Às 9h45, o Papa já estava na Praça para receber e retribuir o carinho dos fiéis. Por cerca de meia-hora, a bordo do seu jipe, Francisco abençoou a multidão, beijou as crianças e conversou com os inúmeros grupos.
Prosseguindo sua reflexão da semana passada, quando falou da “comunhão dos santos” que professamos no Credo, hoje aprofundou outro aspecto desta realidade, isto é, a comunhão nas coisas santas, ou seja, a comunhão dos bens espirituais nos sacramentos, nos carismas e na caridade.
A comunhão entre os cristãos cresce mediante a participação aos bens espirituais, explicou o Pontífice.
Na comunhão dos Sacramentos, há uma comunhão profunda e efetiva entre nós, porque neles encontramos Cristo e através Dele, os nossos irmãos.
Na confissão, por exemplo, “não devemos ter medo do padre, porque é Jesus que encontramos no Sacramento”, disse o Papa. Assim, cada encontro com Cristo é um convite a ir ao encontro dos outros, levando esta salvação que se pode ver, tocar e receber; e que é crível porque é amor. Deste modo, os Sacramentos nos levam a ser missionários, a levar o Evangelho a cada ambiente, inclusive àqueles mais hostis.
Depois, há os carismas: são predisposições, inspirações e impulsos interiores que surgem na consciência e na experiência das pessoas para ser postos ao serviço da comunidade. “Deve-se duvidar dos carismas que servem para afirmar a si mesmos”, advertiu o Santo Padre, pois não são dados em benefício de quem os recebe, mas para o bem de todo o Povo de Deus. “Todos somos chamados a respeitar os carismas em nós e nos outros, como nos recomendou São Paulo: ‘Não apagueis o Espírito’.”
Finalmente, a comunhão na caridade: não uma “caridadezinha” para descargo de consciência, mas uma comunhão que nos leva a entrar de tal maneira nas alegrias e nas dores alheias que assumimos sinceramente como nossas.
Sem o amor, de fato, inclusive os dons mais extraordinários são vãos, enquanto o menor dos nossos gestos de amor tem bons efeitos para todos! “Com frequência somos muito áridos, indiferentes, distantes e ao invés de transmitir fraternidade, transmitidos mal humor, frieza e egoísmo. Abramo-nos à comunhão com Jesus nos sacramentos, nos carismas e na caridade, para vivermos de maneira digna da nossa vocação cristã.”
No final da catequese, o Papa emocionou a Praça ao pedir um ato de caridade (tranquilizando os fiéis de que não se tratava de uma coleta) e rezar por uma menina de um ano e meio, muito doente, que Francisco conheceu momentos antes da Audiência.
Saudando os grupos presentes na Praça, o Pontífice se dirigiu aos fiéis de língua portuguesa cumprimentando em modo especial os peregrinos de Bauru (SP) e de São Bernardo do Campo (SP).
Por fim, recordou que este mês de novembro é dedicado à memória e à oração pelos defuntos – uma oportunidade para considerar de maneira mais aprofundada o significado da existência terrena e o valor da vida eterna. “Que esses dias sejam para todos um estímulo a compreender que a vida tem valor se vivida para amar a Deus e o próximo.”
Texto proveniente da site da Rádio Vaticano
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