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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Correio MFC Brasil

O tema “Sexualidade” é delicado: para uns, fala-se demais sobre ele, para outros, não o bastante. A persistente dificuldade em entender e verbalizar a sexualidade pode esconder uma confusão de conceitos e uma lista de mitos e tabus em relação ao assunto.
A dimensão humana da sexualidade

Deonira L. Viganó La Rosa
Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia.
A família, a escola, a religião e a cultura interferiram para que o conceito de sexualidade fosse deturpado e muitas vezes reduzido à genitalidade, ou a alguma coisa imoral e obscena. Entretanto, sexualidade e genitalidade não são sinônimos. E conversar sobre sexualidade não significa ter de detalhar a relação sexual genital.
genitalidade refere-se à base biológica e reprodutora do sexo e ao exercício dos órgãos adequados para essa finalidade. O prazer que se obtém no encontro carnal de dois corpos será sempre uma forma concreta de viver a sexualidade, mas não a única.
Já a sexualidade é mais que um comportamento, é mais que uma pulsão, ela é um modo de pensar. Falar sobre a “dimensão humana da sexualidade” é discorrer sobre a capacidade que o ser humano tem de pensar e dar sentido à sua própria sexualidade.
A pulsão, no ser humano, não escapa ao universo do sentido conscientemente vivido por cada um. É evidente que a sexualidade se enraíza no corpo, entretanto, se o ser humano fosse apenas máquina biológica, a compreensão da sexualidade obter-se-ia pela análise biológica do seu funcionamento. Mas o ser humano é mais que genética, ele integra valores, cultura, consciência. E o que é específico do ser humano é a possibilidade que ele tem de compreender-se a si próprio e refletir sobre o sentido e o valor da sua ação. O uso reflexivo da inteligência o faz humano.
O desafio está em encontrar um equilíbrio entre a força pulsional e o sentido consciente e interpessoal da sexualidade.
Erotismo
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Tratar de sexualidade sem mencionar erotismoseria um empobrecimento. O erotismo é seguramente a dimensão humana da sexualidade. Hoje há entre os estudiosos do assunto uma compreensão mais positiva do erotismo. O campo do “erótico” se despe do obsceno e do pornográfico, e aparece como a carga de atração afetiva que surge da “linguagem” dos corpos .Há “eros” em um caminhar de mãos dadas, em um jantar a velas, no roçar dos pés entrelaçados debaixo dos lençóis... 
O erotismo eleva a pulsão ao nível de valor moral pois cultiva o dom de si para permitir o desejo e o prazer do parceiro. Ele oferece à sexualidade sua dimensão subjetiva e relacional. Ele é feito de atenção, de escuta e de ternura... O erotismo possibilita ao sujeito expressar sua subjetividade. E só o ser humano é capaz disto.
Pulsão sexual e maturidade psicológica
É do conhecimento de todos que a força da pulsão sexual não se deixa tão facilmente apaziguar, sobretudo nos jovens. Na adolescência os hormônios borbulham. Uma espécie de luta instaura-se entre a sexualidade humanizada e socialmente aceita e o vigor da força pulsional, a qual resiste à tranquilidade da reflexão e à norma social. Além disso, é preciso que se tenha sempre em mente que na espécie humana, a sexualidade genital precede a maturidade psicológica. A maturidade da relação afetiva surge com a capacidade de entrar numa relação que respeite o parceiro sexual como pessoa.
Para tanto, o outro não pode limitar-se a ser o objeto da “minha” pulsão, sob pena de ele tornar-se um meio com o fim de me satisfazer.
A união sexual descortina então o seu primeiro sentido autenticamente humano: enquanto união ela é união recíproca, isto é, união com um outro ser humano mediante a linguagem dos corpos; numa palavra, ela é “comunhão” de vida entre dois corpos que possuem um rosto, entre duas pessoas percebidas em sua totalidade, respeitadas em sua singularidade.

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Ao investir em estratégias e dinâmicas que favorecem o crescimento e amadurecimento emocionais, está-se investindo na humanização e na vivência prazerosa e saudável da sexualidade, já que esta afeta todos os gestos e marca todos os nossos comportamentos.
A maioria das dificuldades sexuais, individuais ou de casal, são sustentadas pela ausência de educação. Definitivamente, a “palavra” é indispensável na educação sexual, ela é que vai permitir a expressão das interrogações legítimas, a liberdade de pensar e dizer, o respeito aos valores pessoais. A palavra é uma excelente moeda de troca na relação a dois e nos grupos de conversa. Infelizmente, há muita falta de linguagem para expressar sentimentos relativos à sexualidade. Fácil é falar da sexualidade dos outros, fácil usar a gíria, a anedota. Desenvolver linguagem adequada, eis o desafio.


Papa afirma que crescimento da desigualdade e da pobreza coloca em perigo a democracia
O Papa Francisco recebeu os participantes da assembleia plenária do Pontifício Conselho Justiça e Paz. Refletindo sobre os aspectos do sistema econômico atual, o Papa bateu o pé na exploração do desequilíbrio internacional dos salários dos trabalhadores, que afeta milhões de pessoas que vivem com menos de dois dólares por dia.
''Pleiteia-se aqui - disse - o problema de criar mecanismos de tutela dos direitos trabalhistas e do meio ambiente, frente a uma ideologia consumista, que não se sente responsável nem pelas cidades nem pela natureza. Por outra parte, o crescimento da desigualdade e da pobreza coloca em perigo a democracia inclusiva e participativa, que sempre pressupõe uma economia e um mercado que não exclua e que seja justo''.
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''Trata-se, pois, de superar as causas estruturais da desigualdade e da pobreza'', continuou, recordando que em sua exortação apostólica Evangelii gaudium assinalou três instrumentos básicos para a inclusão social dos mais necessitados, como a educação, o acesso à atenção sanitária e o trabalho para todos.
''Em outras palavras – explicou – o Estado de direito social não deve ser desmantelado, em particular o direito fundamental ao trabalho. Isso não pode ser considerado como uma variável dependente dos mercados financeiros e monetários. É um bem fundamental por quanto se refere à dignidade, à formação de uma família, à realização do bem comum e da paz.
A educação e o emprego, o acesso ao bem estar para todos são elementos chave para o desenvolvimento a justa distribuição dos bens, tanto para alcançar a justiça social, como para pertencer à sociedade e para participar livre e responsavelmente da vida política, entendida como a gestão da
''res publica''. As ideias que pretendem aumentar a rentabilidade às custas da restrição do mercado de trabalho, que criam novos excluídos, não são conformes com   uma   economia a serviço da humanidade e do bem comum, nem com uma democracia inclusiva e participativa''.
Regressando à encíclica ''Caritas in veritate'', o Papa recordou: ''Um amor cheio de verdade é, efetivamente, a base sobre a   qual construir a paz, hoje tão desejada e tão necessária para o bem de   todos. Permite superar fanatismos perigosos, conflitos pela posse dos recursos, migrações de proporções bíblicas, as pragas perduráveis da fome e da pobreza, o tráfico de pessoas, a injustiça e as desigualdades sociais e econômicas, e o desequilíbrio no acesso aos bens coletivos''. A Igreja – finalizou – está sempre a caminho, em busca de novas formas de anunciar o Evangelho também no âmbito social''.


O Brasil é o 6º país em mortes de jovens no mundo. Aqui eles são mortos pela polícia, por balas "perdidas”, pela guerra entre traficantes e por acidentes de moto ou carro. O dado é da UNICEF.
Mortes precoces
Adital

Em números absolutos, o Brasil teve, em 2012, mais de 11 mil homicídios de pessoas entre 0 e 19 anos de idade, atrás apenas da Nigéria, que teve 13 mil. Aqui ocorrem 17 assassinatos em cada 100 mil jovens. E 10% das meninas com menos de 19 anos já fizeram sexo forçado. Em geral, a pedofilia ocorre no próprio âmbito familiar.
A UNICEF pesquisou 190 países. À frente do Brasil em assassinatos de jovens estão El Salvador (27/100 mil), Guatemala (22), Venezuela (20), Haiti (19) e Lesoto (18).
Jovens negros sofrem o risco três vezes maior de serem assassinados que brancos da mesma faixa etária. Nossa polícia, com raras exceções, não é treinada para agir sem preconceito racial e com respeito à cidadania dos mais jovens.
Segundo o UNICEF, a violência cresceu "dramaticamente” nas grandes cidades brasileiras nos últimos anos. Isso se deve à desigualdade social, ao acesso facilitado às armas de fogo, ao alto consumo de drogas e ao crescimento da população jovem.
"O homicídio é a primeira causa de morte entre homens de 10 a 19 anos no Brasil, no Panamá, na Venezuela, na Guatemala, na Colômbia, em El Salvador e Trinidad y Tobago”, afirma o relatório.
Em 1/5 dos assassinatos no mundo as vítimas têm menos de 20 anos. Em 2012, essas vítimas precoces somaram 95 mil!
Uma em cada 10 meninas em todo o mundo já sofreu algum tipo de ato sexual forçado. Os abusos costumam ser praticados por pais e parentes. E 6, em cada 10 crianças entre 2 e 14 anos, são regularmente agredidas por seus pais. Estes ignoram que criança surrada tende a ser adulto revoltado, capaz inclusive de crimes hediondos. Entre cada dez adultos, três acreditam que castigos físicos são necessários para criar os filhos. Em 58 países, 17% dos menores sofrem "graves formas de castigos físicos”, índice que sobe para 40% em países como Egito e Iêmen.
http://www.adital.com.br/arquivos2/2014/09/2014_09_betto-mortes_precoces.jpg
É urgente os governos adotarem políticas em relação à violência infantil, que não é normal nem tolerável. Em junho, a presidente Dilma Rousseff sancionou o projeto que criou a Lei da Palmada, para punir adultos que submetam menores a castigos que resultem em sofrimento físico. A lei determina que as crianças sejam educadas sem castigos físicos ou "tratamento cruel ou degradante como forma de correção ou educação.”
O relatório do UNICEF, de 206 páginas, indica que cerca de 120 milhões de meninas e adolescentes de menos de 20 anos (ou uma em cada dez) já sofreram violência sexual.
Metade das jovens entre 15 e 19 anos consideram justificável que o marido bata na mulher "em determinadas circunstâncias”. A proporção chega a 80% em países como Afeganistão, Jordânia e Timor Leste. A violência doméstica é encoberta pelo medo das vítimas de denunciarem o agressor, o que agrava o problema.
Quem bate não ama. Quem abusa é tarado. Quem mata merece cadeia.
[Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto – autobiografia infantil” (Ática), entre outros livros.http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.]







Selma Amorim
Art in Natura
Vitral de acrílico com aplicação de ágatas, lápis lazuli, cristais, opalas azuis.
Vidro 520 x 50 cm
Jamais estamos desamparados
Jorge Leão
Professor de Filosofia, MFC - São Luiz - MA
Jamais estamos desamparados...
a luz divina acompanha nossos passos.

O amor é a força que nos move no mundo.
A maravilha da vida é o recomeço...

O céu surge em um dia repleto de oportunidades.
Um abraço, uma palavra abençoada...

Um gesto de paz.
As mãos estendidas para o serviço...

Esta irmandade espiritual que une tudo ao Todo.
Dedicada ao acesso benfazejo do toque sincero...

Mãos dadas, pés em marcha.
Por caminhos nunca antes trilhados.

A força interior...
a chama infinita do Bem.



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