O Brasil tem 515 mil pessoas adultas nas prisões. É a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos EUA, China e Rússia. Como não temos uma estrutura prisional adequada para tanta gente, penitenciárias planejadas para 300 presos estão com 900. Essa superlotação provoca rebeliões, violências e uma permanente tensão para prisioneiros e carcereiros de um sistema saturado, com muitos presos sem julgamento e outros que já cumpriram pena e o juiz não assina o ato de soltura.
O Brasil e as Prisões
Marcelo Barros
|
A sociedade não se pergunta por que 90% da população presidiária no Brasil é negra ou mulata, pertence à classe mais pobre e tem entre 18 e 35 anos. Ao contrário, atualmente, uma campanha tenta mudar a idade penal e colocar nas prisões adolescentes a partir de 14 ou 15 anos.
O Brasil continua o terceiro país do mundo em desigualdade social. Nos últimos dez anos, o governo federal tem conseguido diminuir a miséria e integrar milhões de brasileiros na classe C. Entretanto, isso é feito via programas emergenciais que possibilitam maior acesso dos pobres aos bens de consumo, mas, ao mesmo tempo, garantem um lucro sempre maior dos empresários e banqueiros. Mantém-se a desigualdade social que gera injustiças e discriminações de todo tipo.
A sociedade vê sempre os crimes como atos de desonestidade pessoal e crueldade contra inocentes. E muitas vezes, o são, mas quase sempre eles têm também um contexto social. Não se pode esperar a transformação social para só depois combater o crime ou os atos de violência urbana. No entanto, enquanto o Brasil for o país no qual a propriedade da terra é mais concentrada e quase 90% dos brasileiros não têm reconhecidos direitos sociais básicos, como segurança alimentar, moradia digna, saúde e educação, por mais que se encham o País de policiais e se transformem nossas cidades em imensas prisões, pobres e ricos viverão sempre uma guerra não declarada e violenta.
Diante desse quadro, Igrejas cristãs mantêm serviços de atendimento aos presidiários. A maioria das missões busca converter os presidiários à sua Igreja.
A Pastoral Carcerária, promovida pela CNBB, visa testemunhar o Evangelho de Jesus nas prisões, manifestando a todos o amor de Deus e o seu projeto de uma sociedade de justiça e paz, sem armas nem prisões. Junto com outras pessoas e entidades, essa pastoral denuncia a situação caótica nos presídios e propõe alternativas sérias à pena de prisão. Trata-se da "justiça restaurativa” que já existe na legislação de outros países com bons resultados. No lugar de se fixar apenas na pena punitiva, ela busca solucionar o que é possível do mal cometido.
CNBB: 5ª Semana Social Brasileira
Aprovação de Carta Compromisso
Tatiana Félix
A aprovação da Carta Compromisso da 5ª Semana Social Brasileira encerrou no dia 5 deste mês as atividades do evento que reuniu movimentos sociais, comunidades tradicionais e pastorais sociais ligadas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Centro Cultural de Brasília (DF) para pensar e discutir o tema "O Estado que temos e o Estado que queremos”.
O documento reúne as propostas dos dez grupos de trabalho temáticos debatidos em direção ao compromisso para a "refundação de um Estado de inclusão e de igualdade social”, fundamentado na "democracia direta, participativa e representativa”.
Destacando a urgência pelas questões da reforma política, demarcação dos territórios tradicionais pesqueiros e a reforma da igreja, a carta contempla ainda a defesa do trabalho digno com redução da
jornada de trabalho, retomada da metodologia das Assembleias Populares com a criação dos Tribunais Populares e o apoio às lutas por nova reforma agrária, agricultura familiar e camponesa.
A democratização dos meios de comunicação, a implementação do Marco Regulatório da Sociedade Civil, a efetivação dos Conselhos de Juventude para controle social de políticas públicas e o fortalecimento da Defesa Civil para prevenção de impactos socioambientais ligados a projetos desenvolvimentistas, também foram pontos abordados.
O objetivo da carta é firmar os compromissos trabalhados durante a Semana entre os participantes, de modo a fazer com que eles reproduzam as discussões e as propostas em suas comunidades e regiões, avançando na conquista das demandas apontadas pelos movimentos. No fim das atividades o padre Nelito Dornelas, da CNBB, agradeceu a participação de todos e destacou a união de pessoas que partilham da mesma luta e do mesmo ideal.
Educar na fé
A conversão pastoral
A verdadeira conversão pastoral deve estimular-nos e inspirar-nos atitudes e iniciativas de autoavaliação e coragem de mudar várias estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações.
Temos necessidade urgente de viver na Igreja a paixão que norteia a vida de Jesus Cristo: o Reino de Deus, fonte de graça, justiça, paz e por tudo isso, a Igreja se empenhará em ser uma Igreja em estado permanente de missão, casa da iniciação à vida cristã, fonte da animação bíblica de toda a vida, comunidade de comunidades, a serviço da vida em todas as suas instâncias.
Estes aspectos encontram-se inevitavelmente ligados, de tal modo que assumir um deles exige que se assumam os outros. Estão sempre presentes na vida da Igreja, pois se referem a Jesus Cristo, à Igreja, à vida comunitária, à Palavra de Deus como alimento para a fé, à Eucaristia como alimento para a vida eterna e para o serviço ao Reino de Deus. Por seu testemunho e por suas ações pastorais, a Igreja suscita o desejo de encontrar Jesus Cristo.
Este encontro se dá através do mergulho gradativo no mistério do Redentor. Daí a importância da iniciação à vida cristã, a qual não acontece plenamente se não se tem contato com a Escritura. Alimentando, iluminando e orientando toda a ação pastoral, a Bíblia transborda para a totalidade da existência de pessoas e grupos, tornando-se luz para o caminho. Ao reconhecermos a mudança de época como o maior desafio a ser atualmente enfrentado, o discípulo missionário não se esquece das ameaças à vida de pessoas, povos e até mesmo de todo o planeta.
Estas ameaças permanecem e necessitam ser, corajosa e profeticamente, enfrentadas. Contudo, neste enfrentamento, o discípulo missionário se depara com a fragilidade dos critérios para ver, julgar e agir. Olhar, portanto, para a mudança de época e para o necessário enraizamento de critérios, longe de significar o afastamento dos problemas concretos e urgentes da vida de nosso povo, significa buscar uma base realmente sólida para enfrentá-los. Caso contrário, o discípulo missionário poderá ser como o construtor ou o chefe que, não reconhecendo os novos desafios, vê a missão fracassar.
Voltar às fontes e recomeçar a partir de Jesus Cristo, longe de significar a preocupação consigo mesma, coloca a Igreja no mesmo caminho do amor-serviço aos sofredores desta terra. Porque deseja servir, a Igreja reconhece o momento histórico em que se encontra, sendo convocada a buscar caminhos para a transmissão e a sedimentação da fé, mesmo que, para isso, precise abandonar estruturas ultrapassadas que já não facilitem mais a transmissão da fé.
Pe. Eduardo Belotti.
Assessor Eclesiástico MFC de Maringá - e-mail: edubelotti@yahoo.com.br
Adaptação do Documento da CNBB 94
Frases que fazem refletir
"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você".
Mario Quintana
"Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz".
Madre Tereza de Calcutá
"Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria".
Khalil Gibran
"A alegria não está nas coisas, está em nós".
Johann Goethe
"Deus nunca perturba a alegria dos seus filhos se não for para lhes preparar uma mais certa e maior".
Alessandro Manzoni
"Não há satisfação maior do que aquela que sentimos quando proporcionamos alegria aos outros".
M. Taniguchi
"Não há arauto mais perfeito da alegria do que o silêncio. Eu sentir-me-ia muito pouco feliz se me fosse possível dizer a que ponto o sou".
William Shakespeare
Nenhum comentário:
Postar um comentário