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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Como lido com as opiniões a meu respeito?


A habilidade de conhecer-se é importante

Quando você ouve as pessoas falarem sobre você, qual sua primeira reação? Quais os sentimentos que surgem em você quando recebe uma crítica, por exemplo?

Ao falar sobre autoestima positiva, ressaltamos como é importante reconhecer em nós nossas qualidades e pontos fracos, saber bem quem somos para que, ao ouvir um comentário a nosso respeito, possamos, de fato, amadurecer sobre as situações ocorridas.

Ao ouvir uma crítica a nosso respeito, vale muito a pena pensar: “O que está envolvido naquela crítica?”, “Existe alguma verdade naquilo?”. Claro que existem pessoas que são especialistas em apenas criticar e, muitas vezes, não estão bem consigo, então disparam comentários a todo momento.


Se falam de mim, posso pensar: “Existe algum aprendizado nisso?”. Falo isso especialmente quando um comentário nos irrita, quando nos tira a paz. Certamente, você já viveu essa situação. Por isso a habilidade de conhecer-se é tão importante. Quanto mais entendemos nossas reações, melhor podemos lidar com elas quando passamos por esta situação.

Muitas vezes, em nossa vida somos criticados desde pequenos. Quando isso ocorre, já temos uma certa sensibilidade ou ainda nos tornamos muito inseguros; qualquer coisa que se diga a nosso respeito, já é motivo para um mal estar e até mesmo uma dificuldade de questionar os motivos daquela crítica.


A força do diálogo e a coragem de perguntar nos aproxima do outro e, com isso, propicia uma melhor compreensão das situações que para nós são motivos de insegurança. Imagina se você se sente mal com algo em sua aparência, no modo de falar ou de cuidar dos filhos, por exemplo, e você é alertado por alguém que conheça? Poxa, isso pode lhe dar uma imensa dor de cabeça e preocupação!

Por um momento, deixe o sentimento de lado e observe o conteúdo do que lhe foi dito; a partir daí, entender os motivos será um pouco mais fácil.

Ao formar os filhos é também um ato de amor e cuidado ensiná-los a enfrentar as diferenças, lidar com os amigos e com aqueles que podem não gostar deles, e claro, com as críticas. Às vezes, como pais, protege-se tanto o filho que não se admite que sejam apontados, comentados, enfim, evita-se, isola-se, estimula-se a competição e não se prepara a criança para lidar com o mundo real.

Quando nos abrimos a ouvir o que o outro fala a nosso respeito, ganhamos a oportunidade de estarmos olhando para nossa vida, excluindo os fatos irreais, mas tendo a grande chance de fazer diferente.

Elaine Ribeiro
Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova

Correio INFA 71

infa logoFamília modesta 1família pobre 3 corFamília antiga 2casal-de-idosos1
instituto da família  -  fundado em 1971 pelo movimento familiar cristão – mfc rio de janeiro    
correio infa # 71 – 29 setembro  2013 - www.infa.org.br


Impossível “construir” a paz sem agir. Tornou-se rotina usarmos discursos, cantos e orações para pedir a paz e, pronto, temos a consciência tranquila. Se nossa solidariedade e discursos não se tornarem ativos, perderemos o direito de cantar na Igreja: “Vinde povos da terra, para juntos a paz celebrar. Não queremos o ódio e a guerra, mas a Paz, a Justiça cantar”. Se não agirmos, continuaremos surdos aos apelos do Sermão da Montanha, porque “a fé sem as obras é morta” (Tg 2,17).


A família e a construção da paz
“Felizes os que promovem a paz! Serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).

Deonira L. Viganó La Rosa
Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia

Como agir? De mil maneiras: construindo relações cotidianas pacíficas, convivendo com os oprimidos, sendo mediadores entre eles e as classes mais ricas e participando de permanentes ações políticas. Comece com o que está mais próximo de você.


Jogue fora a arma da culpa

Quanto mais você se sente culpado - por sentir o que sente, por não responder às suas próprias exigências, por incomodar, por ser quem é, por existir - mais você tem necessidade de culpar o outro. A culpa sempre foi a grande arma de todo tipo de opressões e esta arma cortante funciona a todo o vapor na dinâmica do casal e da família.


Reforce sim, a responsabilidade por seus atos, mas, livre-se da arma da culpa que talvez você carregue engatilhada desde criança. E, creia, ela lhe tira a paz interior.

Desfaça-se da arma do medo


Medo da diferença, medo do outro. “Não temais”, repetiu muitas vezes Jesus. Você precisa libertar-se deste medo que alimenta no mais profundo de si mesmo. Quanto maior o seu medo, mais você outorga a si o direito à crueldade. Tudo o que você tem medo de expressar vai se reforçando subterraneamente e pode jorrar de forma brutal, nas horas mais inoportunas e sobre as pessoas a quem você menos gostaria de magoar. O medo não convive com a paz. O perfeito amor exclui o temor.

Desarme-se também em relação aos que, com honestidade, praticam religião diferente da sua. Ouvi, há pouco tempo, uma senhora de um grupo de Igreja afirmando que empreenderia qualquer esforço para acabar com o namoro de sua filha, porque o rapaz era de religião diferente da sua.
Armas no chão, flores nas mãos, senhora! Há mais de um caminho para Deus. Quem disse que o seu é o melhor?

Aposente as armas da dominação autoritária e escravizante

Os casais se separam cada vez mais, num confronto permanente. Ninguém até agora parece saber como entrar na paz interior e exterior. Está sendo difícil passar da dominação para a cooperação. Esta passagem exige esforço consciente.

Parece anedota, mas nesta época pós-movimento feminista, ainda morre diariamente, no Brasil e no mundo, um alto número de mulheres, assassinadas pelos maridos, em absurdos conflitos familiares. É grande o número de menores estuprados por pais, padrastos, parentes ou vizinhos.

Hoje, a maior parte da humanidade está mergulhada no processo de busca da sobrevivência e as relações são permeadas de competição, de dominação, de luta. O planeta Terra vive em guerra aberta e encoberta, em guerra armada, em guerra econômica, psicológica e mesmo amorosa.

A humanidade busca diuturnamente uma passagem para o nível do coração. Esta passagem é, por sua vez, de nível coletivo e individual. Estamos todos preocupados, estamos todos em dificuldade para efetuar esta passagem, e nós temos necessidade de nos fortalecer para momentos difíceis. E nos fortaleceremos se nos envolvermos em ações construtoras da paz, sendo mansos na forma
de tratar a todos, dentro e fora de casa, e envolvendo-nos até o pescoço na luta por uma sociedade mais justa, pois a paz é fruto da justiça (Is 32, 17).

Desconfie de quem isola a paz familiar da paz social

Não pretenda dar vida à sua família, como se ela tivesse realidade por si só, com independência das estruturas sociais e das interações família-sociedade. Querer construir uma família melhor, sem ter em conta as condições sócio-econômico-culturais, é uma ficção. É alienação. O desconhecimento das interações entre a instituição familiar e a instituição social tem como resultado a redução de certas problemáticas a dados ilusórios. Procure ler, envolver-se, participar. O individual, o comunitário e o social são interdependentes e se co-produzem. Neste âmbito, construiremos a paz.


Papa Francisco ensina
“Amor pelo povo e humildade, virtudes necessárias para quem governa”

“Não se pode governar sem amor ao povo e sem humildade! E cada homem e mulher que toma posse de um serviço de governo deve colocar-se esta questão: Eu amo o meu povo para servi-lo melhor? Sou humilde e ouço todos, as diferentes opiniões, para escolher o melhor caminho? Se não se fazem estas questões o seu governo não será bom. O governante, homem ou mulher, que ama o seu povo é um homem ou uma mulher humilde.

“Nenhum de nós pode dizer: Mas eu não me meto nisto, eles que governem. Não, não, eu sou responsável pelo governo deles e devo fazer o melhor para que governem bem e devo participar na política como puder. A política – diz a Doutrina Social da Igreja – é uma das formas mais altas da caridade, porque serve o bem comum. Eu não posso lavar as mãos, eh! Todos devemos fazer alguma coisa.

Um bom católico mistura-se na política, oferecendo o melhor de si mesmo, para que o governante possa governar. Mas qual é a coisa melhor que nós podemos oferecer aos governantes? A oração! É aquilo que Paulo diz: Oração para todos os homens e para o rei e por todos aqueles que estão no poder. Mas, Padre, aquela pessoa é má, deve ir para o inferno. Reza por ele, reza por ela, para que possa governar bem, para que ame o seu povo, para que sirva o seu povo, para que seja humilde. Um cristão que não reza pelos seus governantes, não é um bom cristão! Mas, Padre, como vou rezar por este? Esta é pessoa que não está bem... Reza para que se converta! Rezar! E isto não o digo eu. Quem o diz é S. Paulo, a Palavra de Deus.


A sabedoria de Platão

*      Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
*      A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro.
*      Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo.
*      Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado.
*      Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.
*      De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.
*      Todo homem é poeta quando está apaixonado.
*      O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê.
*      Calarei os maldizentes continuando a viver bem; eis o melhor uso que podemos fazer da maledicência.
*      Muitos odeiam a tirania apenas para que possam estabelecer a sua.

domingo, 29 de setembro de 2013

MFC promove reunião com participantes do 16° Encontro de Corações


O Movimento Familiar Cristão (MFC) de Curitiba promoveu ontem (28) a primeira reunião com os participantes do 16° Encontro de Corações (realizado nos dias 6, 7 e 8 de setembro), na residencia do casal Eduardo e Ismari. Estiveram presentes na atividade realizada sete casais de encontristas, que puderam conhecer um pouco mais sobre o MFC Curitiba.

Além dos participantes do 16° Encontro de Corações, estiveram presentes os Coordenadores do mesmo, João Carlos e Maristela; dos Coordenadores MFC Curitiba, Helcio/Lenis e Paulo Cézar/Bernadete; dos assessores da ECCI, Osmar/Noeliza, e da equipe de nucleação, representada pelos casais Josevam/Rozely, Antonio Carlos/Angela e Eduardo e Ismari).

Esperamos que em breve estes casais possam estar reunidos como uma nova equipe base do MFC Curitiba, ou participem de um dos grupos já existentes, fortalecendo ainda mais a família mefecista.




LITURGIA DO 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 29/09/2013



  
 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM
  
É dia da bíblia. A palavra de Deus nos dirige forte apelo à conversão, o convite a passar da avareza para a partilha e do egoísmo para a solidariedade. O Espírito do Senhor abra-nos os olhos e os ouvidos para ver a realidade e escutar o clamor dos Lázaros sofredores, que pedem alguma migalha para saciar a fome.

PRIMEIRA LEITURA (Am 6,1a.4-7)

Leitura da Profecia de Amós:
Assim diz o Senhor todo-poderoso: 1aAi dos que vivem despreocupadamente  em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! 4Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros  do rebanho e novilhos do seu gado; 5os que cantam ao som das harpas, ou, como Davi, dedilham instrumentos  musicais; 6os que bebem vinho em taças, e se perfumam com os mais finos unguentos e não se preocupam com a ruína de José.7Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

RESPONSÓRIO (Sl 145)

— Bendize, minha alma, e louva o Senhor.

— O Senhor é fiel para sempre,/ faz justiça aos que são oprimidos;/ ele dá alimento aos famintos,/ é o Senhor quem liberta os cativos.

— O Senhor abre os olhos aos cegos,/ o Senhor faz erguer-se o caído;/ o Senhor ama aquele que é justo./ É o Senhor quem protege o estrangeiro.

— Ele ampara a viúva e o órfão,/ mas confunde o caminho dos maus./ O Senhor reinará para sempre!/ Ó Sião, o teu Deus reinará!

SEGUNDA LEITURA (1Tm 6,11-16)

Leitura da Primeira Carta de São Paulo apóstolo a Timóteo:
11Tu, que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. 12Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas.

13Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: 14guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo.

15Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

EVANGELHO (Lc 16,19-31)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: “19Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias.

20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico.

E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas.

22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado.

23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado.

24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim!

Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’.

25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.

27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’.

29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’

30O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’.

31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

REFLEXÃO
Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista

A PALAVRA QUE DÁ VIDA
Deus nos presenteou com muitas maravilhas tanto na ordem da natureza e como da graça. Sempre quer o bem, o conforto, o bem estar, a alegria e o prazer de todos. O profeta Amós, era um homem do campo. Tinha posses, mas, mais que terra e bens, tinha a Palavra de Deus. Não profetizava para ganhar comida. Havia profetas que falavam para agradar quem os agradava. Sua palavra era firme. Não critica o bem estar, mas o estar mal no bem estar. Os ricos viviam gostosamente, sem se preocuparem com a ruína do povo (Am 6,1.4-7). É a mesma situação que Jesus apresentou com parábola do rico e o pobre Lázaro. Este queria matar sua fome com o que caia da mesa do ricaço. A Palavra de Deus que dá Vida instrui sobre a Vida eterna que se edifica com a fé vivida na fraternidade. O profeta disse que esses gozadores da vida vão sofrer o castigo quando houver a invasão dos inimigos. Se tivessem se preocupado com o povo, sua sorte poderia ser diferente. Jesus disse o mesmo sobre rico. Lázaro foi para o Céu e o rico foi enterrado nos tormentos. A vida só tem uma oportunidade. Então começou o diálogo do homem com Abraão. Há uma separação entre o Céu e o Inferno. O homem então pediu que Lázaro fosse avisar a família para que mudassem de vida. Abraão respondeu: “Eles têm Moisés e os Profetas. Que os escutem” (Lc 16,29). O homem apelou para a aparição de um defunto para dar um susto neles. Nem isso resolve. O que resolve é ouvir e praticar a Palavra de Deus que dá vida. Somente a mudança do coração que aceita a Palavra converte. Aproveitemos a vida, pois é uma só, para viver a Vida que dura para sempre em Deus.

GUARDA ÍNTEGRA A FÉ!
Nesse quadro se pode entender a insistência de Paulo a Timóteo apresentando os elementos fundamentais para uma digna vida cristã: “Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna!” Não é algo puramente intelectual, mas é uma fé que é uma batalha para “fugir das coisas perversas, procurar a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza e a mansidão” (1 Tm 6,11). Fé tem que acontecer no dia a dia. Os “gozadores da vida”, como dizia o profeta Amós, erram não por ter, mas por não olhar ao lado e ver os que não têm e estão sofrendo. Devem lembrar-se que, para chegar a uma tão boa situação, houve muita gente que trabalhou muito por ele. E nem sempre foram pagos condignamente. O Salmo reza: “Do Senhor é a terra e o que ela encerra” (Sl 23,1). Ninguém é dono do mundo sozinho. A meta é caminhara “buscando os bens que a nós reservados” (Oração).

MILAGRES SEM FÉ
O grande milagre da conversão só pode acontecer se for pela Palavra de Deus: “Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas”, isto é, a Palavra de Deus, “eles não acreditarão mesmo que alguém ressuscite dos mortos”.  Não existe conversão por medo. S. Afonso afirma que uma conversão só acontece quando é fundada no amor. Milagres podem acontecer, mas, se não for pela fé na Palavra, não muda a vida. Por isso é que muitos procuram uma religiosidade sentimental, puramente devocional sem compromisso nem mudar o coração. Os fariseus tinham essa atitude de exterioridade. Deus cuida dos necessitados através de nós. A Igreja recebeu a missão de conservar a doutrina, mas antes cuidou para que o amor de Deus chegasse a todos. A Eucaristia é o momento de ouvir a Palavra para a conversão. Onde há sofrimento do povo, a missa não está bem celebrada.

ORAÇÃO
                             
Ó Deus, que mostrais vosso poder, sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais.  Amém!
  

sábado, 28 de setembro de 2013

CORREIO MFC BRASIL Nº 338


É certamente uma das mais excitantes boas notícias destes seis meses de novo pontificado o fato de o Papa receber pessoalmente o teólogo peruano Gustavo Gutierrez, mais conhecido como o pai fundador da Teologia da Libertação.


Francisco e Gustavo: nova aurora para a teologia




 Maria Clara Lucchetti Bingemer
  Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio   

http://www.greatthoughtstreasury.com/sites/default/files/gustavo-gutierrez-cuadrada-380x380%5b1%5d.jpgAntes disso, já o prefeito da Congregação para a doutrina da fé, Gerhard Müller, havia deixado bem patente sua amizade com Gutierrez: uma foto dos dois no lançamento de um livro de Müller correu o mundo.

Müller foi aluno e é amigo do pensador peruano desde que, ainda muito jovem, foi a Lima para estar entre os pobres. Já se pressentia que ventos melhores iriam soprar para essa teologia nascida na esteira do Concílio, no coração da Pátria Grande latino-americana e que ultimamente conhecera várias agruras e tempos sombrios.

Já a Conferência de Medellín, em 1968, havia dito que se a Igreja do continente sentia a necessidade imperiosa de realizar mudança de alianças, unindo inseparavelmente evangelização e prática da justiça, e privilegiando os pobres como parceiros primordiais isso implicaria necessariamente em uma nova teologia. E essa teologia deveria partir do chão da realidade atravessada pela injustiça e pela opressão, a fim de elaborar conteúdos que pudessem contribuir para uma transformação da mesma realidade.

Sobre aquele acontecimento disse agora Gustavo Gutierrez: “O problema que enfrentávamos não é sobre como falar de Deus em um mundo adulto, mas como anunciar Deus como um pai amoroso e justo em um mundo desumano e injusto”.

Na verdade, não se trata de algo novo. Chamar a atenção para a fato de aqueles que são desprovidos das benesses da sociedade e excluídos pelo progresso e pelas elites serem os filhos mais queridos de Deus justamente porque mais necessitados não foi inventado pela Teologia da Libertação. Remonta, na verdade, a Jesus de Nazaré que, fiel ao Deus de Abraão, Isaac e Jacó, por ele chamado amorosamente de Pai, voltava-se com especial atenção e desvelo para as categorias de pessoas mais desprezadas da sociedade: o órfã o, a viúva, o pobre, o estrangeiro.

A TdL procura fazer o mesmo. Experimentar um encontro profundo com o Senhor no rosto do pobre. Por-se à escuta dos que não têm voz para ouvir e responder a seus desejos mais profundos e autênticos. Colocar-se a serviço de sua libertação, denunciando quem afirma que a pobreza e exclusão são vontade de Deus e não fruto podre do pecado humano, pessoal e estrutural.

A TdL ganhou corpo e força nos anos 1970 e 1980. Apesar de muito combatida mesmo por segmentos importantes da Igreja, não abriu mão de seus princípios norteadores e permaneceu firme na fidelidade a seus propósitos. Ganhou credibilidade e confiança, e quando indagavam se pretendia formar uma Igreja paralela, sempre reafirmou sua convicção de ser uma teologia eclesial, elaborada dentro da Igreja e não apenas na academia ou nas tribunas sociais de todos os tipos. Apesar de inspirar e reforçar compromissos políticos, seu referencial era a Igreja e nenhuma outra instância. Dentro dessa Igreja produziu, deu abundantes frutos, revitalizou todo o pensar teológico, dando-lhe nova perspectiva.

Talvez por isso mesmo tenha sido tão doloroso para esta teologia e seus representantes haverem sido pouco compreendidos por certos setores eclesiais e até mesmo marginalizados por boa parte deles. Homens como Gustavo Gutierrez e outros de igual quilate foram olhados com suspeita e desconfiança, sendo seu trabalho mal entendido e mal avaliado.

É belo ver agora a reinclusão desta teologia dentro do conjunto do pensamento da Igreja que sempre amou e a quem sempre quis fielmente servir. O encontro do Papa com Gustavo Gutierrez é um sinal poderoso de que novos tempos começam não só para essa teologia, mas para todo o pensar teológico. Pois se é verdade que a teologia é uma reflexão que só pode ser feita dentro da comunidade eclesial, como fazê-la sem liberdade? Como levá-la adiante em um ambiente de suspeita e desconfiança, sem a liberdade característica do Espírito do Senhor que sopra como o vento e renova a face da terra?

A boa notícia do encontro entre o Papa e o teólogo enche os corações de esperança. Para todos nós que entregamos a vida a serviço da teologia entendida como vocação e missão, o ar puro penetra nos pulmões e nos diz que a esperança não decepciona.

A teóloga é autora de “Crônicas de cá e de lá” (editora Subiaco), que pode ser encomendado diretamente à escritora pelo e-mail – agape@puc-rio.br – R$ 20,00
Copyright 2013 – MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização da autora.


FÉ E POLÍTICA

A repercussão que o processo do mensalão tem tido e as paixões que ele suscitou constituem uma oportunidade para que reflitamos: onde estamos, neste momento, em termos de cristianismo? Pois, ao assistir à TV ou consultar a internet, a impressão é que estamos em plena ideologia do ‘bode expiatório’, maneira de pensar que remonta às origens da humanidade, nunca contestada antes do aparecimento de Jesus de Nazaré no palco da história.


O bode expiatório


Eduardo Hoornaert
Teólogo, escritor

Milenarmente, as mais diversas culturas cultivam ‘ritos de purificação’ onde vítimas são sacrificadas para o bem da tribo, do povo ou da nação.


Durante milênios, a vitimação é considerada normal, inevitável para a boa organização da sociedade. As próprias vítimas (escravos e trabalhadores no império romano, por exemplo) nem tinham consciência de serem vítimas e achavam que sua situação era ‘um dado da natureza’ (assim pensa, por exemplo, Aristóteles). Para remediar um sentimento de mal-estar na sociedade por causa de crimes ou guerras, as civilizações, durante milênios, organizam diversas formas de ‘expiação (ritual) dos pecados’, com a finalidade de se purificarem. A ideia é: respirar de novo o ar puro da inocência e colocar tudo nos eixos, sacrificando uma vítima.

Eis o sentido da ‘festa da expiação’ (Yom Kippur) no judaísmo antigo. No alto do templo, o sumo sacerdote empurra um bode penhasco abaixo, proclamando em seguida que Israel está de novo puro e imaculado diante de Ihwh. Os antigos astecas, no México, praticavam com regularidade sacrifícios humanos sangrentos no alto de suas pirâmides com a mesma finalidade.

http://rondoniaempauta.com.br/nl/wp-content/uploads/2013/08/bode.expiatorio.jpg
O sumo sacerdote Caifás, no sinédrio, dá o voto de Minerva a favor da condenação de Jesus, dizendo: ‘um tem de morrer pelo povo’. Algo similar está acontecendo hoje entre nós. Há quem pense que o Brasil vai ficar melhor, mais puro, menos corrupto, após a condenação de José Dirceu ou José Genoíno. Há um sentimento de redenção e muitos vislumbram finalmente uma luz no fim do túnel da impunidade. Marcharemos resolutos para a constituição de um país finalmente honesto, sob a batuta de Joaquim Barbosa.

Os cristãos que pensam assim esquecem que Jesus interrompe categoricamente esse modo de pensar e, com isso, inaugura um novo tempo para a humanidade. Ele não morre na qualidade de vítima inocente. Morre em consequência de uma postura assumida contra os abusos cometidos pelas autoridades de seu país, tanto judaicas como romanas. Jesus sente compaixão pelo povo comum, que não tem consciência da exploração impiedosa que sofre por meio de leis consideradas santas (o código levítico, a torá), mas que na realidade beneficiam os ‘puros’ (sacerdotes) e condenam os ‘impuros’.

Em contrapartida à lei, ele divulga nas aldeias da Galileia, com muita autoridade, um programa totalmente novo: é preciso abrir a casa ao visitante incômodo no meio da noite; perdoar as dívidas e erros do vizinho (não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes); não cobiçar a mulher do vizinho nem seu animal de carga; não ter inveja de ninguém (pois a inveja destrói os laços de fraternidade); não delatar o vizinho; frequentar as reuniões da comunidade onde se ensina a lei de Moisés sem as deturpações divulgadas pelos sacerdotes de Jerusalém; ver em qualquer pessoa um irmão, uma irmã. Esse programa, fácil de ser enunciado, é difícil de ser executado, pois está em oposição diametral com comportamentos desde muito enraizados nas pessoas.


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O programa de Jesus mostra que uma sociedade pode sobreviver sem postular sacrifícios nem produzir vítimas. Há uma diferença, nos evangelhos entre culpados (pecadores, como os publicanos, por exemplo) e vítimas da execração. José Dirceu e José Genoíno, sem dúvida, são culpados e devem ser punidos por causa dos erros que cometeram, mas isso não significa que devam ser entregues à sanha violenta da vingatividade e da crueldade humana, seus nomes não devem ser arrastados como se eles fossem ‘demoníacos’. Eis um ponto em que nossa sociedade se mostra profundamente pagã e ainda não captou a real novidade do evangelho.

Os cristãos se comprometem a seguir o programa que Jesus divulgou nas aldeias da Galileia, uma experiência real e histórica, que até hoje orienta o cristianismo. A genialidade de Jesus não só consiste na lucidez em detectar o mecanismo sacrifical, mas também na coragem de desativá-lo nas aldeias da Galileia. Essa experiência-modelo implica em nunca jogar a culpa no outro, e é isso que abre uma nova perspectiva para a humanidade e inaugura um tempo de fraternidade universal e amor incondicional ao próximo. Seria ingenuidade pensar que a mensagem de Jesus tenha sido imediatamente compreendida por todos, pois na mente das pessoas os antigos modos de pensar e reagir, assim como o costume de sempre jogar a culpa nos outros e gostar de ver sua derrota, de pisar em cima de ‘culpados’ ou de ter inveja, têm caráter ancestral, são sedimentações mentais transmitidas de geração em geração por pessoas que, embora se digam cristãos, não entendem o cristianismo.

Seria ingenuidade pensar que o Brasil, por ser o maior país católico do mundo, tenha compreendido o evangelho em seu âmago. Os dias que atravessamos mostram o contrário (pelo menos nas áreas que se comunicam por TV ou internet). As reações diante dos ‘mensaleiros’ comprovam que mesmo alguns que se declaram cristãos da esquerda podem cair na armadilha do mecanismo ‘bode expiatório’, ainda persistente nas mentes. A penetração da mensagem evangélica é um processo lento e difícil, pois exige capacidade de se converter (repensar), rever atitudes tomadas, praticar autoanálise e reconhecer que ‘pecadores’ somos nós, na medida em que somos omissos.

Estamos aqui diante do cerne do evangelho, pois a vocação cristã consiste em assumir o ‘modo de pensar’ de Jesus de Nazaré. É verdade, Jesus sabia que muitas pessoas não entendiam seus propósitos. Ele sempre foi paciente nesse ponto, pois tinha consciência de que se tratava de algo muito enraizado nas mentalidades.

Não podemos esquecer o outro lado da questão. Apesar de tudo, de dois mil anos para cá, um fio dourado de perdão, amor universal e fraternidade percorre a história da humanidade. Há inúmeros exemplos. Todos e todas conhecemos iniciativas que rechaçam a ideia de vingança, sacrifício ‘em benefício do bom andamento da sociedade’ e julgamento de ‘culpados’. Tudo isso substituído por uma abertura irrestrita ao ‘outro’. Também nesse sentido, ‘um outro mundo é possível’.


Sobre a esperança


Nada jamais será tentado, se todas as objeções possíveis tiverem de ser superadas antes.
(Samuel Johnson)


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
(Fernando Pessoa)


Enquanto houver um louco, um poeta e um amante haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança.
(William Shakespeare)


Quando eu disse ao caroço de laranja que dentro dele dormia um laranjal inteirinho, ele me olhou estupidamente incrédulo.
(Hermógenes)


A esperança é o último remédio que a natureza deixou a todos os males.
(Antônio Vieira)

Papa: "Cristãos não evitam a Cruz, mas enfrentam humilhações com alegria e paciência"

Os cristãos dão uma boa prova de si quando “sabem enfrentar humilhações com alegria e paciência”. Papa Francisco ressaltou este aspecto da vida de fé na missa celebrada na manhã desta sexta, 27, na Casa Santa Marta. O Papa alertou novamente para a “tentação do bem-estar espiritual”, que pode nos impedir “de amar plenamente Jesus Cristo”. 

Francisco desenvolveu seu pensamento a partir do Evangelho de Lucas, no trecho em que Jesus pergunta aos discípulos o que as pessoas falam Dele e o que eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: “O Cristo de Deus”. “Esta pergunta é dirigida também a nós”, disse o Pontífice. 

Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério... Quem o pode explicar? Se cada um de nós, na oração, disser ao Senhor: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo”, Ele responderá “É verdade”. 

"Jesus pede a Pedro que não revele sua resposta a ninguém e anuncia sua Paixão, morte e Ressurreição", disse o Papa, recordando a reação do chefe dos Apóstolos, descrita no Evangelho de São Mateus, que declara: “Isso não acontecerá jamais”. “Pedro – comentou ainda o Papa – se assusta, se escandaliza, como tantos cristãos que dizem: “Isto nunca vai acontecer!”. Este é o modo para “seguir Jesus, para conhecê-lo apenas até um certo ponto”:

E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo: temos a Igreja, temos Jesus Cristo, os Sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. Porque pelo menos temos que pensar isso, porque se pensar ao contrário é pecado! Mas não é o suficiente; com o bem-estar espiritual até um certo ponto. Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação. Ele se humilhou até à morte, morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade cristã: Eu sou um cristão de cultura do bem-estar? Eu sou um cristão que acompanha o Senhor até a cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações”.

O escândalo da Cruz, no entanto, continua a bloquear muitos cristãos. Todos - constata Papa Francisco - querem ressurgir, mas “nem todos” pretendem fazê-lo pelo caminho da Cruz. E, ainda mais, se queixam das injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se ao contrário do que Jesus fez e pede para imitar:

A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é algo que não gostamos... Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: o cristão do bem-estar - que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou o cristão próximo a Jesus, pela estrada de Jesus”.



Texto proveniente do site da Rádio Vaticano 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Comissão para a Juventude envia carta aos padres e responsáveis pela evangelização dos jovens no Brasil

O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, enviou carta aos padres e responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil. No texto, o bispo deseja que o Dia Nacional da Juventude (DNJ), a ser celebrado no final deste mês missionário, atinja o maior número possível de adolescentes e jovens.
Confira o texto na íntegra:
 Caros párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
“Educá-los na missão, a sair, a pôr-se em marcha, a estar sempre nas ruas pela fé. Assim fez Jesus com seus discípulos: não os manteve apegados a Ele como a galinha aos pintinhos; os enviou. [...] Empurremos os jovens para que saiam.”
(Francisco, 27/07/2013)
Chegou, mais uma vez, o “Mês Missionário”. Já é tradição dedicarmos este mês à reflexão sobre esta dimensão que faz parte de nossa vida cristã. Nenhum cristão pode abrir mão de ser missionário, uma vez que esta realidade é intrínseca ao Batismo. Podemos atuar missionariamente de maneiras diferentes, mas todos acolhem o mesmo mandato de Jesus Cristo: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19).
Há tempo estou percebendo – e me alegrando! – que os conceitos “missão” e “missionário” vêm sendo acolhidos normalmente pelas novas gerações. “Ser missionário” ou “fazer missão” ou algo deste gênero, já não remete mais à ideia exclusiva dos louváveis missionários e missionárias, quase sempre sacerdotes e consagrados, que se deslocavam de terras estrangeiras para conviver e servir à evangelização em nosso país, principalmente nos lugares mais desafiadores. Hoje, com muita naturalidade, os jovens estão se apropriando destes termos e buscando formas novas de fazerem valer esta sua vocação batismal. Isto é maravilhoso! Saibamos valorizar esta realidade para que eles possam, ali onde vivem, testemunhar mais fortemente ao mundo a gratuidade do serviço em prol dos mais desfavorecidos, sofredores e esquecidos de nossa realidade.
Na JMJ Rio 2013 nossos jovens foram, de maneira intensa e celebrativa, provocados a entenderem e vivenciarem este chamado. Certamente voltaram para suas casas, comunidades, grupos, paróquias, escolas, animados em fazer valer o que o Papa Francisco soube tão bem motivar. E agora nos vem uma dúvida: o que eles estão encontrando em nossos ambientes? Não basta Jesus Cristo enviar estes seus jovens discípulos, nem o Papa motivá-los à missão se eles não forem colocados em situação de desenvolvimento deste mandato. Há muita energia de amor e serviço concentrada no coração e nos sonhos dos jovens, aguardando ocasiões propícias para sua propagação. A fala do Papa na Catedral do Rio foi muito direta aos adultos, evangelizadores e educadores da juventude: cabe a nós a responsabilidade de educar os jovens para a missão, empurrando-os às ruas para que sejam protagonistas de uma nova história, a partir da fé em Jesus Cristo e de sua vivência eclesial.
Como obedecer ao Sucessor de Pedro, concretizando isto que ele nos pede?  Estamos no fim do “Ano da Juventude” e do “Ano da Fé”. Esta bonita coincidência é, para nós brasileiros, provocação de Deus a um trabalho mais consistente e criativo para que os jovens, convictos e formados à luz da fé, se tornem profetas proativos na realidade sociocultural em que se encontram. Assim, não percamos o precioso momento das nossas Assembleias e Reuniões de avaliação e planejamento que acontecem normalmente agora, por exemplo, em nossas Paróquias, Dioceses, Regionais, Pastorais, Congregações Religiosas, Movimentos para operacionalizarmos algumas das propostas contempladas no Texto-base da Campanha da Fraternidade 2013 e, principalmente, nas 8 Linhas de Ação do Documento 85, “Evangelização da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais”. Ali encontramos uma riqueza imensa de reflexões e sugestões que, acrescida a este contexto juvenil pelo qual estamos passando, proporcionarão novos tempos aos nossos jovens, às nossas comunidades, à sociedade.

As celebrações litúrgicas deste mês, embelezadas pela comemoração de grandes apóstolos, evangelistas, santos e santas se tornam, também, ocasião propícia para apresentar aos jovens, de maneira criativa, estes testemunhos missionários.  Santa Terezinha do Menino Jesus – Padroeira das Missões – aumente em nós a consciência missionária de nossa vida cristã! São Francisco de Assis – Protetor dos Desamparados – nos ajude a crescer na sensibilidade e nos gestos concretos de amor junto aos mais abandonados de nossos ambientes!

Nossa Senhora Aparecida – Mãe amada do Brasil – interceda pela nossa conversão pastoral a favor da cultura da acolhida às juventudes que estão ao nosso redor! Que o DNJ (Dia Nacional da Juventude) a ser celebrado no final deste mês missionário atinja o maior número possível de adolescentes e jovens que estão sob sua responsabilidade, para que neles sejam fortalecidos os nobres sonhos de Deus de vida plena para todo seu povo.
Com estima e orações,

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

Fonte: CNBB

Resposta Coerente com o ideal de Vida

No decorrer da vida, precisamos ter muita cautela em responder as perguntas que nos são feitas. Por que
necessitamos de prudência em responder certas perguntas? O próprio Jesus Cristo nos ensina que é necessário estarmos vigilantes e ainda nos aconselha a sermos prudentes. Ora, muitas vezes querem fazer uma pegadinha, a fim de que caiamos. Daí, porque a nossa resposta deve ser sempre de pessoas prudentes, pois o inimigo estar ao nosso redor e quer nos devorar.

Porém, não devemos ser omissos em nossas respostas, devemos sempre pensar antes de responder. E pensar sempre: se Maria ou Jesus fossem dar esta resposta como seria? Se estamos vivendo segundo a vontade de Deus, daremos sempre respostas pertinentes ao nosso estado de vida ou seja de acordo com o nosso ideal que abraçamos Talvez, a nossa dúvida em responder determinadas perguntas está na base de nossa vivência cristã; ou seja, na capacidade do discernimento que temos das coisas ou ainda do grau de intimidade que temos com o Espírito Santo.

O Espírito Santo está sempre a iluminar, a nos dar discernimento, a nos dar compreensão e a infundir em nós toda sorte de sabedoria. Sapiência, que não implicará em grau de proficiência de doutorado ou mestrado, mas sabedoria das coisas de Deus, do sabor do divino e do sagrado. Isso, é o novo céu e a nova terra para aqueles que acreditam , é a vivência das bem aventuranças desde já, aqui na terra. “Bem Aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”.

O reino de Deus acontece no cotidiano daqueles que procuram viver a palavra. O pobre é o despojado de tudo, até de suas próprias ideias, visto que, o seu pensar o seu agir é de acordo com a vontade de Deus. Ele vive realmente a oração do Pai Nosso: Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. Por isso, que Santa Elisabeth da Trindade, dizia sempre: vontade de Deus tu és meu paraíso.

Pe. Eduardo Belotti. 
Assessor Eclesiástico MFC de Maringá