanta violência (nos meios de comunicação, no meio ambiente), as crianças não apreciam este valor.

PASSOS PARA ALCANÇAR A PAZ (NA VIRTUDE)

Vontade. Muitas vezes embora as crianças conheçam o bem e o mal, falta-lhes força de vontade, não aprenderam o hábito do esforço, são crianças "boas", mas talvez estas crianças não aprenderam a dominar-se, nem a pensar nos demais, nem a sacrificar-se, sentem que o mundo gira ao redor deles, muitas destas crianças se tornam "tiranas".

Exigência. Os filhos devem ser exigidos, claro que dentro de suas possibilidades, ensiná-los a enfrentar os problemas e a esforçar-se para resolvê-los, que saibam sentir-se orgulhosos de terem sido capazes de realizar as coisas por si mesmos.

Valentia. Que tenham heróis que inspirem sua vida, mas que sejam heróis de grandes ideais, porque atualmente são apresentadas às crianças a violência como forma de heroísmo, necessitam dos pais para que lhes ensinem o que é nobre e grande.

Respeito. Cuidar para que as crianças não adquiram o costume de tomar as coisas dos outros, por mais insignificante que seja o roubo; e se quebra algo alheio, deve ser reposto, ensinar-lhes que as coisas alheias sempre devem ser respeitadas.

Generosidade. É algo que por si é difícil nas crianças, é nesta idade quando tendem a ser mais egoístas, por isso é importante que eles vejam um bom exemplo: como seus pais ajudam ao necessitado ou ao que tem algum problema (dentro das próprias possibilidades).

Para despertar nas crianças o sentido de generosidade, pode-se acostumá-los desde pequenos a renunciar algo seu e compartilhá-lo com alguma outra criança.

Cortesia. Gastón Courtois disse que a cortesia "é filha do respeito ao próximo e irmã da caridade". Aquele que é cortês sabe que não é o centro do mundo, é uma pessoa que pensa nos demais e em seus sentimentos.

O domínio de si mesmo é um elemento que vai de mãos dadas coma cortesia. Uma criança sente raiva porque algo saiu mal ou porque um irmão quebrou-lhe alguma coisa e não é ensinado a se controlar, quando grande lhe será muito difícil, se não impossível manter o controle de seus atos e muito menos respeito pelos demais.

Ordem. É um elemento essencial para que haja harmonia e equilíbrio em um lar. Quando há ordem em uma casa, há normas e limites, isto proporciona segurança aos filhos e lhes ensina a ter disciplina.

Caridade. Não se pode deixar de mencionar este valor essencial para que haja paz, pois é um elemento que determinará a qualidade da pessoa e sua capacidade para relacionar-se com os demais.

Buscar o bem pessoal e o dos demais é justamente o que traz como conseqüência a paz.

A paz é o resultado de muitas atitudes, todas estas fundamentadas precisamente na caridade, não entendida como esmola, mas como amor.

Gastón Courtois também escreveu: "Quando a caridade domina, a humanidade se engrandece. Quando o egoísmo reina, a humanidade se rebaixa".

Que responsabilidade têm os pais de ensinar esta virtude aos filhos! Em suas mãos está o que haja sociedades justas e pacíficas.

Fonte: ACI Digital

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cerca de 15 mil pessoas participaram esta quarta-feira da Audiência Geral com o Papa Francisco, na Praça S. Pedro, apesar da chuva.

A catequese do Pontífice foi dedicada à Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em andamento nos países do hemisfério norte (no Brasil, essa Semana é realizada entre Ascensão e Pentecostes) – uma tradição que se repete há mais de 100 anos.

Anualmente, um grupo ecumênico de uma região do mundo sugere um tema e prepara subsídios para a Semana, sob a guia do Conselho Mundial de Igrejas e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Em 2014, os subsídios foram preparados pelas Igrejas e comunidades cristãs do Canadá e têm como referência a pergunta dirigida por São Paulo aos cristãos de Coríntio: “Cristo estaria dividido?” (1 Cor 1,13).

“Certamente não”, respondeu Francisco. Todavia, “devemos reconhecer sinceramente, com dor, que as nossas comunidades continuam a viver divisões que provocam escândalo”.

“O nome de Cristo cria comunhão e unidade, não divisão!”, prosseguiu o Papa, explicando que o Batismo e a Cruz são elementos centrais do discipulado cristão que temos em comum. “As divisões, ao invés, enfraquecem a credibilidade e a eficácia do nosso empenho de evangelização e correm o risco de esvaziar a Cruz da sua potência.” 

Paulo repreende os coríntios por suas brigas, mas dá graças a Deus por eles terem sido cumulados de todas as riquezas, todas as da palavra e as do conhecimento. Para Francisco, esta atitude do Apóstolo é um encorajamento para nós e para cada comunidade cristã a reconhecer com alegria os dons de Deus presentes em outras comunidades. “Não obstante o sofrimento das divisões, acolhamos as palavras de Paulo como um convite a alegrarmo-nos sinceramente das graças concedidas por Deus a outros cristãos.”

Nos subsídios preparados pelas comunidades cristãs do Canadá, há um convite não a pensar naquilo que podemos dar aos nossos vizinhos cristãos, mas a encontrar-se para compreender aquilo que cada uma das comunidades pode receber das outras. “Para isso, requer-se humildade, reflexão e contínua conversão”, afirmou o Pontífice.

Após a catequese, o Papa saudou os vários grupos presentes na Praça; entre eles, os sacerdotes da Diocese de Catanduva (SP) e os participantes do encontro anual dos coordenadores regionais do Apostolado do Mar, exortando-os a serem a voz dos trabalhadores que vivem longe de suas famílias e enfrentam situação de perigo e dificuldade. 

Francisco recordou ainda o encerramento, no próximo sábado, da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, festa da Conversão de São Paulo. A Rádio Vaticano transmitirá esta cerimônia ao vivo, direto da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, a partir das 17h20 (14h20 – horário de Brasília), com comentários em português.


Texto proveniente do site da Rádio Vaticano 

Maria, modelo da Igreja servidora

Que uma Igreja servidora dos homens seja alma de um país melhor

Maria quer nos recordar que o amor é o mais profundo e significativo sentimento, e que ele se expressa no serviço. Assim, mostra-nos, com seus exemplos, que a Igreja é e quer ser a servidora dos homens.

É fácil, falar de amor e caridade, mas muito difícil vivê-los, porque amar significa servir e servir exige renunciar a si mesmo. Se não fosse assim, estaríamos no paraíso, já que todos os homens e todos os cristãos estão de acordo em cantar as belezas do amor. Entretanto, continua havendo guerras, injustiças sociais, perseguições políticas no mundo. Isso acontece, porque amar e servir custam. O pecado original nos inclina a buscar sempre o próprio interesse, a querer dominar e estar no centro.

Mas o que é servir? Jesus mesmo explica: servir é dar sua vida pelos outros, é entregar-se aos demais. Servir é dar-se de si mesmo, entregando ao outro a nossa preocupação, nosso tempo e nosso amor.

Serve a mulher que passa, até tarde, a camisa que seu marido necessita ou que passa a noite junto ao filho enfermo. Serve quem desliga a televisão, durante a novela, para receber o vizinho e escutar seus problemas. Serve quem renuncia algumas horas de descanso para passear com seus filhos, para participar de uma reunião de trabalho.

A Igreja Servidora, A Igreja do Concílio se proclamou servidora do mundo e dos homens. Por isso, escolheu Maria como modelo desta atitude.

Nós, muitas vezes, cremos que estamos servindo a Deus, porque fazemos uma oração ou cumprimos uma promessa. Olhemos para Maria. Ela nos entrega toda sua vida para cumprir a tarefa que o Senhor lhe encomenda pelo anjo. Maria sabe, por meio do anjo, que seu Filho será o Rei do universo, e de Isabel só o seu precursor. Mas é ela quem corre até onde vivia sua prima; ela não busca pretextos por estar grávida e, assim, não poder arriscar-se numa viagem tão longa.

Quando o anjo lhe anuncia que ela será a Mãe de Deus, Maria compreende que esta vocação exige que ela se converta na primeira servidora de Deus e dos homens.

Sacrifício e serviço. Para poder construir um mundo novo, desejado de todos, é necessário muito espírito de Cristo e de Maria. Deve ser um serviço que busca, realmente, nossa entrega aos demais, e não nosso poder pessoal nem o domínio absoluto de nossa empresa ou partido.

Não queremos substituir uma classe dominante por outra, que traz novas formas de opressão. Sem este espírito, nem a Igreja nem o país serão renovados, mesmo que diminuam as diferenças sociais. Uma justiça que não vai acompanhada do amor serviçal é inumana, é uma justiça sem alma.

Peçamos a Ela que nos ajude a construir uma Igreja conforme sua imagem, uma Igreja servidora dos homens, que seja, realmente, a alma de um país melhor.

Padre Nicolás Schwizer