“Um dia, Jesus estava orando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos’. Ele respondeu: ‘Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome...’” (Lc 11,1-2).
Quando a equipe do Clube da Evangelização pediu que eu escrevesse sobre o poder da oração, lembrei-me desta passagem do Evangelho, pois ela nos ensina algo muito importante sobre a oração e o poder que ela traz em si.
Quando se fala em “poder” da oração, imediatamente pensamos naquela que realiza todos os nossos desejos, cura todas as nossas enfermidades e nos liberta de todo e qualquer mal. Imaginamos a oração como uma fórmula infalível para nunca mais passarmos por quaisquer tribulações e adversidades. Então, por que ficamos sem palavras diante daquela pessoa orante e piedosa que sofre tanto em sua vida? Será que Deus a desamparou?
Não, meus irmãos! Deus jamais abandona um filho Seu. E a razão disso é que Ele é Pai. Um amoroso Pai! O nosso Pai. Foi isso que Jesus revelou àquele discípulo ante o seu sincero pedido:“Senhor, ensina-nos a orar”. A grande lição do Mestre referente à oração foi nos mostrar que ela consiste num diálogo paterno. Jesus nos indica que oração é intimidade, é relacionamento com o Senhor.
Num tempo em que se busca combater a solidão da alma com relacionamentos virtuais, provisórios e, muitas vezes, fúteis; num tempo em que cada vez mais se evita ter aquela conversa “olhos nos olhos” dentro do sagrado território familiar; que os cônjuges, os pais e os filhos não encontram mais espaço para partilhar os tesouros e as angústias da própria alma, Cristo vem nos lembrar: “O nosso Pai nos quer junto de Si. Venham dialogar com Ele!”. A oração é, portanto, esse maravilhoso relacionamento de um filho que sabe não ser órfão nessa vida. Afinal, ele tem um Pai que o ama!
Assim, sempre que oramos, tocamos nesse poder que nos impulsiona cada vez mais à frente. Não caminhemos amedrontados! Muito pelo contrário, lancemo-nos com confiança rumo à meta (o Céu!), segurando na mão d’Aquele que nos chama de filhos amados.
Fazendo em cada oração essa linda experiência de relacionar-se com o Pai, descobre-se o eficaz antídoto para a solidão, para a tristeza e para aquela terrível dor que insiste em assolar nossa alma. Eis aí a importância do combate na oração, porque o mal quer, a todo custo, nos levar a acreditar que somos órfãos de Deus.
Penso que o grande poder da oração está em nos assegurar, aconteça o que acontecer na vida, essa verdade irrefutável: quem ora jamais está sozinho. E quem caminha nessa certeza vive mais feliz!
Faça a experiência de tocar no verdadeiro poder que existe nesse diálogo com Deus: amor, perdão, cura, fortaleza, filiação. É nessa íntima relação com o Pai, por meio da oração, que vamos sendo restaurados e lapidados como um precioso diamante, pois somos todos valiosos para Deus!
Termino esse artigo com um maravilhoso ensinamento que li no primeiro livro cristão que ganhei de presente, logo no início da minha caminhada com o Senhor, há mais de 25 anos. O livro chama-se "Cristo Minha Vida”, da autoria de Clarence J. Enzler. Nele, há um capítulo no qual Jesus nos fala a respeito da oração. Compartilho com você esse pequeno trecho, na esperança de que ele o faça cada vez mais fiel em sua oração diária no concreto da vida, para que seu ânimo, assim, jamais desfaleça: “Jamais deixes passar o dia sem rezar, vocal ou mentalmente. Fala comigo, com a certeza de que estou em tua alma, vendo-te, ouvindo-te, conhecendo-te, compreendendo-te. Fala comigo como teu maior amigo” (II Parte, Capítulo VII).
Alexandre Oliveira
Membro da Comunidade Canção Nova
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